De forma a viabilizar o tratamento cirúrgico para as pacientes de Indaiatuba diagnosticadas, a Prefeitura se uniu com a Associação das Empresas de Serviços Contábeis de Indaiatuba (Aesci), a SHDias Consultoria e Assessoria e o Instituto de Gestão de Cidades (Igecs) e criou o projeto Contador Solidário. Com a ação, o município conseguiu realizar 32 cirurgias de mastectomia e, até 31 de julho, há mais sete cirurgias agendadas, somando 39 pacientes em tratamento.
A parceria zerou a fila de espera e atualmente as mulheres moradoras de Indaiatuba que chegam com a biópsia positiva são direcionadas para o tratamento com o médico mastologista Dr. André Desuó, que conta com o apoio da enfermeira Renata Ivaskevicius. As consultas são realizadas no Hospital Dia, as cirurgias são feitas no Haoc (Hospital Augusto de Oliveira Camargo) e, até o momento, o aproveitamento cirúrgico é de 100%.
Para comemorar o sucesso do projeto, o Hospital Dia promoveu em maio, juntamente com a Volacc (Voluntárias de Apoio no Combate ao Câncer), um encontro para homenagear as mulheres operadas. Na ocasião, o vice-prefeito Dr. Túlio Couto explicou como era o processo antes do projeto Contador Solidário. “Há três anos vimos a necessidade de ter um mastologista em nossa cidade, porque a paciente com nódulo suspeito muitas vezes tinha que fazer uma biópsia na Unicamp, aguardar o resultado e, se o resultado fosse positivo, ia para a fila de espera para a cirurgia na Unicamp, que dura em torno de oito meses a um ano. Foi então que trouxemos o Dr. André e, com os diagnósticos feitos aqui na cidade, enviávamos para Unicamp e conseguíamos adiantar uma parte do tratamento. Porém, com essa parceria, conseguimos fazer o tratamento completo em nossa cidade e o tempo de cirurgia aqui é de no máximo três meses – uma evolução enorme no tratamento do câncer de mama e que pode fazer a diferença para salvar uma vida”, contou.
A secretária de Saúde Graziela Garcia falou sobre o início da parceria com os contadores. “Esse projeto foi uma conjunção de coisas boas para que tudo acontecesse. Em uma reunião com o Sérgio da Aesci recebi uma ligação da Renata do Hospital Dia, que estava preocupada com a quantidade de mulheres diagnosticadas com câncer de mama que estavam aguardando pela cirurgia na Unicamp. Na mesma época, recebemos o médico mastologista Dr. André, que poderia fazer as cirurgias aqui em Indaiatuba, mas precisávamos do recurso financeiro. Foi nesse momento que a parceria surgiu e a Aesci, a SHDias e a Igecs viabilizaram essa ação. Hoje vemos o impacto dessa junção na vida de tantas mulheres que estão batalhando e vencendo a luta contra o câncer. Tenho muito orgulho de fazer parte desse momento e poder contribuir com um futuro melhor para nossas pacientes”, descreve Graziela.
Câncer de mama
O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que para cada ano do biênio 2018/2019 sejam diagnosticados 59.700 novos casos de câncer de mama no Brasil, com um risco estimado de 56,33 casos a cada 100 mil mulheres.
O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. É a maior causa de morte por câncer nas mulheres em todo o mundo e a segunda causa de morte por câncer nos países desenvolvidos, atrás somente do câncer de pulmão, e a maior causa de morte por câncer nos países em desenvolvimento.
Apesar de ser considerado um câncer de relativamente bom prognóstico se diagnosticado e tratado oportunamente, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas no Brasil, muito provavelmente porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados.