A artista Lara Matana, natural de Andradina, no interior paulista, propôs-se a um desafio que vai além dos horizontes que o olho humano pode capturar. A menina que descobriu a arte de forma autodidata não imaginava que estaria iniciando sua trajetória rumo a uma assinatura única na história da arte contemporânea brasileira. O Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC) recebe a exposição Raízes que, com curadoria de Fábio Cerqueira, reúne 20 telas e esculturas de parede e de chão, além de instalações em madeira.
Da mesma forma que Lara busca sua conexão com o divino pela prática espiritual, as árvores o fazem por meio de suas raízes, por meio das quais deixam marcas no solo terrestre em busca do equilíbrio e da consonância com a essência do planeta – raízes que simbolizam de forma singular sua arte.
“A experiência de contemplar a arte e absorver cada sensação que ela evoca é o cerne da dissociação do mundo material, que nos liberta de nossas vontades, de nossa razão, que eleva nosso espírito e que nos conecta com o mundo metafísico. Desta forma, a exposição convida o espectador a efetivar neste estado de contemplação, criando suas próprias conexões com as cores, formas e materiais, dando seus significados àquilo que vê”, diz o curador. A artista apresenta na mostra matérias primas do seu trabalho, sendo a principal delas a madeira. Além disso, é possível conferir a série Fractal, Olho de Deus, Pescador de Luz, Escada, Sermão do Monte, Ópticos, Solar e Ouriço.
Sobre Lara Matana
Natural da cidade de Andradina, no interior de São Paulo, Lara Donatoni Matana iniciou sua jornada nas artes plásticas por meio das tintas e pincéis em 1992, voltando seu olhar para o abstrato a partir de 1995, ano também em que passou a utilizar-se de diferentes materiais e cores. Autodidata e com uma intuição apurada, aos poucos buscou seu aperfeiçoamento em cursos livres de arte contemporânea com artistas renomados como Fátima Seehagen, Jussara Age, Edílson Viriato e Iftahr Peled.
A partir de 2000, lança-se em uma busca das poéticas em abstração formal, descobrindo nas possibilidades intrínsecas da madeira a sua verdadeira matéria prima de trabalho e também uma bandeira de engajamento pela sustentabilidade. Há mais de 15 anos dedica-se ao estudo continuo de técnicas de escultura e todas as formas possíveis – e algumas intangíveis – de trazer a arte natural existente em cada restolho de lenha que trabalha.
Tem constantemente participado de edições da Casa Cor em algumas capitais e importantes cidades do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Curitiba e Cuiabá, sempre atendendo a convites de arquitetos renomados, tendo participado também de mais de 20 exposições individuais e coletivas nesse eixo. Destacam-se ainda a participação no Salão Jovem Arte Matogrossense de 2008 e a idealização de escultura que serviu como o Troféu Guará do Festival de Cinema Ambiental de Mato Grosso, em 2007.
Em 2008, um ano após sua entrada na Academia Brasileira de Belas Artes, teve sua elevação de grau para a cadeira nº 2, cujo patrono é o pintor Henrique Bernardelli. Em fevereiro de 2011, foi convidada a expor na coletiva brasileira Caligrafia das artes brasileiras, em Bussy Saint Martin – Paris. Atualmente a artista almeja alçar novos voos e desafios com a utilização de novos materiais, exposições criativas e dinâmicas e projetos de inclusão artística e social, sem nunca perder de vista a importância de uma relação humanística com o público.
Serviço:
Onde: Museu de Arte Contemporânea de Campinas (Rua Benjamin Constant, 1633, Cambuí)
Quando: 18 de junho a 28 de julho/2019 – terça, quarta e sexta, das 10h às 18h; quinta, das 10h às 22h e sábado, das 10h às 18h
Entrada gratuita
Galeria Lara Matana: Vila Prashanthi Nilayam • Alameda Itatinga, 254, Joapiranga, Valinhos/SP • (19) 97146-6722 • http://laramatana.com.