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‘G10 das Favelas’ quer atrair investimento, protagonismo e inclusão social às comunidades brasileiras

São Paulo, por Kleber Patricio

Gilson Rodrigues, presidente da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis e do Fundo Social Comunidades: “As pessoas precisam parar de achar que quem vive em favela é ‘coitadinho’. Queremos mostrar que aqui dentro é possível ganhar e crescer. Não estamos em situação de ficar refém de ninguém; nem da polícia, nem de bandido, nem de político”. Crédito da foto: Alexandre Battibugli.

No dia 23 de novembro, a comunidade de Paraisópolis, em São Paulo, sediará a primeira edição do G10 das Favelas, evento com bloco de líderes e empreendedores de impacto social das favelas que reunirá forças em prol do desenvolvimento econômico e protagonismo das comunidades.

Entre os participantes do evento, estará Gilson Rodrigues, de 35 anos, presidente da União dos Moradores e do Comércio de Paraisópolis, do Fundo Social Comunidades e um dos principais entusiastas do bloco. Segundo ele, a iniciativa tem o objetivo de inspirar o Brasil inteiro a olhar para a favela de uma maneira diferente. “As pessoas precisam parar de achar que quem vive em favela é ‘coitadinho’. Queremos mostrar que aqui dentro é possível ganhar e crescer. Não estamos em situação de ficar refém de ninguém; nem da polícia, nem de bandido, nem de político”, diz.

Segundo ele, o G10 está articulando uma agenda de reuniões com governadores de Estado, senadores e o presidente da República. “Além disso, pretendemos levar um grupo de líderes de comunidades para o Fórum Econômico Mundial que acontece em janeiro, em Davos e na reunião do G7, em março do próximo ano”.

Rodrigues tem o sonho de construir um banco comunitário com juros mais baixos para os moradores e dar acesso a maquininhas (de crédito e débito), conta corrente e cartão de crédito para os comerciantes locais. O G-10 das Favelas tem na lista as comunidades da Rocinha (RJ), Rio das Pedras (RJ), Heliópolis (SP), Paraisópolis (SP), Cidade de Deus (AM), Baixadas da Condor (PA), Baixadas da Estrada Nova Jurunas (PA), Casa Amarela (PE), Coroadinho (MA) e Sol Nascente (DF).

Lideranças

Para Reginaldo Lima, empreendedor e liderança do Complexo do Alemão, o evento traz em sua célula central a importância de unir potências. “Reuniremos as 10 maiores economias de favelas do País. Tenho certeza de que essa iniciativa representará uma ruptura no pensamento preconceituoso de que não há poder econômico em uma comunidade, diferente do oriundo do submundo da violência”, afirma.

De acordo com Cleide Alves, líder da comunidade Heliópolis, diante do crescimento do desemprego e falta de oportunidades, o G10 surge como um impulsionador na busca de investimentos e políticas públicas para o desenvolvimento local.

Já para William de Oliveira, mediador, ativista e empreendedor cultural da Rocinha, esse evento cria uma provocação para mostrar às pessoas que as favelas, independentemente de suas dificuldades, possuem pessoas que também têm talento para o empreendedorismo. “Aqui existe quem tenha potencial para deixar de ser empregado e ser empregador pelo talento que tem. Então, acho que o propósito, a proposta e a ideia deste evento é provocar estas pessoas a colocarem seu talento em prática e a aprender a empreender, mobilizar as favelas e mostrar o fortalecer o potencial que elas têm”, afirma.

Projetos selecionados

Na data, serão apresentados 16 projetos selecionados pelo Investe Favela, fundo criado a partir do investimento de empresários e gerenciado por líderes comunitários do Complexo do Alemão e de Paraisópolis, voltado a financiar startups de comunidades de todo o país. No mesmo evento, mais empreendedores das comunidades do G-10 poderão candidatar seus projetos de startups a financiamentos.

Serviço:

G10 das Favelas

23 de novembro

Das 9h às 17h

Rua Itamotinga, 41, Paraisópolis, São Paulo/SP

Ingressos custam de R$200 a R$400

Mais informações: canaltransformadores.com.br/slum-summit.