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Pinacoteca anuncia programação para 2020

São Paulo, por Kleber Patricio

Obra de OSGEMEOS que integra a retrospectiva da dupla que acontece no primeiro semestre. Crédito da foto: divulgação.

No ano de 2020, a Pinacoteca de São Paulo, museu da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, dedica sua programação a pensar as relações entre arte e espaço urbano. A partir dele, o museu pretende examinar a produção artística em sua conexão com esse espaço a partir de onze mostras e uma rica programação paralela.

Se, na época moderna, o fenômeno artístico tem a cidade como seu lugar de existência, pensar a arte é pensar sua inscrição na urbanidade. O urbano, a cidade, as relações que se dão nesse espaço específico, são tanto temas da arte quanto o próprio modo de sua aparição. Viver em cidades significa partilhar de uma sociabilidade singular, marcada pelo deslocamento, pelo anonimato, pela produção coletiva, geradores de conflitos e desigualdades, mas também dotada de um potencial de liberdade e transformação, caros às práticas da arte moderna e contemporânea.

Neste sentido, a Pinacoteca apresenta, no primeiro semestre na Pina Luz, OSGEMEOS: SEGREDOS, primeira mostra panorâmica no Brasil da dupla de artistas que teve a cidade como objeto de estudo desde o início de sua produção, no final da década de 1980. O modo de vida marcado pela sociedade urbana de consumo, bem como o compromisso dos artistas com as políticas culturais de raça, gênero e sexualidade serão aspectos contemplados em Refiguring American Art 1913-1993 (ainda sem título em português), uma nova parceria entre o museu e a Terra Foundation que trará trabalhos de mestres norte-americanos, incluindo Edward Hopper, Horace Pippin, Jacob Lawrence, Cindy Sherman, Barbara Kruger, Andy Warhol e Philip Guston, entre outros.

Outro destaque da programação será a reformulação da exposição de longa duração com obras do acervo da Pinacoteca, em cartaz desde 2011 no primeiro e segundo andares da Pina Luz. “Com essa nova montagem, esperamos trazer para o público uma nova abordagem do acervo e da história da arte brasileira. Algumas lacunas nas narrativas dominantes, como a sub-representação de artistas mulheres, afro brasileiros e indígenas, serão tematizadas na nova exposição”, comenta Jochen Volz, diretor geral da Pinacoteca. “Além disso, abandonaremos a narrativa cronológica e linear da história da arte para um percurso mais dinâmico, misturando tempos, suportes e linguagens”, completa Volz.

A produção de arte contemporânea indígena será tema ainda de uma mostra coletiva, com curadoria da pesquisadora indígena Naine Terena, ativista da cultura indígena e uma das principais responsáveis pela visibilidade da produção artística indígena no Brasil. Composta de pinturas, vídeos, fotografias e instalações e performances, a mostra se engaja na reflexão dessa produção contemporânea, buscando afirmar a atualidade e vitalidade das culturas indígenas e abrir espaço ao seu protagonismo dentro do museu.

Além delas, o museu dá continuidade ao programa de exposições monográficas que visam à revisão das carreiras de artistas brasileiros, como a do brasileiro Hudnilson Jr (1957-2013), que terá sua obra revista a partir de um importante conjunto de obras recentemente doado pela família do artista à Pinacoteca. Também do carioca José Damasceno (1968), que desenvolve seu trabalho com escultura e instalação desde o fim da década de 1980, partindo do deslocamento e do estranhamento para conceber perspectivas móveis a respeito daquilo que se representa e da pioneira da vídeoarte e da performance norte-americana Joan Jonas (1936). O Octógono, tradicional espaço do museu para projetos comissionados site-specific, receberá propostas de André Komatsu (1978) e de Lais Myrrha (1974).

Paralelamente às exposições, o museu dá prosseguimento, em 2020, a projetos já tradicionais, como os cursos de História da Arte, o Música na Pina e o Dança na Pina e, no dia 13 de agosto, comemora seus 115 anos com a festa de gala Pinaball, cuja primeira edição aconteceu em 2015, por ocasião dos 110 anos do museu.

AGENDA 2020 DE EXPOSIÇÕES

Hudnilson Jr. – 15/3 – 17/8 – Edifício Pina Estação

OSGEMEOS, Segredos – 28/3 – 3/8 – Edifício Pina Luz

Joan Jonas – 9/5 – 12/10 – Edifício Pina Estação

Reabertura da exposição de longa duração do acervo – julho – Edifício Pina Luz

Arte Contemporânea Indígena – 4/7 – 28/9 – Edifício Pina Luz

Refiguring American Art 1913-1993 – 29/8/2020 – 1/2/21 – Edifício Pina Luz

André Komatsu – 29/8 – 9/11 – Edifício Pina Luz

Fayga Ostrower – 12/9/2020 – 22/2/2021 – Edifício Pina Estação

Belmiro de Almeida & Rodolfo Amoedo – 24/10/2020 – 28/2/2021 – Edifício Pina Luz

José Damasceno – 7/11/2020 – 19/4/2021 – Edifício Pina Estação

Lais Myrrha – 5/12/2020 – 2/5/2021 – Edifício Pina Luz.

Serviço: 

Pinacoteca do Estado

Edifício Pina Luz: Praça da Luz, 2 – telefone (11) 3324-1000

Edifício Pina Estação: Largo General Osório, 66 – telefone (11) 3335-4990

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