Pesquisa inédita conduzida em 19 países revela que o segmento de escritórios compartilhados será responsável por movimentar mais de 20 bilhões de reais no interior do Brasil nos próximos 10 anos. Intitulado Suburban Business Centres, o levantamento, realizado pelo International Workplace Group (IWG), traz dados e informações sobre o setor de espaços flexíveis de trabalho localizados fora dos grandes centros comerciais brasileiros.
O estudo aponta que, na próxima década, o uso de escritórios compartilhados deve gerar cerca de 71 mil novos empregos nessas regiões. No total, a previsão é de que até 2029 mais de 157 mil pessoas trabalhem em espaços de coworking no interior do país. O crescimento deste mercado fora das grandes capitais é percebido no âmbito global. A pesquisa indica que os escritórios flexíveis distantes dos principais centros comerciais deverão movimentar mais de 254 bilhões de dólares no mundo na próxima década.
Para Tiago Alves, presidente do IWG no Brasil, o país segue a tendência mundial. “À medida que mais empresas adotarem o trabalho flexível em seus modelos de negócios, uma gama mais ampla de oportunidades de emprego e carreira estará disponível para as populações locais em idade ativa fora dos grandes centros urbanos”, afirma o executivo. O estudo revela que, no Brasil, um único ponto de trabalho flexível localizado fora das grandes capitais poderá acrescentar em média 93 empregos à economia local. Esses espaços de trabalho beneficiarão o PIB da cidade ou região onde operam com mais de 25 milhões de reais por ano. “Além disso, a economia de tempo de deslocamento até grandes centros urbanos é grande e traz ganhos diretos de produtividade e qualidade de vida para os funcionários, além de contribuir com o meio ambiente, que, somados com outras tecnologias que mudam as formas como as pessoas trabalham e se deslocam, colocarão cidades do interior no mesmo nível competitivo de grandes polos tradicionais como as capitais”, afirma o executivo.
Outro impacto positivo gerado pela utilização de espaços flexíveis se dá no meio ambiente. Segundo a pesquisa, mais de 68 mil toneladas de CO2 por ano deixarão de ser emitidas no interior do Brasil pelo uso de escritórios compartilhados, porque os deslocamentos para ir e voltar do trabalho ficam mais curtos. Para Tiago Alves, um dos primeiros aspectos que as pessoas consideram ao optar por empresas com políticas de flexibilidade é o impacto positivo na saúde, principalmente ao economizar tempo no trajeto de ida e volta ao escritório. “Níveis reduzidos de estresse aumentam o bem-estar mental da equipe, que se manifesta em menos dias ausentes”, esclarece.
Segundo Cristine Zanela, do espaço OnzeCincoUm, inaugurado em 2013 em Indaiatuba, “Hoje, profissionais liberais e empresas já percebem o quanto os espaços de coworking promovem uma significativa redução nos custos, estimulam a produtividade e aumentam a qualidade de vida”. Sua irmã e sócia, Ana, completa: “Além desses benefícios, os espaços compartilhados também permitem aos usuários ampliarem a sua rede de contatos e isso é um outro atrativo bastante interessante”.