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Sinfônica de Campinas abre a Temporada 2020 com a 9ª Sinfonia de Beethoven

Campinas, por Kleber Patricio

Concertos, gratuitos, serão no dia 7/3, às 20h, no Teatro Castro Mendes e, no dia 8 de março, às 18h, na Concha Acústica do Taquaral. Foto: Isabela Senatore.

“Luís, que vens fazer nesta hora/de antimúsica pelo mundo afora?”, pergunta Drummond no poema Beethoven. A resposta está na sonoridade das orquestras do mundo inteiro, que celebram, em 2020, os 250 anos de nascimento do genial e revolucionário compositor Ludwig van Beethoven (1770-1827). Na rota das homenagens, a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (OSMC) inicia a temporada artística com a monumental Sinfonia nº 9, escrita quando Beethoven já estava totalmente surdo e especialmente famosa por seu movimento final, que reúne coro e solistas na interpretação dos versos da Ode à Alegria, de Friedrich Schiller. Os concertos, com entrada gratuita, acontecem no sábado, 7 de março, às 20h, no Teatro Castro Mendes e, no domingo, 8 de março, às 18h, na Concha Acústica do Taquaral.

As apresentações, sob a batuta do maestro Victor Hugo Toro, reúnem os solistas Luciana Melamed (soprano), Mere Oliveira (mezzo-soprano), Hélenes Lopes (tenor) e Igor Vieira (barítono) e os grupos Madrigal Vivace (regente, Vastí Atique), Collegium Vocale Campinas (regente, Akira Kawamoto) e Coro Contemporâneo de Campinas (regente, Angelo Fernandes).

No repertório, o público também poderá apreciar o dueto de Ceci e Peri, Sento una forza indomita, de O Guarani, do compositor campineiro Carlos Gomes (1836-1896). A ópera completa 150 anos de sua estreia, no Teatro Alla Scalla de Milão, na Itália.

Foto: Toninho Oliveira.

“Nesta data em que se comemoram os 250 anos de um dos maiores criadores da história, nos unimos às melhores orquestras do mundo para essa celebração. E começamos com a Nona Sinfonia, que é uma peça que vai além da sua  qualidade artística. É uma obra que virou patrimônio da humanidade, que fala para todos os homens em todas as línguas independentes do credo, da religião, da cidadania, da linguagem”, destaca o maestro Victor Hugo Toro. “No programa”, prossegue, “também apresentaremos o famoso dueto final do primeiro ato de O Guarani, em razão de outra efeméride importante, os 150 anos da estreia da ópera O Guarani, em Milão, na Itália. É uma obra reconhecida mundialmente na cultura operística”.

Gênio e revolucionário

A enorme influência do compositor alemão na música ocidental ressoa com potência. “Além do profundo conteúdo humano, é notável que uma composição dessa envergadura tenha saído da pena de um homem em constante luta contra suas limitações. Esta obra se destaca também por extrapolar os limites da composição musical da época e por trazer dentro de si uma enorme contradição: é produto da tenacidade de um indivíduo solitário e recluso, portador de uma surdez irreversível, mas também celebra um ideal de fraternidade e congraçamento universais”, escreve a musicóloga Lenita W. M. Nogueira. Segundo ela, “durante o segundo movimento da composição, o público ovacionou a peça, chegando a prejudicar a execução. Beethoven, sentado ao lado do maestro Umlauf, de frente para a orquestra, nada percebeu. Ao final, uma das cantoras o tomou pelo braço e lhe revelou seu triunfo”.

No famoso quarto movimento, Beethoven incorporou o poema de Friedrich Schiller Ode an die Freude, ou Ode à Alegria, cujo texto é cantado por solistas e coro. “O poema foi escrito em 1785 e nele são exaltadas as alegrias da comunhão, as maravilhas da natureza, do universo e do eterno mistério do amor divino. Musicalmente, Beethoven parte de um clima sombrio para chegar a uma visão gloriosa de um mundo dominado por amor, tolerância e fraternidade universal”, afirma a musicóloga.

Serviço:

Concerto Orquestra Sinfônica de Campinas

7/3, sábado, às 20h – Teatro Castro Mendes – [retirada de ingressos 1 hora antes da apresentação]

8/3, domingo, às 18h – Concha Acústica Taquaral

–  e n t r a d a    g r a t u i t a  –

Victor Hugo Toro, regente

solistas:

Luciana Melamed, soprano

Mere Oliveira, mezzo-soprano

Hélenes Lopes, tenor

Igor Vieira, barítono.