Durante a pandemia de Covid-19 e com as medidas de distanciamento social, a música vem se mostrando uma forte aliada para superar o isolamento. Pesquisas têm identificado sensíveis mudanças nos hábitos de consumo dos usuários das plataformas de streaming – em meio a um ambiente cercado de informação desenfreada e picos de ansiedade, nestes novos tempos tem-se escutado mais música, uma forma de respiro diário para o cotidiano árido. Em paralelo, com a impossibilidade de se apresentar em shows ou se reunir com facilidade em estúdios, músicos, compositores e instrumentistas têm encontrado outras formas de dar vazão à criatividade, mostrando resultados inesperados e surpreendentes, seja levando seus repertórios ao público através de lives ou colaborando à distância em produções feitas em casa. Singles e álbuns feitos em quarentena provam que o talento é um valor que não se confina.
É assim que surge a série Não Repare a Bagunça, do Selo SESC, com lançamento marcado para o dia 23 de julho em seu canal do Youtube (youtube.com/seloSESC) e também no SESC Digital (SESCsp.org.br/nrb), plataforma de conteúdos digitais recém-lançada pelo SESC São Paulo. Com atualizações às quintas-feiras, sempre às 17h, o Selo promove uma série de jams virtuais envolvendo compositores e instrumentistas de diversos lugares do Brasil e de universos musicais variados.
Registrados em vídeo de maneira autônoma pelos próprios artistas em casa ou em seus estúdios particulares, a série traz temas instrumentais inéditos compostos durante a quarentena, das mais variadas vertentes; seja do carimbó à valsa, do reggae ao jazz standard ou até mesmo da música de concerto, abarcando formações variadas como duos, quartetos e até quintetos e aproximando linguagens musicais distintas, muitas vezes sem conversas, ensaios, brainstorms ou alguma troca presencial, mas nem por isso menos quentes ou vibrantes.
O vídeo que abre a série marca o encontro de quatro importantes nomes da cena musical brasileira, Manoel Cordeiro (guitarra/synths), multinstrumentista e produtor musical paraense com colaborações em mais de 1000 discos; o reverenciado trombonista Marlon Sette, figura recorrente nas fichas técnicas de discos da cena musical contemporânea do Rio de Janeiro; Pupillo (bateria), ex-Nação Zumbi, compositor de trilhas sonoras e produtor pernambucano e, fechando o time, Kassin (baixo), baixista e produtor carioca considerado um dos arquitetos do som dessa era contemporânea da música brasileira. O grupo interpreta Brazuca, composição de Manoel Cordeiro feita especialmente para o projeto. “Um carimbó ribeirinho, do Marajó, que flerta com a Bossa Nova, no pulso… e espalha sotaques da musica brasileira, com as participações de Kassin e Marlon do Rio de Janeiro e Pupillo, pernambucano mangue beat… ‘vertentes do mesmo rio’”, define o guitarrista.
Assista: YouTube do Selo SESC e SESC Digital.
Selo SESC
Criado há 16 anos, o Selo SESC tem o objetivo de registrar a amplitude da produção artística brasileira construindo um acervo pontuado por obras de variados estilos, épocas e linguagens. Recentemente, foram lançados no mercado digital os álbuns Sessões Selo SESC #6: Rakta + Deafkids e Sessões Selo SESC #7: João Donato + Projeto Coisa Fina. O CD-livro São Paulo: paisagens sonoras (1830-1880) da pesquisadora e cantora Anna Maria Kieffer; o DVD Exército dos Metais, da série O Som da Orquestra, O Romantismo de Henrique Oswald (José Eduardo Martins e Paul Klinck) e os CDs Dança do Tempo (Teco Cardoso, Swami Jr. e BB Kramer), Espelho (Cristovão Bastos e Maury Buchala), Eduardo Gudin e Léla Simões, Recuerdos (Tetê Espíndola, Alzira E e Ney Matogrosso), Música Para Cordas (André Mehmari), Estradar (Verlucia Nogueira e Tiago Fusco), Tia Amélia Para Sempre (Hercules Gomes), Gbó (Sapopemba), Acorda Amor (Letrux, Liniker, Luedji Luna, Maria Gadú e Xênia França), Copacabana – um mergulho nos amores fracassados (Zuza Homem de Mello), Tio Gê – O Samba Paulista de Geraldo Filme (vários artistas), o tríptico Imaginário Sonoro Brasileiro, do Grupo Anima, composto pelos álbuns Donzela Guerreira, Encantaria e Mar Anterior e Nana, Tom, Vinicius, de Nana Caymmi, disponibilizados nas plataformas de streaming.
+ SESC Digital
A presença digital do SESC São Paulo vem sendo construída desde 1996, sempre pautada pela distribuição diária de informações sobre seus programas, projetos e atividades e marcada pela experimentação. O propósito de expandir o alcance de suas ações socioculturais vem do interesse institucional pela crescente universalização de seu atendimento, incluindo públicos que não têm contato com as ações presenciais oferecidas nas 40 unidades operacionais espalhadas pelo estado.
Saiba +: SESC Digital
Serviço:
Selo SESC apresenta Não Repare a Bagunça
Um vídeo novo, todas às quintas-feiras, às 17h, no canal do Selo SESC no Youtube (youtube.com/seloSESC) e também no SESC Digital (SESCsp.org.br/nrb)
23/7 – Estreia
Brazuca, com Manoel Cordeiro (guitarra/sintetizadores), Marlon Sette (trombone), Pupillo (bateria) e Kassin (baixo)
Não Repare a Bagunça – Próximos episódios
30/7
Juntos, porém Separados, com Nenê (piano), Carlos Ezequiel (bateria), Sizão Machado (baixo) e Letieres Leite (flauta)
6/8
Sol no quintal, com Victor Fão (trombone), Alana Ananias (bateria), Kiko Bonato (órgão/teclado), Marcos Mossi (guitarra) e Lua Bernardo (baixo)
13/8
Choro barroco, com André Mehmari (piano) e Rafael Cesário (violoncelo).