Completando três meses no ar e com mais de 250 mil visualizações, a série Cinema Em Casa Com SESC, realizada pelo SESC São Paulo, traz a cada quinta-feira uma programação de filmes em streaming na plataforma SESC Digital, com curadoria do CineSESC. E neste mês, a partir do dia 6, dá início a um novo ciclo exclusivamente dedicado à autoria indígena. Basta acessar o Cinema Em Casa para conferir longas e curtas-metragens, ficcionais e documentais, sempre a partir de quinta-feira, com acesso gratuito a qualquer hora do dia para ver e rever quando e onde quiser e sem necessidade de cadastro.
Nesta semana, o #EmCasaComSESC exibe o longa de ficção A Caça, de Thomas Vintenberg. O drama sueco-dinamarquês de 2012 narra a história de Lucas, homem de meia idade que após seu divórcio tem uma nova namorada, um novo trabalho e reconstrói sua relação com Marcus, seu filho adolescente. Porém, quando a neve começa a cair e as luzes de Natal se iluminam, uma mentira espalha-se como um vírus invisível. O estupor e a desconfiança propagam-se e a pequena comunidade mergulha na histeria coletiva, obrigando Lucas a lutar para salvar sua vida e dignidade.
Outra estreia da semana é O Reino da Beleza, que traz roteiro e direção do canadense Denys Arcand. No filme, o personagem Luc, um jovem arquiteto talentoso, vive uma vida tranquila com a esposa, Stéphanie, na área de Charlevoix. Um dia, ele aceita ser o membro de um júri de arquitetura em Toronto. Lá, ele encontra Lindsay, uma mulher misteriosa que vai virar sua vida de cabeça para baixo.
A partir desta quinta, 6 de agosto, o público também poderá conferir o longa nacional Cabra Cega, de Toni Venturi, que narra a história de Tiago e Rosa, dois jovens militantes da luta armada que sonham com uma revolução social no Brasil. Após ser ferido por um tiro em uma emboscada feita pela polícia, Tiago precisa se esconder na casa de Pedro, um arquiteto simpatizante da causa. Com o passar do tempo, Tiago passa a ficar preocupado com sua segurança, adotando um comportamento estranho e colocando em dúvida se Pedro seria um traidor.
Outra estreia da semana é a animação francesa Kiriku – Os homens e as mulheres, de Michel Ocelot. No último filme da trilogia, o herói Kiriku é chamado para salvar sua aldeia de perigos sobrenaturais e humanos, o que ele faz com muita astúcia e humor, além de certa ingenuidade sobre o mundo. Contado pelo seu avô, o Homem Sábio que vive na Montanha Proibida, o filme entrelaça uma coleção de fábulas misturando narrativa tradicional e mitologia com pedaços de humor e sagacidade.
E inaugurando um novo eixo temático com a exibição de filmes de autoria indígena, entre obras clássicas e contemporâneas realizadas por coletivos e diretores de diversas etnias e regiões do Brasil, a série Cinema #EmCasaComSESC traz dois documentários de Alberto Alvares: A Origem da Alma – Tekowe Nhepyrun, que apresenta depoimentos dos mais velhos da aldeia Yhowy, Guaíra-PR, compartilhando conhecimentos sobre a origem do modo de ser Guarani e O Último Sonho, que homenageia o grande líder espiritual Guarani Wera Mirim – João da Silva, da aldeia Sapukai, de Angra dos Reis-RJ.
A programação do Cinema #EmCasaComSESC contempla quatro eixos principais, além do novo ciclo de autoria indígena. Uma curadoria de clássicos do cinema, em sua maioria cópias restauradas e exclusivas na plataforma; uma seleção contemporânea internacional, com filmes que tiveram uma trajetória relevante em festivais no mundo todo e que merecem uma nova oportunidade de exibição ao público; uma janela dedicada ao cinema nacional, com produções de grande alcance de público e filmes independentes que merecem maior espaço de exibição – haverá também destaque aos documentários, ponto forte na produção cinematográfica brasileira e, por fim, uma seleção de filmes infanto-juvenis, visando a formação de público, desde os primeiros anos de vida, para a diversidade do cinema e ampliação do lastro de narrativas.
Pelo ciclo de autoria indígena, a cada mês, um filme ou seleção de filmes entra em cartaz na plataforma do SESC Digital – Cinema #EmCasaComSESC e fica disponível ao público pelo período de 30 dias. São produções que ampliam olhares sobre a diversidade cultural, por meio de um cinema que se realiza nas e com as florestas, os cerrados, a natureza, o território, a cosmologia. Os filmes resultam de um intenso processo de apropriação tecnológica contemporânea a partir de matrizes culturais tradicionais que fazem do cinema um potente caminho para o fortalecimento cultural, fonte de expressão de diversas formas de ser e estar no mundo e de transmissão de saberes.
Para a curadoria desse primeiro ciclo especial, o CineSESC convidou a documentarista e antropóloga Júnia Torres, organizadora e curadora do forumdoc.bh – Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte. Segundo Júnia, o intuito dessa programação é “compartilhar títulos exemplares de um fenômeno em curso: a consolidação de novos protagonismos na cena autoral audiovisual recente, resultado da revolução tecnológica promovida pelo cinema digital e suas apropriações estéticas por diferentes grupos”. Este ciclo de filmes confere visibilidade a partir dessa produção, abrindo um canal potente para um cinema pulsante, realizado por novas e novos realizadores e realizadoras de diferentes povos. “São filmes que, ao incluir sujeitos historicamente apartados da perspectiva autoral cinematográfica, demarcam novos territórios, provocam um deslocamento e uma descolonização do olhar e uma ampliação conceitual e política que importa potencializar e que não podemos, hoje, desconhecer”, completa a curadora.
ESTREIAS Cinema #EmCasaComSESC 6 DE AGOSTO
A Caça
(Dir.: Thomas Vintenberg, Dinamarca – Suécia , 2013, 111 min, Ficção, 14 anos)
Após um complicado divórcio, Lucas, quarenta anos, tem uma nova namorada, um novo trabalho e reconstrói sua relação com Marcus, seu filho adolescente. Mas há algo errado. Uma observação passageira. Uma mentira aleatória. E quando a neve começa a cair e as luzes de Natal se iluminam, a mentira espalha-se como um vírus invisível. O estupor e a desconfiança propagam-se e a pequena comunidade mergulha na histeria coletiva, obrigando Lucas a lutar para salvar sua vida e dignidade.
O Reino da Beleza
(Dir.: Denys Arcand, Canadá, 2017, 102 min, Ficção, 16 anos)
Luc, um jovem arquiteto talentoso, vive uma vida tranquila com a esposa, Stéphanie, na área de Charlevoix. Linda casa, esposa bonita, jantar com amigos, golfe, tênis, caça… uma vida perfeita, por assim dizer. Um dia, ele aceita ser o membro de um júri de arquitetura em Toronto. Lá, ele encontra Lindsay, uma mulher misteriosa que vai virar sua vida de cabeça para baixo.
Cabra Cega
(Dir.: Toni Venturi, Brasil, 2005, 105 min, Ficção, Livre)
Tiago e Rosa são dois jovens militantes da luta armada, que sonham com uma revolução social no Brasil. Após ser ferido por um tiro, em uma emboscada feita pela polícia, Tiago precisa se esconder na casa de Pedro, um arquiteto simpatizante da causa. Tiago é o comandante de um “grupo de ação” de uma organização de esquerda, que está no momento debilitada e estuda um retorno à luta política. Rosa é o contato de Tiago com o mundo, sendo agora ainda mais importante por estar ferido. Com o passar do tempo, Tiago passa a ficar preocupado com a segurança deles, adotando um comportamento estranho e colocando dúvidas em Pedro se ele não seria um traidor.
Kiriku – Os Homens e as Mulheres
(Dir.: Michel Ocelot, França, 2015, 88 min, Ficção, Livre)
No último filme da trilogia, Kiriku é chamado para salvar sua aldeia de perigos sobrenaturais e humanos, o que ele faz com muita astúcia e humor, além de certa ingenuidade sobre o mundo. Contado pelo seu avô, o Homem Sábio que vive na Montanha Proibida, o filme entrelaça uma coleção de fábulas misturando narrativa tradicional e mitologia com pedaços de humor e sagacidade.
A Origem da Alma – Tekowe Nhepyrun
(Dir.: Alberto Alvares, Brasil, 2015, 36 min, Documentário, Livre)
Para nós Guarani, a alma é a conexão entre o corpo e o espírito. O documentário A Origem da Alma apresenta o depoimento dos mais velhos da aldeia Yhowy, Guaíra, Paraná, compartilhando conhecimentos sobre a origem do modo de ser Guarani.
O Último Sonho
(Dir.: Alberto Alvares, Brasil, 2019, 60 min, Documentário, Livre)
O documentário homenageia o grande líder espiritual Guarani Wera Mirim – João da Silva, da aldeia Sapukai, em Angra dos Reis – RJ, que teve o seu passamento em 2016. Ele sempre ouvia e seguia a orientação de Nhanderu para guiar o seu povo na caminhada no território através da sabedoria e do seu sonho e de suas belas palavras.
+ FILMES EM CARTAZ
Quem navega pela plataforma SESC Digital encontra outras que permanecem disponíveis para acesso gratuito e irrestrito do público. Em Cinema Em Casa , há o clássico De Crápula a Herói, de Roberto Rossellini, o alemão Manifesto, do cineasta e multiartista Julian Rosefeldt, o terror surrealista A Hora do Lobo, do sueco Ingmar Bergman, e a cópia restaurada de Mamma Roma, de Pier Paolo Pasolini.
Também permanecem no serviço de streaming do SESC São Paulo, o belo A Carruagem de Ouro, do francês Jean Renoir, Os Palhaços, de Federico Fellini, Academia das Musas, de José Luis Guerín, Violência e Paixão, de Luchino Visconti e Paterson, de Jim Jarmusch, que teve sua exibição prorrogada devido à grande procura do público.
A produção do cinema nacional tem um espaço de destaque no SESC Digital, com 12 títulos, entre filmes, documentários a animações. A lista conta com Corpo Elétrico, do diretor Marcelo Caetano, Todos os Paulos do Mundo, de Gustavo Ribeiro e Rodrigo de Oliveira, e Ela Volta na Quinta, de André Novais Oliveira. Completam a lista os infantis Garoto Cósmico e O Menino e o Mundo, de Alê Abreu.
Ainda estão em cartaz Francofonia – Louvre sob Ocupação, de Alexander Sokurov, o documentário franco-alemão Visages, Villages, da cineasta belga Agnès Varda e do fotógrafo e artista urbano francês JR, pseudônimo de Jean Réné, A Sociedade Secreta de Souptown, do diretor Margus Paju, Cinco Graças, da diretora turco-francesa Deniz Gamze Ergüven, Entrelaços, da japonesa Naoko Ogigami e os documentários brasileiros Partido Alto e Encantado – O Brasil em Desencanto.
Continuam em cartaz também a ficção Kapò – Uma História do Holocausto, do diretor italiano Gillo Pontecorvo, além do longa E Então Nós Dançamos, e da ficção Quase Samba, além da animação nacional infantil Peixonauta – Agende Secreto da O.S.T.R.A.
CINESESC
Um dos cinemas de rua mais queridos da cidade, o CineSESC iniciou seu funcionamento em 21 de setembro de 1979, no número 2075 da rua Augusta, na cidade de São Paulo, e se dedica à missão de fomentar a difusão do cinema de qualidade, exibindo obras que muitas vezes ficam fora do circuito comercial nas salas de cinema e plataformas online. Sua programação inclui grandes e pequenas produções do mundo todo.
Além de integrar o corpo de curadores em mostras especiais, o CineSESC também recebe festivais importantes do calendário cinematográfico paulistano, como a Mostra Internacional em São Paulo, Festival Mix Brasil e o Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo, entre outros. O cuidado com a programação tem reconhecimento do público e da crítica, que o elegeu, por diversas vezes, a melhor sala especial de cinema na cidade de São Paulo.
Serviço:
Cinema #EmCasaComSESC
Toda semana, sempre a partir de quinta-feira, tem quatro novos filmes para streaming: SESCsp.org.br/cinemaemcasa.