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Portaria publicada no Diário Oficial da União reconhece que setor de atividades artísticas, criativas e de espetáculos é o mais impactado pela pandemia

Brasil, por Kleber Patricio

Imagem de Free-Photos por Pixabay.

O setor de cultura e entretenimento está ciente de que liberar todas as atividades sem um respaldo científico é inviável. No entanto, a disparidade no tratamento dispensado pelos governos vem provocando revolta nos profissionais da área. “Por que os eventos culturais e de entretenimento não recebem o mesmo tratamento que outros segmentos, como shoppings, igrejas, e partidos políticos que já estão retomando as atividades?”, afirma Doreni Caramori Júnior, empresário e presidente da Abrape (Associação Brasileira dos Promotores de Eventos). A Portaria Nº 20.809 da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, publicada segunda-feira (14) no Diário Oficial da União, listou as atividades artísticas, criativas e de espetáculos como o setor da economia mais impactado pela pandemia após a decretação da calamidade pública decorrente da Covid-19.

Além disso, para Doreni, os governos estaduais e municipais não conseguem mais fiscalizar de forma abrangente, o que pode ser visto com os inúmeros eventos clandestinos que acontecem em todo país. “Não iremos pagar a conta sozinhos enquanto as aglomerações clandestinas, bem como o descontrole do estado das atividades autorizadas mediante protocolo, continuam ocorrendo. Queremos transparência. A falta de uma postura que respeite a importância do nosso setor pode nos levar a tomar medidas mais contundentes, tais como entrar com pedidos de indenização, caso não haja uma política clara que preveja a retomada urgente das atividades”, reforça.

O presidente da Abrape, Doreni Caramori Júnior. Foto: divulgação

Doreni destaca que faltam coerência e equidade neste debate. Já são seis meses sem eventos, com empresas passando dificuldades e desemprego entre trabalhadores formais e informais que atuam na cadeia.

O setor de cultura e entretenimento é responsável por 4,32% do PIB nacional e reúne um universo de aproximadamente 60 mil empresas. “Se tudo continuar como está, podemos chegar, em outubro, a 841 mil desempregados, caso não haja segurança nas variáveis que definirão o retorno das atividades. Se ficarmos estagnados até outubro, mais da metade das ocupações formais deixará de existir. Entre formais e informais, 3 milhões podem ficar sem renda”, explica.

(Com Alessandro Padin/Conteúdo Empresarial)