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Artigo/Cinema: “Yo soy buena: a Espanha já começou o seu legado”, por Daniel Bydlowski

Espanha, por Kleber Patricio

Imagem de “Alguém tem que morrer”. (divulgação)

Com frases marcantes, La Casa de Papel começou uma nova era das séries e as produções espanholas, cada vez mais, conquistam um espaço nas plataformas de streaming e nas telinhas de todo o mundo.

Os Favoritos de Mídias é a mais recente delas. Inspirada no conto de Jack London, pessoas são mortas enquanto um empresário bilionário está no dilema se deve ou ceder uma grande quantia em dinheiro a criminosos para que eles parem de assassinar. A pergunta de ouro é: quantas mortes ele vai aguentar?

Tensão, pânico, terrorismo psicológico, simpatia por criminosos e questões sociais são os temas que estão em primeiro plano das séries espanholas. Se a força começou com o maior assalto já visto no país, continua com Vis a Vis, As Telefonistas e muito mais.

Uma premonição faz parte do catálogo: Zona de Separação fala sobre um vírus mortal que assolou a população e a dividiu em duas partes; uma de privilegiados e outra, onde ficam os reles mortais.

Vis a Vis aborda o cotidiano nada normal de um presídio feminino e divide opiniões quando comparada a famosa Orange Is the New Black. O que tem de diferente? Fácil: a latinidade. Não podemos deixar de dizer que o latino tem aquele sangue quente, que deixa tudo mais agressivo ou passivo – dramático.

Para os jovens-adultos, está disponível há um tempo a série Elite, que traz a diferença social como ponto forte da narrativa, bem como a mistura étnica muito comum nos países latinos. Você realmente vai querer saber o que aconteceu na vida daquelas pessoas, além de ser massacrante e excitante esperar pela descoberta do assassino.

As Telefonistas traz o contexto de emancipação da mulher e toda a garra que elas têm mostrado no mercado de trabalho para conseguirem ser bem sucedidas. Elas lutam contra pai castrador, chantagem e casamentos abusivos. Uma série libertadora.

Diante de tantos sucessos, é inegável o legado que a Espanha está construindo aos poucos e com bons conteúdos. Ainda, quem está cada vez mais vidrado pelos encantos espanhóis pode assistir Alguém Tem que Morrer, Alto Mar e Hache.

O cineasta brasileiro Daniel Bydlowski é membro do Directors Guild of America e artista de realidade virtual. Faz parte do júri de festivais internacionais de cinema e pesquisa temas relacionados às novas tecnologias de mídia, como a realidade virtual e o futuro do cinema. Daniel também tenta conscientizar as pessoas com questões sociais ligadas à saúde, educação e bullying nas escolas. É mestre pela University of Southern California (USC), considerada a melhor faculdade de cinema dos Estados Unidos. Atualmente, cursa doutorado na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. Recentemente, seu filme Bullies foi premiado em NewPort Beach como melhor curta infantil. No Comic-Con, recebeu 2 prêmios: melhor filme fantasia e prêmio especial do júri. O Ticket for Success, também do cineasta, foi selecionado no Animamundi e ganhou de melhor curta internacional pelo Moondance International Film Festival.