Entre apaixonados por animais, são frequentes as histórias de resgate e ajuda voluntária a bichinhos necessitados. Mas você sabia que doando sangue do seu pet é possível salvar mais de uma vida animal em risco? Neste 25/11, Dia Mundial do Doador de Sangue, também é preciso falar do quão importante é esta iniciativa.
Isso porque ter bolsas de sangue animal à disposição é essencial nos estabelecimentos que realizam procedimentos de emergência, como casos de hemorragia, atropelamentos e cirurgias em decorrência de diferentes tipos de quadros. “Embora tenha alta rotatividade em hospitais médico-veterinários, isso ainda é pouco divulgado e, infelizmente, o número de bancos de sangue para animais no Brasil é pequeno”, afirma Paulo Corte, membro das comissões de Entidades Veterinárias Regionais (Cevrsp) e Técnica de Clínicos de Pequenos Animais (Ctcpa) do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).
De acordo com Corte, no hospital em que ele atua como diretor, no interior de São Paulo, são utilizadas, em média, oito bolsas de sangue por semana, ou seja, mais do que uma por dia. “Por isso, os estoques precisam ser constantemente abastecidos.”
Portanto, a existência e o abastecimento contínuo de bancos de sangue animal são imprescindíveis. “Com a transfusão, é possível suprir as necessidades básicas de vida do animal, mantendo-o vivo até que se possam fazer outros procedimentos”, ressalta o médico-veterinário Otávio Verlengia, que também integra a Ctcpa/CRMV-SP.
Requisitos para doação
Para que o animal esteja apto a ser um doador, ele precisa preencher alguns pré-requisitos. Confira quais são:
Cães | ter no máximo oito anos; pesar mais de 25 quilos; estar com as vacinas anuais em dia; estar com o controle de pulgas, carrapatos e vermes em dia; não ter recebido transfusão sanguínea; não ter realizado cirurgia nos últimos 30 dias e, se fêmea, não estar no cio nem prenhe.
Gatos | ter entre um e sete anos; pesar no mínimo quatro quilos; não apresentar doenças; estar com as vacinas anuais em dia; estar com o controle de pulgas, carrapatos e vermes em dia e não ter recebido transfusão sanguínea.
“Preenchendo esses pré-requisitos, os animais passam por avaliação clínica. Se estiver tudo bem, são encaminhados para o exame de triagem e, com resultados satisfatórios, os animais são considerados doadores aptos”, diz Corte.
Coleta
O médico-veterinário explica que, quando a coleta de sangue é realizada, uma amostra é separada para diversos testes de doenças infecciosas. A coleta é rápida, dura em torno de 15 minutos e o tutor pode acompanhar todo o processo. “Após a coleta, o animal deve ficar 24 horas de repouso”, recomenda Corte.
Sobre o CRMV-SP
O CRMV-SP tem como missão promover a Medicina Veterinária e a Zootecnia por meio da orientação, normatização e fiscalização do exercício profissional em prol da saúde pública, animal e ambiental, zelando pela ética. É o órgão de fiscalização do exercício profissional dos médicos-veterinários e zootecnistas no estado de São Paulo, com mais de 42 mil profissionais ativos. Além disso, assessora os governos da União, estados e municípios nos assuntos relacionados às profissões por ele representadas.