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Maestros e gestores culturais discutem projetos e identidade artística em Fórum na Unicamp

Campinas, por Kleber Patricio

O regente titular da Orquestra Experimental de Repertório de São Paulo, Carlos Eduardo Moreno, participa da discussão sobre os processos de definição da identidade artística e de engajamento dos músicos para o fortalecimento da imagem institucional.

O regente titular da Orquestra Experimental de Repertório de São Paulo, Carlos Eduardo Moreno, participa da discussão sobre os processos de definição da identidade artística e de engajamento dos músicos para o fortalecimento da imagem institucional.

Com o intuito de discutir projetos e políticas de gestão, como o apoio ao desenvolvimento de orquestras sinfônicas, atualizações na legislação e processos para criação de identidade artística institucional, o Auditório V da Faculdade de Ciências Médicas (FCM/Unicamp) sedia nesta quinta, 2 de junho, a segunda edição do Fórum Gestão Orquestral e Compromisso Social. Promovido pelo Centro de Integração, Documentação e Difusão Cultural da Unicamp (Ciddic) e Orquestra Sinfônica da Unicamp, com curadoria de Cinthia Alireti (regente da OSU), o evento será realizado das 8h30 às 17h. Entre os participantes, o maestro Leonardo Panigada, membro fundador do primeiro núcleo do programa de educação musical e inclusão social El Sistema, na província de Barquisimeto, na Venezuela, onde estudou Gustavo Dudamel, uma das coqueluches da regência mundial.

O Fórum é aberto a todos os interessados ligados a orquestras ou instituições sociais/culturais/musicais e gestores de diversos setores com interesse no funcionamento de modelos institucionais. As inscrições, gratuitas, podem ser feitas pelo site http://www.ciddic.unicamp.br/form_cadastro_gestao_orq_comp_social.php.

O secretário de Cultura de Campinas, Ney Carrasco.

O secretário de Cultura de Campinas, Ney Carrasco.

As Políticas Culturais Regionais serão discutidas na primeira mesa redonda do dia, com moderação de Leonardo Martinelli (compositor, diretor de formação da Fundação Theatro Municipal de São Paulo) e a participação dos debatedores Ney Carrasco (secretário de Cultura de Campinas) e Jean Camoleze (secretário de Cultura de Jundiaí). Na ocasião, os participantes avaliam estratégias de valorização do produto regional cultural, além de projetos e políticas de educação musical como ferramenta de desenvolvimento cultural e social de uma região.

Na sequência, o maestro Leonardo Panigada apresenta o modelo institucional introduzido nas Orquestras Sinfônicas Venezuelanas, conhecido como El Sistema.  O regente irá levantar questões administrativas, pedagógicas, sociais e políticas sobre o sistema que revolucionou tanto o conceito de formação de orquestras sinfônicas como os princípios de educação da música nos tempos atuais.

O maestro Leonardo Panigada. Fotos: divulgação.

O maestro Leonardo Panigada. Fotos: divulgação.

A segunda mesa será formada pelo maestro Lutero Rodrigues (professor de regência da UNESP), Maria Elisa Pasqualini (gestora do acervo musical do Theatro Municipal de São Paulo), Rodrigo Morte (compositor, arranjador e diretor artístico da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas) e José Augusto Mannis (professor de composição do IA/Unicamp). Os participantes discutem, na ocasião, temas relacionados à execução de música nacional, como a viabilização de materiais de execução, atualização da lei de direitos autorais, o compromisso com a difusão da cultura nacional entre fronteiras, a formação do gosto musical pelo produto nacional e o papel do músico na valorização deste repertório.

O processo de definição da identidade artística de uma instituição, as estratégias de engajamento dos músicos no processo de fortalecimento da imagem institucional e de conexão com a comunidade estão entre as pautas da terceira e última mesa. As apresentações terão como moderador o compositor Guilherme Kawakami e como debatedores Luis Gustavo Petri (criador e regente titular da Orquestra Sinfônica de Santos), Carlos Eduardo Moreno (regente titular da Orquestra Experimental de Repertório/São Paulo), Eduardo Ostergren (diretor artístico e regente da Orquestra Sinfônica de Sorocaba e da Orquestra Sinfônica de Bragança Paulista) e Claudia Feres (regente titular e diretora artística da Orquestra Municipal de Jundiaí). O grupo ainda discute a função dos compromissos com a cultura local, a seleção de repertório como estratégia de visibilidade e a identidade institucional de maneira geral.

Segundo a regente da Sinfônica da Unicamp, Cinthia Alireti, o papel das orquestras sinfônicas no Brasil tem se reciclado rapidamente, assumindo diferentes funções dentro da sociedade. “O aumento da profissionalização de músicos e gestores da área cultural pode ser constatado na melhoria da qualidade artística, assim como na eficiência dos processos em backstage. Mas devemos lembrar que o valor desta conquista só pode existir a partir de dois fatores: da capacidade do público de perceber e compreender esse avanço e da habilidade dos profissionais da cultura em manter o sucesso e a renovação da arte no cenário atual”, observa, acrescentando que “Programas de educação musical, projetos de acesso à cultura, pesquisas e parcerias que buscam o desenvolvimento cultural sem fechar os olhos para a realidade de uma região, contribuem diretamente na elevação do nível artístico e social em cada região do país”.

Conversei hoje com a regente da Camerata Filarmônica de Indaiatuba, Natália Larangeira, e ela me contou que também já está inscrita para o evento.

Serviço:

Fórum Gestão Orquestral e Compromisso Social – Ciddic/Orquestra Sinfônica da Unicamp

Curadoria: Cinthia Alireti (Ciddic/OSU) e Nicole Somera (Ciddic/OSU)

Quando: 2 de junho de 2016 (quinta-feira)

Horário: 8h30 às 17h

Local: Auditório V da Faculdade de Ciências Médicas (FCM/Unicamp) – R. Tessália Vieira de Camargo, 126 – Cidade Universitária, Campinas/SP

Entrada gratuita

Programação completa: http://www.ciddic.unicamp.br/foruns_osu.php?cod=1.