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Mercado de vinhos celebra expansão recorde em 2020

Brasil, por Kleber Patricio

Jonas Martins e Gustavo Martins, da MMV, na Viña Alto Roble. Foto: divulgação.

O vinho foi uma das bebidas prediletas dos brasileiros em 2020 – é o que revelam dados da Ideal Consulting, assessoria especializada no mercado de bebidas. O consumo médio de vinho no Brasil aumentou mais de 20% em 2020, saltando de 2,1 litros/habitante em 2019 para 2,7 litros/habitante.

Dados da OVI (The International Organisation of Vine and Wine) já apontavam o Brasil como um mercado crescente nos últimos anos; porém, foi apenas em 2019 que o país ultrapassou a marca de 2 litros/habitante. Segundo especialistas, uma das razões para esse salto em 2020 foi a pandemia de covid-19. Com a necessidade de ficar mais tempo em casa e o fechamento de bares e restaurantes durante um período do ano, o investimento em bebidas mais refinadas e a mudança de hábitos fizeram o consumo de vinho ir de vento em popa.

Essa tendência também foi observada pelo comércio. Jonas Martins, diretor comercial da MMV Importadora de Vinhos, relata que o mercado esteve aquecido durante o ano todo.

“Se lá em março alguém me dissesse que venderíamos o quanto vendemos em 2020, eu diria que esta pessoa estava maluca”, celebra. Ele relata que o faturamento da MMV em 2020 superou os de 2017/18/19 juntos. A empresa já estava em processo de expansão mesmo antes da pandemia. Houve um grande aumento de portfólio, especialmente com vinhos portugueses e vinhos argentinos orgânicos e biodinâmicos, além dos rótulos tradicionais que já faziam sucesso no mercado brasileiro, com vinhos que alinham qualidade e preços muito acessíveis.

A boa “maré” inclusive levou Jonas Martins, que também é sommelier, a colocar em prática um sonho antigo: abrir um Wine Bar em Curitiba. Mesmo com muitos comércios de gastronomia sofrendo com sanções durante a pandemia, Martins observou que aquele seria o momento ideal para realizar esse investimento, aproveitando uma futura abertura de mercado e o aumento do consumo por parte do público. “O hábito de tomar vinho é um hábito que fica. E, também, queremos quebrar esse paradigma de que vinho é algo apenas para a alta sociedade”, enfatiza o sommelier.

Jonas inclusive conta que um dos seus clientes lhe relatou, em conversa no bar, que bebia apenas cerveja, mas, durante a pandemia, resolveu arriscar um vinho aqui, outro acolá. Hoje em dia, ele não consegue mais beber cerveja e virou um apreciador de vinho.

A tendência é de que o consumo de vinhos em 2021 siga na crescente. “Não podemos deixar de aproveitar esse momento. Nosso trabalho é mostrar que existem vinhos muito bons a preços bem legais e, em 2021, queremos que esses vinhos cheguem a diversas partes do Brasil”, ressalta Jonas Martins.