O cantor e multiartista Novíssimo Edgar assina a direção e roteiro do curta-metragem Erva de Gato, projeto produzido pela artista Giulia Del Bel (Meu nome é Bagdá), que também faz parte do elenco, junto com Grace Passô (Praça Paris) e Ítalo Martins (Cidade Invisível). A codireção é de Sabrina Duarte e a trilha-sonora do produtor e baterista Pupillo (ex-Nação Zumbi).
O filme é uma obra de ficção que se passa num Brasil separado em três fronteiras após uma guerra civil: “Confederalismo Democrático do Nordeste”, “Sul é meu País” e “Amazônia (The Resort)”. Um grupo de amigos (Grace Passô, Ítalo Martins e Edgar) se encontra em uma casa no “Estado Autônomo”, onde fica localizada a última base do SUS (o último sistema público de saúde do mundo), onde resiste a personagem Clarice Sabino de Jesus (Giulia Del Bel), uma das últimas trabalhadora da instituição, que carrega o sobrenome das cientistas brasileiras que decodificaram o genoma do coronavírus. Em uma brincadeira do copo, desperta um espírito adormecido no corpo de Gato, que recebe uma missão: retornar 500 anos no tempo e esconder o continente Americano dos colonizadores. O filme, que ainda está em fase de filmagens, tem previsão de lançamento no segundo semestre de 2021.
“A ideia por trás do filme é trazer uma sensação de falta e angústia, em uma visita a um Brasil desamparado e que existem tentativas isoladas e pessoais de um melhor contexto político. O Sistema Único de Saúde é um oráculo e um dos maiores bens da humanidade; serve de exemplo para outros projetos de saúde e cidadania, ainda que os brasileiros saibam de todas as dificuldades e filas para conseguir o atendimento. É melhor ter uma UBS no bairro do que cinco escritórios de atendimento particular popular”, observa Edgar.
O filme contou com o apoio da Converse, criadora do famoso modelo Chuck Taylor All Star. A marca, já parceira do Novíssimo Edgar, forneceu produtos para a produção e também contou com dois membros da sua comunidade criativa, os Converse All Stars, Giulia Del Bel e Luciana Barreto. Veja o teaser aqui.
Erva de Gato
Curta-metragem em fase de filmagem
Direção: Novíssimo Edgar e Sabrina Duarte
Elenco: Grace Passô, Ítalo Martins, Giulia Del Bel, Taciana Bastos e Luciana Barreto
Produção e Produção Executiva: Giulia Del Bel
Trilha Sonora: Pupillo (Ex- Nação Zumbi)
Making Of e Still: Luciana Barreto
Diretora de Produção: Camila Abade
Diretora de Arte: Camila Rhodes
Assistente de Direção: Priscila Lima
Site oficial: Erva do Gato
Apoio: Converse.
Edgar – depoimento | “A ideia por trás do filme é trazer uma sensação de falta e angústia, em uma visita a um Brasil desamparado, e que existem tentativas isoladas e pessoais de um melhor contexto político. O Sistema Único de Saúde é um oráculo e um dos maiores bens da humanidade, serve de exemplo para outros projetos de saúde e cidadania, ainda que os brasileiros saibam de todas as dificuldades e filas para conseguir o atendimento, é melhor ter uma UBS no bairro do que cinco escritórios de atendimento particular popular.
Com essa proposta de que o Brasil se dividiu em três e o SUS é mantido supostamente pela ONU, quero trazer essa questão da nossa cultura precisar ser importada para ser valorizada novamente aqui. Que esse medo de perder o SUS ao assistir o filme sirva como motivação para defender os agentes de saúde, que vêm dando suas vidas na luta contra o coronavírus, dengue e vítimas de abuso policial e do estado capitalista.
A inspiração é novamente a realidade, o momento pandêmico que estamos vivendo. Durante a quarentena, a palavra “se reinventar” foi tão usada que acabou saturada e ninguém conseguiu definir nada dessas reinvenções. A minha proposta foi revitalizar algumas ideias antigas, paradas ou incompletas que o tempo acelerado que vivíamos nunca me deixou finalizar. Essa história já existe desde 2016; durante a quarentena, me debrucei novamente sobre ela e comecei a lapidar e atualizar algumas propostas do argumento. Graças à Giulia Del Bel, a história está saindo do papel e ganhando força.
O processo é sempre mais gostoso do que o resultado, acabamos pesquisando e aprendendo bastante sobre as histórias que queremos contar. A personagem Clarice Sabino de Jesus, que trabalha no SUS, carrega o sobrenome das cientistas brasileiras que decodificaram o genoma do coronavírus.
Os obstáculos ainda continuam os mesmos, ainda mais com esse desmonte da cultura e da educação. Eu sou um artista com muitas ideias e pouco dinheiro, atualmente estamos fazendo uma captação de recursos para conseguir rodar o filme completo, estamos tentando apoios e patrocinadores. A questão é que a história que estamos contando não se enquadra em nenhum feriado criado pelo capitalismo, onde estrategicamente conseguiríamos ser manobra de massa para uma espécie marketing publicitário de pink money ou black money, porém, como o mês da consciência negra para alguns é só em novembro, vamos da nossa maneira tentando contar nossas histórias, seja ficção ou documentário, dessa vez quem vai contar, seremos nós”.