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Empresa de moda praia destina sobras de tecidos para pessoas que vivem do artesanato

Ribeirão Preto, por Kleber Patricio

A diretora financeira da Beijo do Sol, Érika Nogueira Bianchini. Fotos: divulgação.

Fundada em meio à pandemia, em 2020, a Beijo do Sol, empresa de biquínis localizada em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, sabe o que é enfrentar desafios. Prova disso são as iniciativas sustentáveis da marca e a percepção de que o público está cada vez mais engajado em um novo conceito de compra. São os chamados “consumidores conscientes”, atentos aos impactos, descartes e serviços fornecidos.

Um levantamento intitulado Pesquisa sobre vida saudável e sustentável, feito pela consultoria GlobeScan em 27 países, mostra que a parcela de brasileiros cientes do quanto determinados produtos podem ser letais para o meio ambiente aumentou de 69% para 81% no ano passado. A diretora financeira da Beijo do Sol, Érika Nogueira Bianchini, explica que esse compromisso é cumprido em diversas frentes e uma delas é a doação das sobras de tecidos de recortes das peças para artesãos. “As sobras de tecidos usados em nossas coleções são sempre destinadas às pessoas que fazem tapetes e pulseiras justamente para que, ao invés de serem descartadas no meio ambiente, tornem-se fonte de renda para quem mais precisa neste momento difícil que vivemos”, explica.

De acordo com ela, o projeto faz parte de um dos pilares mais importantes da marca, referente à preocupação com toda a comunidade e biosfera, e em pouco mais de um ano de atividade já ajudou dezenas de pessoas desempregadas – além da natureza, já que o tecido de linha praia demora de 70 a 100 anos para se degradar.

Tapetes feitos com sobras de tecidos dos biquinis.

Junto com outras marcas, a fábrica, que fica em Votuporanga, chega a entregar meia tonelada de retalhos por mês. Karina Fonseca, que mora na mesma cidade, é uma das beneficiadas. Logo após perder o emprego durante a pandemia, a dona de casa passou a aprender artesanato com a mãe e não hesitou em investir nessa arte ao descobrir sobre as doações. Hoje, vende suas confecções a partir de R$25 cada. “Está sendo muito bom e gratificante pra mim. Chega a ser terapêutico, porque além de ocupar a cabeça, ganho meu dinheiro honesto e ajudo minha família. Sem o repasse de retalhos e as facilidades da internet, eu não conseguiria me manter em casa trabalhando e protegida do vírus”, afirma.

Ou seja: o encontro necessário entre moda e sustentabilidade, apontado na Pesquisa sobre vida saudável e sustentável e sentido diariamente por lojistas e consumidores, tem sido cumprido e já tem perspectivas de crescimento, sem desculpas para qualquer adiamento.

“Sempre tivemos vontade de abrir um negócio consciente e, ao surgir a oportunidade, a ideia da sustentabilidade foi muito importante no processo. Começamos ao optar por estampas digitais em nossas peças, que geram economia de água e causam menos impacto ao meio ambiente, e ampliamos para a doação de resíduos sólidos. Agora, isso é motivo de orgulho e inspiração para futuras iniciativas internas”, finaliza Érika Bianchini.