O consumidor brasileiro está se mostrando cada vez mais consciente em busca de opções saborosas e que façam bem ao planeta. Pesquisa divulgada no início deste mês pelo Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria — o antigo Ibope Inteligência aqui no Brasil), que foi encomendada pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) no início deste ano, revela que em todas as regiões do Brasil, independente da faixa etária, 46% dos brasileiros já deixam de comer carne por vontade própria ao menos uma vez na semana. Destes, 32% escolhem a opção vegana quando destacada pelo estabelecimento.
O “Veganismo é uma filosofia e estilo de vida que busca excluir, na medida do possível e praticável, todas as formas de exploração e crueldade contra animais na alimentação, vestuário e qualquer outra finalidade e, por extensão, que promova o desenvolvimento e uso de alternativas livres de origem animal para benefício de humanos, animais e meio ambiente.” (livre tradução de The Vegan Society, grupo que criou o termo ‘veganismo’ em 1944 no Reino Unido). E os motivos são consistentes: um estudo da Universidade de Florença, na Itália, constatou que, entre os veganos, o risco de ter câncer é 15% menor, em comparação com quem consome carne e derivados. Já uma revisão publicada no British Medical Journal concluiu que a dieta vegana facilita a perda de peso e, em diabéticos, ajuda a baixar os níveis de glicose, triglicérides e colesterol.
Assim, o comércio começa a inovar e oferecer mais opções aos clientes – a exemplo do Açougue Vegano, primeira rede de franquias genuinamente brasileira e criada com a proposta de atender o público vegano e pessoas que estão querendo reduzir o consumo de carne, e outras empresas como Puravida, Positiva Eco etc.
Mas, como dito acima, essa conscientização tem que ir além da alimentação. “Se você quer respeitar os animais e decidiu não comer apenas carne, mas tolerar resíduos como queijo e ovos, está sendo incoerente. O animal de indústria vai ser morto ali dentro de qualquer jeito, exausto pela exploração de uma vida inteira. A vaca leiteira, por exemplo, é inseminada artificialmente a vida inteira (pois sem filhos = sem leite) e seus filhotes são abatidos aos 3 meses como vitela/baby beef. E, ao final de uma vida inteira de exploração, quando baixa sua produção leiteira, a vaca é mandada para o abatedouro do mesmo jeito. As galinhas poedeiras (que põem ovos) passam a vida presas em gaiolas e, no final, o destino também é o abatedouro. É bem pior ser fêmea, o sofrimento é maior do que simplesmente ser assassinada – é uma escravidão com a morte certa no final”, afirma a Associação Brasileira de Veganismo em seu site.
Enfim, se você se inclui entre os que se preocupam com uma alimentação mais saudável e com o meio ambiente, talvez esteja mais do que na hora de você começar a se informar.