Ganhando terreno internacional, Emanoel Araujo – artista fundamental para o entendimento ampliado e renovado sobre a arte afro-brasileira – tem duas obras que figuram na nova campanha da Tiffany & Co. Gravada na Orum House, em Los Angeles, o filme é uma celebração ao amor moderno e tem, como protagonista, o casal Beyoncé e Jay-Z. Foram escolhidas, para figurar o cenário da campanha, uma obra do artista estadunidense Jean-Michel Basquiat (1960-1988) e duas obras de Araujo: Biombo (2018), escultura em Pau Marfim e ipê roxo, e o totem branco Oxalá (2007), escultura em madeira e tinta automotiva. A escolha do artista – que desponta nas principais instituições culturais do mundo – para compor o cenário do vídeo é resultado de um empenho na internacionalização de seu trabalho, com a sua inclusão em coleções como o LACMA e o Hammer Museum, entre outros museus americanos.
A campanha da Tiffany & Co., disponível no YouTube, foi dirigida por Emannuel Adjei, um aclamado diretor de cinema, escritor e artista visual negro, e apresenta uma interpretação da música Moon River, popularizada pelo filme Bonequinha de Luxo, de 1961. O emblemático diamante Tiffany usado por Beyoncé nas peças publicitárias já foi usado também por celebridades como Audrey Hepburn (a protagonista do já citado Bonequinha de Luxo) e Lady Gaga.
Sobre o artista | Emanoel Araujo (Santo Amaro da Purificação, BA, 1940) é artista plástico, escultor, desenhista, ilustrador, figurinista, gravador, cenógrafo, pintor, curador e museólogo. Baiano, nasceu numa tradicional família de ourives. Foi na oficina do marceneiro e talhador Eufrásio Vargas que, ainda na puberdade, começou a desenvolver seus trabalhos e aprendeu a marcenaria. Muito jovem, aos 13 anos, mergulhou no universo gráfico como funcionário da Imprensa Oficial de sua cidade. Em 1959, realizou sua primeira exposição individual, ainda em sua terra natal. Mudou-se para Salvador na década de 1960 e ingressou na Escola de Belas Artes da Bahia (UFBA), onde estudou gravura.
Araujo já expôs em diversas galerias e mostras nacionais e internacionais, somando cerca de 50 exposições individuais e mais de 150 coletivas. Foi premiado com medalha de ouro na 3ª Bienal Gráfica de Florença, Itália, em 1972. No ano seguinte, recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de melhor gravador e, em 1983, o de melhor escultor. Foi diretor do Museu de Arte da Bahia entre 1981 e 1983, além de ter lecionado artes gráficas e escultura no Arts College, na The City University of New York (1988).
Foi diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo (1992-2002) e fundador do Museu Afro Brasil (2004), atuando como diretor curador da instituição até hoje. Em 2005, exerceu o cargo de secretário municipal de Cultura e, em 2007, foi homenageado pelo Instituto Tomie Ohtake com a exposição Autobiografia do Gesto, que reuniu 45 anos de sua produção. Realizou três mostras individuais no MASP: a primeira em 1981; a segunda, em 1987, intitulada Esculturas em Grandes Formatos e, a terceira, em 2018, no contexto do ano dedicado às histórias afro-atlânticas no museu, nomeada A Ancestralidade dos Símbolos: África-Brasil. Atualmente, Araujo continua produzindo em seu ateliê, dirigindo o Museu Afro e curando importantes mostras ligadas à imagem e cultura do negro e do índio no Brasil. É representado pela galeria Simões de Assis, que detém do artista em toda a América Latina.
(Fonte: a4&holofote comunicação)