Dando continuidade à Temporada 2021, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp se apresenta entre quinta-feira (14/out) e sábado (16/out) na Sala São Paulo, desta vez sob as batutas do maestro estoniano Arvo Volmer, convidado frequente da Orquestra, e de Ricardo Bologna, que além de regente é timpanista solista da Osesp. A Orquestra retoma nestas datas o ciclo Stravinsky 50, que relembra as cinco décadas de morte do compositor russo Igor Stravinsky, com a apresentação de seu Jogo de Cartas – além da abertura-fantasia Romeu e Julieta, de Tchaikovsky (ambos comandados por Volmer), e da obra para 13 percussionistas Ionisation, do francês Edgard Varèse (regida por Bologna). A performance de sexta-feira (15/out), às 20h, será transmitida ao vivo direto da Sala São Paulo pelo YouTube da Osesp.
“Ionisation foi uma das primeiras obras musicais escritas apenas para instrumentos de percussão, lembrando que ela possui piano em sua orquestração, mas ele também é um instrumento de percussão. De certa forma, a composição foi um divisor de águas daquela época [início da década de 1930], já que os timbres da percussão são o foco e ela é construída totalmente em função desses timbres e das ‘cores’ dos instrumentos, sua forma é determinada por esses elementos”, explica o instrumentista e maestro Ricardo Bologna.
“Nessa peça temos dois grandes tipos de timbres: o primeiro tipo são os instrumentos de notas longas, que ressoam bastante, como congos, tantãs, pratos e até sirenes de polícia. E há os timbres que contêm sons muito mais curtos, como bongôs, caixas, blocos de madeira, castanholas e barras de ferro. Varèse, engenhosamente, constrói a peça utilizando essas duas grandes categorias de timbres combinadas, com contrapontos e formas rítmicas diversas, como se os sons longos fossem uma ‘cama’ para os curtos. É uma peça inovadora e que traz a percussão para o primeiro plano, já que até aquela época a percussão erudita era restrita a obras orquestrais, não havia essa independência da percussão e, em Ionisation, esses instrumentos adquirem o papel de protagonistas. Isso influenciou outros compositores, como John Cage e Steve Reich, e um novo universo se abriu na música do século XX, em que a percussão ganhou um papel importante justamente pela questão do timbre, da ‘cor do som’. As músicas de Varèse têm muitos elementos que ajudaram no desenvolvimento das músicas eletrônica e concreta, justamente pelo emprego de instrumentos de percussão e do uso do ‘ruído musical’. Isso gerou ramificações não só para a música para percussão do século XX, mas também para as músicas eletrônica, eletroacústica e concreta”, finaliza Bologna.
Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp | Criada em 1954, é uma das mais importantes orquestras da América Latina. Desde 2020, tem o suíço Thierry Fischer como seu Diretor Musical e Regente Titular, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, pela norte-americana Marin Alsop, que agora é regente de honra. Em 2016, a Osesp esteve nos principais festivais da Europa e, em 2019, realizou turnê pela China. No mesmo ano, estreou projeto em parceria com o Carnegie Hall, com a Nona Sinfonia de Beethoven cantada ineditamente em português. Em 2018, a gravação das Sinfonias de Villa-Lobos, regidas por Isaac Karabtchevsky, recebeu o Grande Prêmio da Revista Concerto e o Prêmio da Música Brasileira.
Arvo Volmer | É um dos maestros mais aclamados da Estônia, cuja carreira é cercada por numerosas gravações de renome. Nascido na Estônia, estudou no Conservatório Nacional de Tallinn (atual Academia Estoniana de Música e Teatro) com Olev Oja e Roman Matsov, e no Conservatório Rimsky-Korsakov, em São Petersburgo, com Ravil Martynov. Estreou na Ópera Nacional da Estônia aos 22 anos, tornando-se regente associado e, em 2004, tornou-se diretor artístico e regente titular. Em 1989, recebeu o prêmio Nikolai Malko, em Copenhague, e, de 1994 a 2005, atuou como regente titular e diretor artístico da Sinfônica de Oulu, na Finlândia. Entre 2004 e 2013, foi diretor musical e regente titular da Sinfônica de Adelaide, da qual se tornou principal regente convidado. Entre 2014 e 2020, foi diretor musical da Orquestra Haydn de Bolzano e Trento. Além de todas as maiores orquestras finlandesas e escandinavas, se apresenta regularmente com a BBC Philharmonic, Orquestra Sinfônica da Cidade de Birmingham, Rundfunk-Sinfonieorchester Berlin, Hamburg NDR Symphony Orchestra, Stuttgart Philharmonic Orchestra, Orchester Philharmonique de Radio France, Orquestra Nacional da França e a própria Osesp, entre outras. Em agosto de 2019, retorna ao Teatro Nacional de Ópera da Estônica como diretor artístico e regente titular.
Ricardo Bologna | Dono de intensa atividade como solista e camerista em concertos pelo Brasil e exterior, Ricardo Bologna é timpanista solista da Osesp e professor do Departamento de Música da Escola de Comunicação e Artes da USP. De 2008 a 2011, foi regente titular da Orquestra Jovem Municipal de São Paulo e, de 2012 a 2015, regente principal da Orquestra Sinfônica da USP. Tem formação pela Unesp, pela Haute École de Musique de Genève (Suíça) e pelo Conservatório de Rotterdam (Holanda). Integra também o conjunto Percorso Ensemble.
PROGRAMA
TEMPORADA OSESP: VOLMER E BOLOGNA
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
ARVO VOLMER REGENTE
RICARDO BOLOGNA REGENTE
Edgard VARÈSE | Ionisation
Igor STRAVINSKY | Jogo de Cartas
Pyotr I. TCHAIKOVSKY | Romeu e Julieta: Abertura-Fantasia.
Serviço:
14 de outubro, quinta-feira, às 20h
15 de outubro, sexta-feira, às 20h – Concerto Digital
16 de outubro, sábado, às 16h30
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16 – São Paulo/SP
Taxa de ocupação limite: 638 lugares
Recomendação etária: 7 anos
Ingressos: Entre R$50,00 e R$100,00
Bilheteria (INTI): https://osesp.byinti.com/
(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Cartões de crédito: VISA, Mastercard, American Express e Diners.
Estacionamento: R$28,00 (noturno e sábado à tarde) e R$16,00 (sábado e domingo de manhã) | 600 vagas; 20 para portadores de necessidades especiais; 33 para idosos.
IMPORTANTE: Desde o início de setembro, para frequentar a Sala São Paulo, é preciso apresentar o comprovante de vacinação contra a Covid-19 — ao menos da 1ª dose, de acordo com o calendário de imunização da cidade de cada um. Essa medida está de acordo com o Decreto Nº 60.488, publicado em 27 de agosto de 2021 no Diário Oficial do município. A obrigatoriedade é válida para estabelecimentos e serviços do setor de eventos com público superior a 500 pessoas —a lotação máxima da Sala atualmente é de 638 lugares, obedecendo ao Protocolo de Segurança. A comprovação é necessária para todos que frequentam a Sala: público, artistas e funcionários.
Como apresentar o certificado de vacinação:
1 – Levando o comprovante original em papel;
2 – Mostrando o comprovante digital, disponível nas plataformas e-SaúdeSP, ConectSUS e Poupatempo.
Informações úteis:
– Quem se recusar a apresentar o documento não poderá ingressar na Sala São Paulo, uma vez que a instituição fica sujeita a penalidades e interdição.
– Crianças de até 12 anos que ainda não foram contempladas pelo calendário de vacinação podem acessar o espaço normalmente.
– Vacinados fora do país devem apresentar o comprovante original.
– Quem não pode tomar a vacina por alguma diretriz médica deve apresentar documento que ateste essa impossibilidade.
A Osesp e a Sala São Paulo são equipamentos do Governo do Estado de São Paulo, por intermédio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, gerenciadas pela Fundação Osesp, Organização Social da Cultura.
(Fonte: Fabio Rigobelo| Fundação Osesp)