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Concerto da Orquestra Ouro Preto celebra a diversidade do piano brasileiro

Belo Horizonte, por Kleber Patricio

Concerto com o pianista convidado Cristian Budu será apresentado dia 21 de novembro com público presencial. Fotos: divulgação.

A Orquestra Ouro Preto está de volta ao palco do SESC Palladium, em Belo Horizonte (MG) para apresentação inédita em homenagem a compositores brasileiros que fizeram e fazem história através do piano. O concerto Orquestra Ouro Preto e o Piano Brasileiro recebe como convidado especial o premiado pianista Cristian Budu para a estreia mundial de O Canto do Curupira, composição assinada por André Mehmari. Será dia 21 de novembro, domingo, às 11h, na programação da Série Domingos Clássicos, com público presencial, seguindo todos os protocolos de segurança sanitária. Os ingressos estão à venda a preços populares no site/aplicativo do Sympla.

Sob a regência do Maestro Rodrigo Toffolo, a apresentação será dividida em duas partes. No primeiro momento, a trajetória do piano brasileiro é apresentada por meio de três dos principais compositores do instrumento. Em concerto comentado pelo pianista Cristian Budu, serão executadas as obras Valsa de esquina nº 5, de Francisco Mignone; Apanhei-te, cavaquinho!, de Ernesto Nazareth e ainda duas pérolas de Heitor Villa-Lobos: Impressões Seresteiras e Festa no Sertão.

Na segunda parte, a famosa lenda do curupira, do folclore brasileiro, ganha uma concepção orquestral inédita em O Canto do Curupira. O concerto especial, encomendado pelo Maestro Rodrigo Toffolo ao compositor e arranjador André Mehmari, é uma rapsódia para piano e orquestra de cordas feita de forma fluida, solta e uma narrativa bastante livre. Segundo a lenda, o curupira é um protetor das florestas e da nossa riqueza natural que despista os caçadores e os encantam com o seu canto, seu silvo, para que eles se percam e não destruam a natureza.

O pianista Cristian Budu.

O concerto une o assobio ao piano em um timbre único, bastante peculiar, que ganhará forma com o talento do pianista Cristian Budu. “O curupira é uma figura mágica, fundamental no pensamento contemporâneo. Minha ideia foi de que o piano fosse a personificação musical do curupira e, para isso, utilizei um timbre específico, que não conheço até então no repertório sinfônico, que é o uníssono do assobio com o piano, um timbre muito querido para mim”, diz Mehmari. Segundo o compositor, esse timbre foi utilizado por Tom Jobim, no final do arranjo de Águas de Março, com Elisa Regina. “O Cristian Budu será então a representação do curupira no piano, fazendo esses sons mágicos do assobio com o piano, dando conta desse discurso que vai desde o jocoso, o brincalhão até o lírico, e a orquestra de cordas é perfeita para acompanhar esse discurso. É um momento de realização poder ver essa obra ganhar vida com a Orquestra Ouro Preto”, completa.

Para o pianista convidado, Cristian Budu, “fazer música com a Orquestra Ouro Preto é sempre um prazer inigualável, um privilégio estar com um grupo que representa tantos ideais cruciais para o nosso tempo e buscar se reinventar olhando a música por diversos ângulos. Esse programa em especial é dedicado ao piano brasileiro, em que vou tocar peças solos e o concerto para piano e orquestra, escrito por um dos maiores músicos da atualidade é que é André Mehmari. Ele é um gênio multinstrumentista, que tem uma linguagem muito própria e muito brasileira. É um momento de muita felicidade, muita honra, tocar esse concerto em Minas, que já virou meu lar”, completa.

A retomada dos concertos presenciais na série Domingos Clássicos, no SESC Palladium, prevê público reduzido e serão seguidos todos os cuidados e protocolos sanitários de saúde e segurança dos músicos, da equipe e do público. A parceria entre Orquestra Ouro Preto e o SESC-MG para formação de novos públicos e democratização da música de concerto propõe invadir as manhãs de domingo com concertos especiais, a preços populares.

A nova geração do piano | Cristian Budu é paulista, filho de romenos e desponta como referência no mundo pianístico. Venceu o renomado Concurso Internacional Clara Haskil (Grande Prêmio + 2 prêmios extras, incluindo o prêmio do público), mais importante conquista por parte de um pianista brasileiro nos últimos 25 anos. Ganhou também prêmios como Instrumentista do Ano (2017) da APCA e Melhor Concerto do Ano (2016) no Guia da Folha.

Compositor, pianista, arranjador e produtor, André Mehmari é considerado pela crítica “um artista singular de imaginação vibrante e generosa”. Nascido em Niterói (RJ), teve seu primeiro contato com a música através de sua mãe já em Ribeirão Preto/SP. Mudou-se para São Paulo em 1995, com seu ingresso no curso de piano erudito da ECA-USP. Compositor prolífico e requisitado, aos 44 anos de idade já é apontado como um dos mais originais e completos músicos brasileiros de sua geração e premiado tanto na área erudita quanto popular. Teve suas composições e arranjos tocados por solistas como Maria João Pires, Ricardo Castro, Emmanuele Baldini, Christopher O’Riley e muitos grupos orquestrais e de câmara. Além de uma vasta e premiada discografia, Mehmari possui uma ativa carreira internacional como solista e criou duos expressivos com músicos como Antonio Meneses, Mário Laginha, Gabriele Mirabassi, Antonio Loureiro, Danilo Brito, Maria João, Hamilton de Holanda, Ná Ozzetti, Maria Bethânia e Mônica Salmaso.

Sobre a Orquestra Ouro Preto | Uma das mais prestigiadas formações orquestrais do país, a Orquestra Ouro Preto completa 21 anos de atividades e se reafirma como uma orquestra de vanguarda. Sob a regência e direção artística do Maestro Rodrigo Toffolo, o grupo se dedica à formação de diferentes públicos com extensa programação nas principais salas de concerto no Brasil e no mundo, além de se destacar no número de visualizações e ouvintes das plataformas de streaming e redes sociais. Sob os signos da excelência e versatilidade, atua também em projetos sociais e educacionais que vão muito além da música, como o Núcleo de Apoio a Bandas e a Academia Orquestra Ouro Preto. Premiado nacionalmente, o grupo tem 12 trabalhos registrados em CD, 7 DVDs. Foi vencedora do Prêmio da Música Brasileira em 2015, na categoria “Melhor Álbum de MPB”, e indicada ao Grammy Latino 2007, como “Melhor Disco Instrumental”, por Latinidade. Os discos Latinidade – Música para as Américas, Antônio Vivaldi – Concerto para Cordas, The Little Prince e Orquestra Ouro Preto e Desvio – Ritmos Brasileiros têm distribuição mundial pela gravadora Naxos, a mais importante do mundo dedicada à música de concerto.

Serviço:

Domingos Clássicos – Orquestra Ouro Preto e o Piano Brasileiro

Dia: 21 de novembro de 2021, domingo, às 11h

Classificação: Livre para todas as idades.

(Fonte: InPress Oficina)