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Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo chega à 16ª edição e celebra o protagonismo feminino na indústria cinematográfica

São Paulo, por Kleber Patricio

“Abajures”, de Paz Encino, inédito no Brasil, faz parte da programação do festival.

A 16ª edição do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo acontece de 10 a 17 de dezembro, em edição híbrida com parte da programação disponibilizada online e outra parte presencialmente no Circuito Spcine em São Paulo. A programação é totalmente gratuita.

Com um total de 38 filmes, entre longas e curtas de 12 países, o festival se firma como uma das mais importantes vitrines destas cinematografias junto ao público brasileiro. Este ano o evento celebra o protagonismo feminino na indústria cinematográfica da América Latina e Caribe em suas mais diversas vertentes: direção, atuação, produção, fotografia, com filmes inéditos, debates, masterclass e uma homenagem à diretora argentina Liliana Romero.

A Cerimônia de Abertura acontece no dia 10/12, sexta, às 19h, online, com uma breve apresentação dos diretores e parceiros do festival. Após a cerimônia, os filmes estarão liberados nas plataformas do festival, SESC Digital, Spcine Play e InnSaeitv, e também nas sessões presenciais no Centro Cultural São Paulo e Spcine Roberto Santos, conforme a programação.

A tradicional mostra Contemporâneos reúne as mais recentes produções cinematográficas latino-americanas e caribenhas, sendo a maioria inéditas no circuito comercial. Um dos destaques é a première nacional de Clarice Lispector – A Descoberta do Mundo, da diretora pernambucana Taciana Oliveira, com registros e imagens de arquivo inéditos sobre a escritora, apresentando novas faces desta que é uma das mais importantes expoentes da história da literatura brasileira. O filme será exibido somente de forma presencial no Centro Cultural São Paulo.

Still de “Anos curtos, dias eternos”.

Também em destaque a mais recente obra da cineasta paraguaia Paz Encina, o filme Abajures, inédito no Brasil e que acaba de estrear no circuito de festivais no Doc Buenos Aires. Em seu terceiro longa-metragem, realizado durante a pandemia da Covid-19, a diretora regressa ao tema de todos os seus filmes: a memória histórica de seu país, o Paraguai, e, em particular, de uma das ditaduras mais longas e obscuras da América Latina, a de Alfredo Stroessner (1954-1989). A diretora é convidada do festival e participa de uma masterclass online.

A cinematografia emergente latino-americana – mais uma vez – está presente no festival com várias pré-estreias de longas-metragens também com foco no protagonismo feminino. Entre elas, os documentários argentinos O Sonho da Montanha,  de Ailén Herradón, sobre os esforços de uma comunidade para conservar suas origens mapuches, e Anos curtos dias eternos, de Silvina Estévez, sobre a maternidade. O delicado drama de ficção venezuelano Um lampejo interior, protagonizado por Silvia, uma mulher forte que padece de uma séria doença e precisa traçar o seu destino e de sua filha, e o filme de suspense Matar a la Bestia, de Agustina San Martín, uma coprodução Argentina, Brasil e Chile, também estreiam no Brasil. Inéditos em São Paulo, a ficção A grande viagem ao país pequeno, da diretora uruguaia Mariana Viñoles, sobre refugiados sírios no Uruguai, e Hope, Soledad, da diretora mexicana Yolanda Cruz, sobre os dramas pessoais de duas mulheres imigrantes no México, são alguns destaques.

Os filmes brasileiros trazem um olhar diferente que visibiliza a pluralidade do cinema nacional. Alguns títulos serão exibidos pela primeira vez numa sala de cinema de São Paulo, como o premiado Carro Rei, de Renata Pinheiro, o documentário Ossos da Saudade, de Marcos Pimentel, o suspense As Almas que dançam no escuro, de Marcos DeBrito, o drama Desterro, de Maria Clara Escobar, inédito em São Paulo, e o híbrido Alianças Profanas – esquizoanálise de uma mente fragmentária, de Well Darwin, inédito no Brasil. O público deverá consultar a programação e confirmar a disponibilidade de cada filme.

Still de “Aind e o Circo Flutuante”.

A diretora argentina Liliana Romero é a grande homenageada desta edição e ganha uma programação especial voltada ao reconhecimento de suas obras, entre longas e curtas premiados em importantes festivais internacionais, incluindo o seu mais recente trabalho, o longa de animação, O Gigante Egoísta. A diretora, que trabalha em cinema de animação desde os anos 90 e transita por diversas técnicas em cada um dos seus trabalhos, participa do encontro virtual A Arte da Animação, Técnicas e Adaptações, na plataforma do SESC Digital e no Youtube do festival.

A sessão Contemporâneas no Curta lança um olhar para a realização nos últimos anos de cineastas brasileiras com obras potentes, ousadas e questionadoras.  Entre os filmes que integram esta sessão está o documental Igual/Diferente/Ambas/Nenhuma, de Adriana Barbosa e Fernanda Pessoa, selecionado para o Festival Internacional de Cine de Huesca, a ficção Menarca, de Lillah Halla, que teve estreia mundial na Semana da Crítica de Cannes, integrou o Festival de Havana e foi premiado como melhor filme do público no Cinelatino de Toulouse.

A programação traz uma novidade: o Foco Cinema Afro-Colombiano, com 4 títulos produzidos, realizados e protagonizados por pessoas afro colombianas trazendo histórias que propõem vias de acesso a outras realidades sócio históricas e culturais, como as dos afrodescendentes na América Latina. São eles: Fullhd, de Catalina Navas e Carolina Torres, Marímbula,  de Diana Kuéllar, O Homem Universal, de Andrés Morales e O Mal dos Sete Dias, de Victor Alfonso González Urrutía.

Still de “Matar a la bestia”.

Para finalizar, o Festival preparou a Coleção Marcelo Sampaio, com uma seleção de sete títulos, entre longas e curtas assinados pelo diretor. Entre eles: Eldorado – Mengele Vivo ou Morto?, Trilha dos Ratos – A Fuga de Nazistas para América, e os curtas O Escritor das Ruas, O Guardado, Pixote 30 Anos Depois e A Menina da Estrada.

Atividades Paralelas | O 16º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo promove uma série de encontros virtuais com nomes expressivos ligados à realização, produção e circulação de produtos audiovisuais latino-americanos; entre eles, a Masterclass Mil Ventos na Encenação de Documentários, com a diretora paraguaia Paz Encina; o Encontro de Mulheres e a Indústria Cinematográfica Latino-Americana, o Encontro Circuitos de Distribuição e Exibição Cinematográfica na América Latina, e o Encontro A Arte da Animação, Técnicas e Adaptações, com a homenageada Liliana Romero, que irá compartilhar ideias e experiências sobre a importante contribuição que as mulheres vêm realizando historicamente no universo da animação latino-americana.

A direção do 16º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo é assinada por João Batista de Andrade, Jurandir Müller, Maria Tereza Urias e Vicky Romano. O evento é realizado pela Paleotv, com patrocínio da Spcine, empresa pública de cinema e audiovisual ligada à Prefeitura de São Paulo, e correalização do SESC São Paulo. Conta com o apoio dos consulados sediados em São Paulo dos seguintes países: Argentina, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, México, Paraguai e Uruguai.

Consulte a programação completa no site www.festlatinosp.com.br. Atividades paralelas e Cerimônia de Abertura: youtube.com/festlatinosp.

Serviço:

16º Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo

10 a 17 de dezembro de 2021

Híbrido – online e presencial

Plataformas: SESC Digital, Spcine Play e InnSaeitv

Presencial: Circuito Spcine

Centro Cultural São Paulo – Rua Vergueiro, 1.000

Spcine Roberto Santos – R. Cisplatina, 505 – Ipiranga

Toda programação gratuita

www.festlatinosp.com.br.

(Fonte: ATTi Comunicação)