Pequeno, de focinho longo, boca protrátil, além de um padrão único de cores – essas são as principais características de peixe nativo da bacia do Rio Tocantins e alto da bacia do Rio Paraná, descoberto por pesquisadores da Universidade Estadual de Maringá em parceria com pesquisadores do Museu Sueco de História Natural.
Documentada em estudo publicado na sexta (17) na revista Neotropical Ichthyology, a nova espécie do gênero Satanoperca, que deriva do grego Satan (demônio) e perca (peixe), foi batizada com um nome popular de “setepele” com a ideia de valorizar a cultura brasileira e dar mais visibilidade à descoberta. Até então sem classificação taxonômica, a satanoperca setepele, predominante na bacia do Rio Tocantins, era confundida com outras espécies.
Em busca da nova catalogação, os autores compararam estes peixes com os de outras espécies já conhecidas pela comunidade científica, casos de Geophagus iporanguensis, Satanoperca pappaterra, Satanoperca jurupari e outras. A expectativa, explica Renata Rúbia Ota, pesquisadora da UEM que descobriu a espécie, era de confirmar a sua suspeita desde o mestrado, em 2013, de que existia uma nova espécie do gênero. “A partir de análises do comprimento e padrão de pigmentação na cabeça, no dorso, e nos lados do corpo e do padrão de desenvolvimento das larvas e coloração em álcool e em vida, vimos que, de fato, era uma nova espécie de Satanoperca”, comenta.
“A Satanoperca setepele era comumente chamada por nomes de espécies parecidas. Partimos do conhecimento prévio que ele integrava este gênero e fizemos estudos métricos comparativos para efetivamente classificá-la”, explica Carla Pavanelli, uma das autoras do estudo. A pesquisadora comenta que a descoberta aumenta o conhecimento sobre a biodiversidade de peixes brasileiros, abrindo caminho para novos trabalhos, sobretudo na área de conservação de espécies.
(Fonte: Agência Bori)