De uma conversa despretensiosa em 2021 entre Sarah Campelo e Marcelo Rufi e a partir de uma inquietação com a universidade nasceu o Arte Ocupa. A ideia do projeto é levar material de pintura para as praças dos bairros e envolver as pessoas ali presentes. O nome do projeto foi retirado do livro “A arte”, de Rodrigo Duarte, e hoje ele conta com três organizadores –
Sarah, Marcelo e Anderson Souza – todos moradores de bairros periféricos de Manaus, no Amazonas. Após um ano, o projeto se consolidou como uma organização que tem contribuído para a formação de crianças e adultos em bairros da cidade.
Os organizadores perceberam que a ideia de ocupar espaços era exatamente o que dialogava com os seus trabalhos. Segundo Anderson Souza, os eventos funcionam de forma orgânica. “É interessante pontuar que fazemos os eventos com as crianças e temos tudo planejado – ao que seja trabalhar arte com crianças, mas também existem os Arte Ocupa, em que nós três saímos pelas ruas pichando, pintando nas praças e ruas, criando sobre as nossas vivências enquanto corpos, enquanto artistas, mas também convidamos artistas para criar conosco, pois temos esse ideal de criar redes de apoio”, explica.
Hoje, o material utilizado nas atividades é comprado com o dinheiro dos próprios membros, mas as ações também têm recebido doações de admiradores do projeto, que contribuem com tinta e papéis. Contudo, além de ter o público que se envolve com o objetivo, é muito importante para os desenvolvedores do Arte Ocupa que tenham amigos que possam fortalecer a atuação. Além dos materiais, os organizadores precisam ainda montar e guardar objetos e ajudar nas dinâmicas e eles têm recebido bastante apoio da comunidade manauara.
Esse tipo de ação acaba trazendo histórias que marcam a memória de quem as vive. “Eu lembro muito de uma vez que fomos fazer um Arte Ocupa e colorimos toda a ponte, pintamos, fizemos instalações, entre outros, e uma criança passando quis pintar conosco, mas quando a mãe dela viu a filha com a gente, ela ficou muito assustada, puxou a garotinha e gritou ‘Levanta que tu ainda não tá nem doida’ e morremos de rir. Somos os malucos da praça”, comenta Anderson.
Os eventos do Arte Ocupa não tinham uma data certa, mas começaram a ser planejados para ocorrerem mensalmente. Com esse reconhecimento, surgiram, ainda, outras oportunidades. Em junho, o coletivo esteve presente em um evento na Zona Leste da cidade, trazendo o tema Meio Ambiente para a periferia. “Lá, o projeto conseguiu chamar a atenção das crianças e, rapidamente, os adultos também manifestaram interesse em levar o Arte Ocupa para os seus bairros”, argumenta Anderson Souza.
O projeto Arte Ocupa tem sido chamado para apoiar eventos artísticos em Manaus, onde a ideia é mostrar e divulgar arte. Mas não param por aí. “Desejamos que o coletivo se torne o meio de trabalho da equipe. Marcelo já gostaria de ter um ateliê com espaço físico para poderem produzir, expor e guardar suas produções”, finaliza Anderson.
Se quiser saber mais sobre o coletivo, acompanhe o projeto pelas redes pelo Instagram @arteocupa.
(Fonte: Sherlock Comunicação)