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Volta às aulas: hora de colocar a economia circular em prática

São Paulo, por Kleber Patricio

Professor Edson Grandisoli, coordenador pedagógico do Movimento Circular. Foto: divulgação.

As aulas recomeçam em breve e muitas famílias já fazem as contas para tentar colocar o orçamento na lista de material escolar. Mas já pensou que é possível gastar bem menos considerando as ideias da Economia Circular? O Movimento Circular ajuda a economizar não somente uns bons trocados, mas água, energia elétrica, matéria-prima e até reduzir a emissão de carbono.

Com a participação das crianças e jovens, por exemplo, os familiares podem reaproveitar lápis de cor, canetinhas e até cadernos, ou realizar troca de materiais que não têm mais utilidade para a criança. A venda ou a doação de livros usados não consumíveis também representa considerável economia de água e energia considerando sua fabricação e transporte. A experiência será um grande aprendizado para os estudantes e para os adultos também.

Essas ações muito simples colaboram para aumentar a durabilidade e dar novos usos, além de simbolizar a preocupação com as outras pessoas e com o ambiente. E estes são apenas alguns exemplos de como a Economia Circular está presente e pode ajudar do micro ao macro em diferentes setores das sociedades.

O professor e coordenador pedagógico do Movimento Circular, Prof. Dr. Edson Grandisoli, explica que um dos principais objetivos da Economia Circular é fomentar o diálogo, criar parcerias e aumentar o nível de cooperação entre diferentes atores sociais. “Um dos principais objetivos do Movimento Circular, como movimento de educação e de cultura, é aproximar pessoas e diferentes setores das questões e conceitos relacionados à circularidade. Ele visa ainda estimular as pessoas a criarem caminhos, mecanismos, processos ou projetos que sejam bons para as pessoas, para a economia e para o ambiente”.

A Economia Circular representa um novo modelo, uma nova proposta, que procura aliar a conservação e regeneração do ambiente ao desenvolvimento humano e econômico, priorizando, por exemplo, insumos duráveis, recicláveis e reutilizáveis, a fim de manter os materiais mais tempo em circulação. A ideia é que nada mais seja pensado como lixo e sim como recurso. “Um dos desafios do Movimento Circular é dar visibilidade a todas essas ideias para que as pessoas, para além de conhecer o que é a Economia Circular, possam ressignificar suas práticas considerando suas possibilidades e contexto. Ou seja, tem que fazer sentido e ser bom para todos”, diz o especialista.

Ultrapassando os muros das universidades

Doutor em Educação e Sustentabilidade pela Universidade de São Paulo (USP), Grandisoli diz ainda que o conceito de Economia Circular também precisa ingressar com mais força nas universidades e ganhar mais espaço no debate acadêmico. “Nós temos dialogado muito e bem com a Educação Básica. Mas acho fundamental trazer mais o público universitário para esse debate. Temos trabalhado para aumentar o número de parceiros nas universidades públicas e particulares. Assim, se você está ou trabalha em alguma universidade, venha ser parceiro do movimento. Juntos podemos criar novos conhecimentos e novas experiências significativas para transformar nossa realidade”.

Um dos caminhos para o conhecimento pode se dar pelos cursos propostos na Circular Academy. Desta forma se torna possível se aproximar da temática e ir construindo pontes com a realidade, destaca Grandisoli. “O objetivo é que aqueles conceitos e ideias da Economia Circular façam sentido, estejam conectados com o contexto e gerem ação. Importante ir além do plano conceitual, e que tudo que está na plataforma da Circular Academy, por exemplo, se reverta em alguma ação concreta”, ressalta o coordenador pedagógico do Movimento Circular.

A Economia Circular propõe grandes mudanças na forma de se pensar e realizar as coisas. Mas as mudanças dependem da ação de todos. Um desses pilares está relacionado à Educação e as universidades têm papel importante neste contexto. “Do ponto de vista da Educação, a Economia Circular traz a possibilidade de trabalhar o mundo como ele é. O mundo não funciona em caixinhas, mas de maneira sistêmica. Então, formar estudantes, formar pessoas que já tenham esta visão mais integrada do mundo e que consigam – da melhor maneira possível – intervir na sua realidade de forma positiva, acho que é um ponto fundamental ligado ao trabalho sobre Economia Circular que temos desenvolvido”.

(Fonte: Betini Comunicação)