Notícias sobre arte, cultura, turismo, gastronomia, lazer e sustentabilidade

Programação de abril do SESC Campinas aprofunda as discussões sobre o fazer artístico e a relação com o público

Campinas, por Kleber Patricio

Tecnologias para Viver Juntos. Foto: Juliana Hilal.

A produção artística nacional propicia ao SESC Campinas a oportunidade de desenvolver projetos e propor atividades que se aprofundam nas discussões sobre os modos de fazer arte, para além do entretenimento. A proposta é aproximar o público do trabalho de criadores, pesquisadores e artistas contemporâneos e com o universo de cientistas e pesquisadores que fizeram história e transformaram a forma como vemos o mundo, como, por exemplo, o britânico Charles Darwin (1809–1882), objeto da exposição interativa “Darwin, o original”.

Nesse cardápio variado, a programação do período de 31/3 a 6/4, abre espaço para atividades em múltiplas linguagens nas áreas de tecnologia, música, dança, cinema, artes cênicas e literatura, além da programação fixa voltada para crianças, jovens, adultos e idosos.

Moda de Rock Brasil. Foto: Rita Perran.

Com sua política de promover o conhecimento como forma de melhorar a qualidade de vida nos territórios, o SESC Campinas recebe a roda de conversa “Tecnologias para Viver Junto” (31/3, sexta, das 19h às 21h na Área de Convivência. Grátis. 16 anos. Atividade aberta, sem retirada de ingressos). Neste encontro haverá a apresentação do projeto “Quebrada Agroecológica”, que levou minicisternas sustentáveis à ocupação Maria da Penha, em Guarulhos, Grande São Paulo, de modo a garantir água para mais de duas mil famílias. A solução foi uma alternativa encontrada pela comunidade para, a partir da coleta de água da chuva, enfrentar a escassez hídrica na região. A iniciativa do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), desenvolvida pelo grupo Quebrada Ecológica, se destacou durante a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas (COP 27), realizada no Brasil em novembro de 2022. Na ocasião, o empreendimento foi o vencedor do prêmio ImaGen Ventures de inovação.

Rock ao som de viola caipira? À primeira vista pode parecer uma mistura estranha, mas é exatamente esta a proposta do “Moda de Rock Brasil” (1/4, sábado, às 16h, na Área de Convivência. Grátis. Livre. Atividade aberta, sem retirada de ingressos). O projeto, da dupla de violeiros Ricardo Vignini e Zé Helder, nasceu quase como uma brincadeira. Em 2007, os dois violeiros, também professores, resolveram mostrar o potencial do instrumento para seus alunos e ao mesmo tempo reviver a trilha sonora roqueira de suas adolescências. A proposta de adaptar versões instrumentais de clássicos do rock para a viola caipira teve boa repercussão. Assim, em 2022, a dupla lançou o seu quarto álbum “Moda de Rock Brasil”, dedicado exclusivamente ao rock nacional com arranjos de viola caipira para músicas de bandas como Mutantes, Raul Seixas, Novos Baianos, Joelho de Porco, Ira!, Plebe Rude, Dorsal Atlântica, Cólera e Camisa de Vênus.

A programação voltada ao público infanto-juvenil apresenta o espetáculo “Do Que São Feitas as Estrelas?” (2/4, domingo, às 16h, no Teatro. Ingressos: R$8, R$12,50, R$25. Melhor aproveitado por crianças a partir de 6 anos, acompanhadas por uma pessoa responsável adulta). A peça conta a história real da astrônoma inglesa Cecilia Payne-Gaposchkin (1900–1979), cientista que descobriu a composição das estrelas e enfrentou diversos desafios na comunidade científica e acadêmica para seguir o seu sonho e se tornar cientista, numa época em que as mulheres não podiam nem obter um diploma. Na montagem, a vida de Cecília Payne se transforma em uma aventura intergaláctica onde a guerreira Ceci, uma menina encafifada com o universo dos porquês, enfrenta intrigas e batalhas, trapaças e chantagens, tempestades e brigas com seres intergalácticos para se tornar uma exploradora cósmica. A narrativa, que acompanha o crescimento de Ceci até se tornar uma das astrônomas mais importantes da História, enfrenta com poesia a ideia antiga de que “tem coisa que não é para menina”, e incentiva garotas (e também garotos) a serem o que quiserem e seguirem seus sonhos. A dramaturgia é de Sofia Fransolin, concepção de Luiza Moreira Salles, direção de Kiko Marques, com Carolina Fabri, Diego Chilio e Luiza Moreira Salles no elenco.

Do que são feitas as estrelas. Foto: Aflorar Cultura.

O Carnaval acabou, mas o gosto pela folia segue no ritmo da maior festa popular do Brasil, com a “Batucada” (2/4, domingo, das 10h às 12h, no Espaço Arena. Grátis. 10 anos. Inscrições limitadas no local a partir dos 30 minutos que antecedem a atividade), oficina prática de percussão carnavalesca com a bateria do Bloco do Cupinzeiro. A atividade encerra o ciclo de quatro oficinas, iniciado dia 12/3. Serão apresentados os instrumentos básicos de uma bateria de escola de samba: surdo, tamborim, caixa, agogô, ganzá e repinique. Os participantes terão ainda contato com diferentes ritmos, como o samba-enredo, o ijexá e o samba-reggae.

Durante todo o mês de abril, o projeto “Na Estante” (até 30/4, de terça a sexta, das 8h às 21h30, sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 18h, na Biblioteca. Grátis. 12 anos. Atividade aberta, sem retirada de ingressos), continua sob a curadoria da escritora paulistana Aline Bei. Jovem, irreverente, dona de um estilo literário único, ela surgiu como um dos nomes mais promissores da literatura contemporânea do país. Formada em Letras pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e em Artes Cênicas pelo Teatro Escola Célia Helena, Aline publicou em 2017 o seu primeiro romance, “O Peso do Pássaro Morto”. A obra, lançada pela Editora Nós, chamou a atenção da crítica especializada e conquistou os leitores. Com o livro, a escritora venceu o Prêmio São Paulo de Literatura na categoria de autor estreante com menos de 40 anos. O projeto de literatura consiste numa estante temática dedicada a promoção de livros sobre temas diversos.

Prossegue esta semana outro projeto de literatura para crianças, a “Mediação de Leitura com Coletivo Cafuzas” (1/4, sábado, das 14h às 16h, na Biblioteca. Grátis. Livre. Atividade aberta, sem retirada de ingressos). Fundado em 2014, o coletivo Cafuzas tem o foco de suas pesquisas nas narrativas orais e escritas ligadas às culturas indígenas, africanas e afro-brasileiras, por conta da riqueza e da profundidade encontradas nestes universos culturais e, também, com o intuito de contribuir para o fortalecimento dessas culturas no que diz respeito à nossa própria formação cultural, à nossa história e à nossa ancestralidade. As crianças devem estar acompanhadas de uma pessoa responsável adulta.

Cena do filme “Yaaba”.

Em abril, a programação de cinema e vídeo apresenta uma seleção de filmes que contam histórias ligadas ao continente africano e buscam a subverter a maneira como enxergamos a produção cinematográfica daquele continente. A mostra “Cinema de África” abre com o longa “Yaaba” (4/4, terça, às 19h, no Teatro, grátis, classificação 14 anos. Retirada de ingressos limitados na Loja Sesc, no dia da atividade, a partir das 18h). Trata-se de uma coprodução de Burkina Faso, Suíça, França, Alemanha (1989), com direção de Idrissa Ouédraogo. Na trama, em uma pequena aldeia em Burkina Faso, Bila, um menino de 10 anos, faz amizade com uma idosa chamada Sana, a quem todos chamam de “Bruxa” e que é ritualmente culpada por qualquer desastre que aconteça na comunidade. Mas o garoto a chama de “Yaaba”, que significa “avó”, um termo carinhoso que Sana nunca tinha ouvido. Quando Nopoko, prima do garoto, fica doente, Bila recorre a Sana para que ela faça um remédio para salvar a menina. O filme foi vencedor do Prêmio da Crítica no Festival de Cannes em 1989. Versão restaurada.

No campo da dança, o SESC Campinas desenvolve projetos que propõem uma reflexão sobre a relação entre a criação artística em dança, o ensino, a pesquisa e o aprendizado voltados a esta linguagem artística. Esta semana, o “Histórias do Corpo”, que consiste em dez conversas/entrevistas com artistas e pesquisadores das artes do corpo atuantes em diferentes regiões do país, veiculados na plataforma SESC Digital, lança o “Série #2 – Episódio 4 – Tiago Cadete (a partir do dia 5/4, quarta, às 19h30. Atividade on-line. Grátis. 14 anos). No quarto episódio do podcast, Ivana Menna Barreto conversa com o artista visual, da dança e da performance Tiago Cadete sobre suas viagens entre Portugal e Brasil, dos deslocamentos de tempo e espaço em sua obra “Entrevistas”, que trata da experiência da migração, e de sua pesquisa sobre as pinturas do Brasil-Colônia que alimentaram o trabalho “Alla Prima”. Ivana é criadora, professora, pesquisadora em dança e performance. Tiago Cadete é natural de Portugal e vive entre Portugal e Brasil. Seus trabalhos e colaborações foram apresentados em vários países do mundo. Além dos citados, criou os espetáculos “Brasa” (2021), “Atlântico” (2020), “Fiume” (2020), “Cicerone” (2020), “Golden” (2014), “Highlight” (2011), entre outras colaborações. Para ouvir, acesse o site do SESC Digital no link https://sesc.digital/colecao/historias-do-corpo.

Projeto Falas Compartilhadas. Foto: Dalton Yatabe.

A séria “Falas Compartilhadas”, que propõe reflexões a respeito do processo de envelhecimento, inicia, esta semana, o ciclo de palestras “Formas de Empreender e Autorrespeito na Longevidade” (dias 6, 13, 20 e 27/4, quintas, das 14h às 16h, no Mezanino do Galpão. Grátis. A partir de 60 anos. Inscrições limitadas no local, em cada dia, a partir dos 30 minutos que antecedem a atividade). A proposta dos encontros é promover a reflexão e fornecer informações e orientações sobre empreendedorismo na terceira idade, considerando que as pessoas envelhecem de forma diferente e muitas continuam a vida laborativa após a aposentadoria, buscando outras realizações e novas experiências. Com Roney Zaidan, professor universitário, consultor, publicitário e mentor em ESG, Ecoinovação e Governança; com mediação da gerontóloga Marta Fontenele.

A programação musical traz, ainda, o show “Malandragem – Lilian Jardim homenageia Cássia Eller” (6/4, quinta, às 20h, na Área de Convivência. Grátis. Livre. Atividade aberta, sem retirada de ingressos). Reconhecida pela potência vocal e pelo carisma, a cantora Lilian Jardim apresenta um show em homenagem a uma das maiores intérpretes da música brasileira: Cássia Eller. Acompanhada por uma banda talentosa, formada por Lilian Jardim (voz, violão, percussão e gaita), Paulo Russi (piano), Anderson Senapeschi (baixo) e Pedro Cirilo (bateria), Lilian traz uma noite vibrante, relendo sucessos da artista, que nos deixou há 21 anos, como “Malandragem”, “Segundo Sol”, “Vá Morar Com o Diabo”, “ECT”, “All Star” e outras.

E segue em cartaz a exposição “Darwin, o original” (até 13/8, de terça a sexta, das 9h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h, no Galpão Multiuso. Livre. Atividade aberta, sem retirada de ingressos). Na mostra, o público é guiado por uma jornada multidisciplinar e interativa a bordo de uma gama de recursos gráficos pelo universo e descobertas do cientista, geólogo, naturalista, biólogo e humanista Charles Darwin, que revolucionou o mundo científico com suas teorias sobre a origem e evolução das espécies. Na mostra em Campinas, as eras geológicas do Brasil são apresentadas por meio de fósseis, da formação dos minerais e da arqueologia indígena. Em Campinas, também, foram incluídas peças de museus locais, como besouros do acervo do Museu de História Natural e peças arqueológicas do acervo do Museu da Cidade (MuCi). Darwin, o original é uma viagem ao passado, ao presente e ao futuro. Agendamento de visitação de grupos escolares e instituições pelo link https://bit.ly/exposicaodarwin), ou pelo telefone (19) 3737-1608.

“Darwin, O Original”. Foto: Natt Fejfar.

Dentro das ações relativas à exposição “Darwin, o original”, a unidade oferece a oficina “Desvendando Darwin” (dias 2, 9, 16, 23, 30/4, 7, 14, 21 e 28/5, domingos, das 16h30 às 17h30; 1º/5, segunda, das 16h30 às 17h30, na Sala de Atividades 4. Grátis. A partir de 7 anos, acompanhadas de uma pessoa responsável adulta. Inscrições limitadas no local a partir dos 30 minutos que antecedem a atividade). São oficinas criativas com o uso de diversos suportes e materiais para crianças e adultos, em que serão desvendadas as várias facetas de Charles Darwin. Com educadores da exposição “Darwin, o Original”.

Para os jovens, o SESC programou, também, a oficina “Introdução à Marcenaria – Construção de um Banco Prensado” (dias 6, 13, 20, 27 e 4/5, quintas, das 9h às 12h, no Espaço de Tecnologias e Artes. Grátis. 16 anos. Inscrição única no link https://centralrelacionamento.sescsp.org.br/?path=lista-atividades) ou no App Credencial SESC SP a partir das 14h do dia 1/4. Durante essa oficina serão fabricados bancos prensados em madeira laminada natural. A peça foi concebida para reaproveitar sobras de outros trabalhos. Esse projeto transita por técnicas básicas e intermediárias de marcenaria, como corte, colagem, parafusamento e marchetaria. No trabalho, serão utilizadas máquinas elétricas (lixas, serra tico-tico, parafusadeira e tupia) e ferramentas manuais. Com o Manufaturando, fábrica de ideias.

Para mais informações ou esclarecimento de dúvidas, entre em contato com a Central de Atendimento do SESC Campinas pelo telefone (19) 3737-1500. A programação completa, com as atividades regulares e outras oficinas e cursos pode ser acessada no link https://linktr.ee/sesccampinas.

Informações para o público: Central de Atendimento – (19) 3737-1500

Canais SESC Campinas:

Linktr.ee :: https://linktr.ee/sesccampinas

YouTube: youtube.com/campinas

Site: sescsp.org.br/campinas

Facebook: facebook.com/sesccampinas

Instagram: instagram.com/sescspcampinas.

(Fonte: SESC Campinas)