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Cia. Barca dos Corações Partidos apresenta “Auê” no Circo Crescer e Viver

Rio de Janeiro, por Kleber Patricio

Fotos: Daniel Barboza.

Após rodar diversas cidades brasileiras e receber 38 indicações e 18 troféus nas mais importantes premiações do gênero, o musical “Auê”, da Cia. Barca dos Corações Partidos, volta à cena cultural carioca e se apresenta no picadeiro do Circo Crescer e Viver. As sessões acontecem nos dias 6, 7 e 8 de maio e os ingressos estão à venda no site da Sympla.

No dicionário, “auê” significa farra, tumulto, confusão ou barulho causado por uma algazarra. No palco, “Auê” marcou a história da companhia Barca dos Corações Partidos. O espetáculo estreou em 2016 e se tornou um sucesso instantâneo que nunca mais saiu de cartaz.

Criada em processo coletivo com a diretora Duda Maia, a encenação utiliza as letras como dramaturgia e os oito atores/cantores ainda são responsáveis por tocar todos os instrumentos ao vivo nesta verdadeira farra teatral. A idealização do projeto é fruto da parceria do grupo com a Sarau Agência, da produtora Andréa Alves, também responsável pelas outras montagens da companhia, como “Gonzagão – A Lenda”, “Ópera do Malandro”, “Suassuna – O Auto do Reino do Sol”, “Macunaíma” e “Jacksons do Pandeiro”.

Todas as músicas de “Auê” foram compostas pelos atores da Barca (Adrén Alves, Alfredo Del Penho, Beto Lemos, Eduardo Rios, Fábio Enriquez, Renato Luciano, Ricca Barros) e alguns colaboradores, como o cantor e compositor Moyseis Marques, que protagonizou a “Ópera do Malandro” com eles, e Laila Garin, que esteve em “Gonzagão”.

Tudo foi criado nas muitas excursões da trupe e apresentado em ônibus, vans e camarins Brasil afora. Em um processo que durou cerca de seis meses, o grupo selecionou algumas músicas, compôs outras e contou com o retorno de Duda Maia, diretora de movimento de “Gonzagão”, que assumiu a direção geral. “As canções são altamente teatrais e a companhia já tem uma ligação muito forte, uma identidade. O desafio foi potencializar este encontro e integrar os instrumentos ao que acontece em cena. Brincamos ao falar que eles ‘vestem’ os instrumentos. Não é simplesmente pegar o instrumento e tocar, não é um show. A ideia é que tudo aconteça de forma natural, integrada à cena”, explica Duda, que ressalta o intenso trabalho corporal (“não se deve confundir com força ou vigor”) do grupo.

Seguindo o conceito principal do trabalho, os atores promovem uma verdadeira celebração musical – ou um auê, como preferir – no palco. Ao longo dos números, a diversidade musical e rítmica das canções fica explícita nos arranjos assinados por Alfredo Del-Penho e Beto Lemos, que passam por samba de roda, baião, rock, valsa, ijexá, maracatu e coco. “A musicalidade da peça é uma grande homenagem à cultura musical brasileira, os ritmos dialogam com dança e teatro o tempo todo”, resume a diretora.

Auê recebeu 38 indicações e venceu 18 dos principais prêmios da categoria:

Vencedor do Prêmio Shell: Melhor Direção – Duda Maia

Vencedor do Prêmio Cesgranrio: Melhor Direção – Duda Maia, Melhor Direção Musical – Alfredo Del-Penho e Beto Lemos e Melhor Espetáculo

Vencedor do Prêmio APTR: Melhor música, Melhor espetáculo , Melhor Produção – Sarau Agência de Cultura Brasileira

Vencedor do Prêmio Bibi Ferreira: Melhor arranjo original, Melhor letra e música original, Melhor Musical Brasileiro

Vencedor do Prêmio Botequim Cultural: Melhor espetáculo de Teatro Musical, Melhor Direção: Duda Maia, Melhor Autor: Duda Maia e Barca dos Corações Partidos, Melhor Ator: coletivo de atores, Melhor Direção Musical: Alfredo Del-Penho e Beto Lemos, Melhor Iluminação: Renato Machado

Vencedor do Prêmio Reverência: Melhor Direção Musical, Categoria especial – Elenco Cia. Barca dos Corações Partidos.

Ficha técnica – “AUÊ”

Um espetáculo da Barca dos Corações Partidos

Direção: Duda Maia

Direção musical e arranjos: Alfredo Del-Penho e Beto Lemos

Com: Ádren Alves (Percussão, sax soprano e vocais), Alfredo Del-Penho (Violão, guitarra, baixo, cavaquinho, flauta, percussão e vocais), Beto Lemos (Guitarra, violão, rabeca, sanfona e percussão), Eduardo Rios (Sanfona, sax tenor e vocais), Lucas dos Prazeres (Percussões e vocais), Renato Luciano (Violão, trombone e vocais), Ricca Barros (Baixo, sax alto e vocais)

Artista convidado: Rick de La Torre

Iluminação: Renato Machado

Design de Som: Gabriel D’Angelo

Direção de Arte: Kika Lopes

Direção de produção: Andréa Alves

Diretor assistente: Eduardo Rios e Luiza Loroza.

Sobre a companhia

A Barca dos Corações Partidos – Cia Brasileira de Movimento e Som nasceu depois da montagem do musical “Gonzagão – A Lenda”, no ano de 2012. No musical havia uma trupe de mesmo nome e o encontro desses artistas deu tão certo com o sucesso do musical, que no ano de 2014 foi realizada a “Ópera do Malandro”, de Chico Buarque, também idealizado pela produtora Andréa Alves e dirigido por João Falcão, mas dessa vez já assumindo a existência da Cia e sua parceria com a produtora Sarau Agência de Cultura Brasileira.

Ao longo dos anos, a Barca navegou por muitos mares e, de forma autônoma, a Barca assume sua condição de Cia, utilizando o espaço da produtora Sarau, sua parceira, para o desenvolvimento de um trabalho de pesquisa continuada no ramo de musicais. A cia pretende ocupar espaços para desenvolver núcleos, intercambiar métodos de trabalhos com artistas renomados e sedimentar a formação de novos artistas, de maneira semelhante aos grandes grupos de pesquisa teatral, tendo por sua vez um enfoque específico: investigar a linguagem do musical dramático e produzir espetáculos brasileiros originais.

Serviço:

“Auê” no Circo Crescer e Viver

Datas: 6, 7 e 8 de maio

Local: Circo Crescer e Viver (Rua Carmo Neto, 143 – Cidade Nova – Rio de Janeiro – RJ)

Horário de abertura dos portões: 19h

Classificação: 12 anos

Valores: R$30 (inteira)/R$15 (meia-entrada)

Ingressos: Sympla

Duração: 90 minutos.

(Fonte: Lupa Comunicação)