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Cinemateca Brasileira e Goethe-Institut São Paulo apresentam mostra “Cinema Alemão: Novas Direções” de 26 de abril a 7 de maio

São Paulo, por Kleber Patricio

Frame de “As faces de Toni Erdmann”.

A história do cinema alemão é conhecida por suas inúmeras inovações técnicas e estéticas. Da invenção do bioscópio pelos irmãos Max e Emil Skladanowsky em 1885, passando pelo expressionismo e o novo cinema alemão dos anos 1960 e 1970 com Werner Herzog e Rainer Werner Fassbinder, o caminho tem sido permeado por experimentações temáticas e de linguagem em uma consistente produção criativa. Mas para onde está indo o cinema alemão contemporâneo? A mostra “Cinema Alemão: Novas Direções”, uma correalização da Cinemateca Brasileira e Goethe-Institut, reúne 13 longas e seis curtas-metragens para buscar respostas a essa pergunta.

A seleção apresenta filmes recentes que trazem reflexões sobre ecologia, pertencimento, feminismo, inteligência artificial, relacionamentos, antirracismo, universos LGBTQIA+ e decolonialidade. Com sessões presenciais na Cinemateca Brasileira, a mostra também acontece online na plataforma de streaming Goethe on Demand com cinco títulos exclusivos selecionados: “Garotas Gordas” (Dicke Mädchen, 2011), de Axel Ranisch; “A Gatinha Esquisita” (Das merkwürdige Kätzchen, 2013), de Ramon Zürcher; “O Samurai” (Der Samurai, 2014), de Till Kleinert; “Animais Nus” (Nackte Tiere, 2020), de Melanie Waelde; e “Todos os Outros” (Alle Anderen, 2009), de Maren Ade. O filme de Tatjana Turanskyj “Uma Mulher Flexível” (Eine flexible Frau, 2010) será exibido tanto presencialmente quanto online. São produções atuais e premiadas; alguns filmes já consagrados, outros com linguagens jovens, poéticas e ousadas, ainda desconhecidas do grande público, inclusive na Alemanha. A série de filmes online tem curadoria de Aliza Ma e Toby Ashraf.

Frame de “Le Prince”.

Entre os destaques das exibições presenciais na Cinemateca estão “As Faces de Toni Erdmann” (Toni Erdmann), da diretora Maren Ade, que estreou em competição no Festival de Cannes de 2016, foi indicado ao Oscar® de melhor filme estrangeiro de 2017 e eleito o melhor filme de 2016 pela revista Sight & Sound e pela Cahiers du Cinéma; “Lar Doce Lar” (Neubau), de Johannes M. Schmit baseado em roteiro de Tucké Royale, artista trans da cena queer alemã e protagonista do longa e vencedor dos prêmios de melhor filme e de relevância social no Festival Max Ophüls; e “O Caso Você” (The Case You), em que a diretora Alison Kuhn convidou cinco atrizes que, assim como ela, passaram por uma situação de assédio sexual em audições com o mesmo diretor, para elaborarem o trauma e como ele afeta suas vidas pessoais e profissionais. Alison Kuhn estará na Cinemateca Brasileira no sábado, dia 29/4, às 18h, para uma conversa com o público e sua participação contou com o apoio da German Films.

Outros destaques são “Preciosa Ivie” (Ivie wie Ivie), filme de estreia da diretora alemã Sarah Blaßkiewitz que aborda ancestralidade e racismo; “Undine”, do premiado diretor alemão Christian Petzold inspirado no mito de Ondina e revivido na Berlim de hoje; e “Sem Ressentimentos” (Futur Drei), longa de estreia do diretor alemão Faraz Shariat, filho de iranianos exilados, premiado como melhor filme LGBTQIA+ no festival de Berlim de 2020 e que fala de amor e pertencimento. A mostra traz ainda “Home”, estreia da atriz e celebridade alemã Franka Potente na direção, uma das figuras do atual cinema alemão mais conhecida internacionalmente, filmado nos EUA e que fala do retorno de um jovem condenado por assassinato a sua pacata cidade natal.

Já “Victoria”, premiado filme de Sebastian Schipper, chama atenção pela inovação de linguagem. É um dos poucos longas-metragens gravados em um único plano-sequência, sem cortes. Entre flertes e perigos, a história traz as aventuras de uma mulher espanhola na noite de Berlim.

Frame de “Preciosa Ivie”.

No filme “Casulo (Kokon)”, de Leonie Krippendorff, a adolescente Nora, de 14 anos, vive um conto ensolarado sobre a autodescoberta durante o verão de Kreuzberg, bairro agitado em Berlim.

“Uma Mulher Flexível” (Eine flexible Frau) é a obra de Tatjana Turanskyj, diretora de cinema autodidata, feminista e figura importante na luta pela equidade de gênero no mercado audiovisual. O filme conta a história de Greta, mãe e arquiteta que se move por um mundo onde mulheres como ela não se encaixam.

PROGRAMAÇÃO COMPLETA

Exibições na Cinemateca Brasileira (Grátis – retirar ingresso uma hora antes de cada sessão)

Quinta-feira, 27 de abril, na Sala Grande Otelo

18h: “Lar Doce Lar” (Neubau)

Alemanha, 2020, 81 min, cor, 16 anos

Direção: Johannes Maria Schmit

Elenco: Tucké Royale, Monika Zimmering, Jalda Rebling

Sinopse: Verão na pacata cidade de Brandeburgo. Markus está dividido entre o amor por suas avós que precisam de cuidados e o desejo de uma vida diferente em Berlim. Ele passa a maior parte do tempo sozinho com suas preocupações, sonhando acordado. As malas de Markus para se mudar para a cidade grande estão embaladas, mas, quando ele se apaixona por Duc, as coisas ficam ainda mais complicadas, já que Markus tem que decidir se deve ficar ou ir. Baseado em roteiro de Tucké Royale, artista trans da cena queer alemã e protagonista do filme, “Lar doce lar” venceu os prêmios de melhor filme e de relevância social no Festival Max Ophüls, em Saarbrücke. O filme aborda o embate entre e a responsabilidade familiar e o anseio por pertencimento, representado pela cidade de Berlim e sua comunidade queer.

Minibio da direção: Johannes Maria Schmit estudou direção na Ernst Busch Academy of Dramatic Arts em Berlim. Posteriormente, Schmit foi contratado como diretor interno do Teatro Central de Leipzig. A colaboração com o diretor e autor Tucké Royale moldou seu estilo de trabalho nos últimos anos, o que é evidenciado na primeira incursão de Schmit no cinema, no longa-metragem “Lar doce lar”.

Sexta-feira, 28 de abril, na Sala Grande Otelo

19h: “Preciosa Ivie” (Ivie wie Ivie)

Alemanha, 2021, 112 min, 14 anos

Direção: Sarah Blaßkiewitz

Elenco: Haley Louise Jones, Lorna Ishema, Anne Haug, Maximilian Brauer, Anneke Kim Sarnau

Sinopse: A afro-alemã Ivie, mora em Leipzig e trabalha em um solário administrado pelo ex-namorado enquanto procura um emprego estável como professora. Um dia, sua meia-irmã de Berlim, cuja existência desconhecia, aparece em sua porta. Ela conta que o pai das duas morreu e que o funeral será no Senegal. Nenhuma delas o conhecia. À medida que as irmãs de duas cidades muito diferentes se aproximam, Ivie cria consciência do racismo cotidiano que enfrenta em seu dia-a-dia. O filme de estreia de Sarah Blaßkiewitz aborda ancestralidade e racismo a partir de uma história que combina humor crítico e atuações marcantes de Haley Louise Jones e Lorna Ishema, que venceu o German Film Awards de melhor atriz coadjuvante.

Minibio da direção: Sarah Blaßkiewitz estudou audiovisual na Beuth Hochschule em Berlim e trabalhou em várias áreas de produção cinematográfica ao mesmo tempo. Após graduar-se, dirigiu vários curtas-metragens e frequentou a Academia de Artes de Viena. “Preciosa Ivie” é seu primeiro longa-metragem.

21h: “Home” (Home)

Alemanha, Países Baixos, França, 2020, 100 min, 16 anos

Direção: Franka Potente

Elenco: Jake McLaughlin, Kathy Bates, Aisling Franciosi, Derek Richardson, James Jordan, Lil Rel Howery, Stephen Root

Sinopse: A atriz Franka Potente realizou seu primeiro longa-metragem como diretora. Requintado em estilo e conteúdo, o filme tem imagens nitidamente estruturadas que mostram um grande vazio, e nele a classe média americana. A história é sobre um homem que, quando adolescente, matou uma mulher e cumpriu sua sentença. Mas os habitantes da pequena cidade veem esse caso de forma diferente. E é precisamente aqui que o filme de Potente vai contra a convenção. Trata de culpa, vingança, mas, em última análise, de redenção. Primeiro filme da atriz Franka Potente como diretora, o filme aborda as classes baixas americanas e temas como culpa, vingança e redenção.

Minibio da direção: Franka Potente é uma reconhecida atriz alemã que vive há mais de duas décadas em Los Angeles. Ela trabalhou com diversos cineastas independentes nos Estados Unidos e ingressou na direção com seu primeiro filme “Home”.

Sábado, 29 de abril, na Sala Grande Otelo

16h: “O Caso Você” (The Case You)

Alemanha, 2020, 80 min, cor, 14 anos

Direção: Alison Kuhn

Elenco: Isabelle Bertges, Gabriela Burkhardt, Alison Kuhn, Aileen Lakatos, Lisa Marie Stojcev, Milena Straube

Sinopse: Até que ponto é aceitável pressionar atrizes em nome da arte? E em que momento é cruzada a fronteira entre atuação e assédio sexual? Essas são questões levantadas pelo depoimento de jovens que foram assediadas sexualmente durante a audição de um filme. Inspirado no movimento #metoo, o fime fala de abuso de poder no mercado cinematográfico a partir de perspectivas íntimas. A diretora Alison Kuhn convidou cinco atrizes que, assim como ela, passaram por uma situação de assédio sexual em audições com o mesmo diretor, para elaborarem o trauma e como ele afeta suas vidas pessoais e profissionais. O filme circulou em inúmeros festivais internacionais de cinema em 2020 e recebeu o Prémio de Documentário Alemão de Arte e Cultura.

Minibio da direção: Alison Kuhn é uma cineasta, escritora e atriz multitalentosa que pesquisa estruturas de poder em nossa sociedade. É aclamada por sua capacidade de tornar visível o abuso de poder e a exploração sexual das mulheres em seus filmes. Seu curta de ficção “Fluffy Tales” foi indicado ao prêmio alemão de curtas-metragens e exibido como parte do programa Next Generation Short Tiger em Cannes, em 2022. Alison Kuhn está atualmente trabalhando em dois longas e uma minissérie que será lançada no final deste ano.

18h: Conversa com a diretora Alison Kuhn

20h: “Victoria” (Victoria)

Alemanha, 2015, 140 min, cor, 16 anos

Direção: Sebastian Schipper

Elenco: Laia Costa, Frederick Lau, Franz Rogowski

Sinopse: Uma jovem espanhola que se mudou recentemente para Berlim descobre que seu flerte com um cara local é potencialmente mortal quando a noite com os amigos dele revela um segredo perigoso. É um dos poucos longas-metragens gravados em um único plano-sequência, sem cortes. O diretor Sebastian Schipper conseguiu completar as filmagens em três tentativas. O roteiro tinha apenas doze páginas, sendo a maior parte dos diálogos improvisados. Foi premiado no 65º Festival de Berlim com o Urso de Prata de contribuição artística excepcional de cinematografia. Recebeu também o Prêmio Alemão de Cinema em seis categorias, incluindo melhor longa-metragem.

Minibio da direção: Sebastian Schipper estudou atuação na Otto Falckenberg Schule em Munique de 1992 a 1995. Sua estreia como ator foi em “Little Sharks” (1992), de Sönke Wortmann e, como diretor, com “Absolute Giganten” (1999). Dirigiu ainda “Um amigo meu” (2006), “Sometime in August” (2009), “Victoria” (2015) e “Roads” (2019).

Domingo, 30 de abril, na Sala Grande Otelo

17h: “Undine” (Undine)

Alemanha, França, 2020, 91 min, cor, 14 anos

Direção: Christian Petzold

Elenco: Paula Beer, Franz Rogowski, Maryam Zaree, Jacob Matschenz, Anne Ratte-Polle

Sinopse: Undine trabalha como historiadora dando palestras sobre o desenvolvimento urbano em Berlim. Ela conhece Cristoph, um mergulhador profissional, com quem se conecta a partir de uma paixão mútua pela água. Quando o homem que ela ama a deixa, um antigo mito a atravessa. Undine deve cumprir a promessa e abraçar seu destino: matar aquele que a traiu e voltar para as águas. Baseado no mito de Undine (Ondina, em português) e no livro homônimo de 1811, do escritor alemão Friedrich de la Motte Fouqué, o filme concorreu ao Urso de Ouro no 70º Festival Internacional de Cinema de Berlim, premiação na qual Paula Beer ganhou o Urso de Prata de Melhor Atriz. O diretor, Christian Petzold, é um dos principais expoentes da Escola de Berlim, movimento formado por jovens cineastas após a queda do Muro de Berlim, na década de 1990.

Minibio da direção: Nascido em Hilden, Alemanha, em 1960, estudou alemão e teatro na Freie Universität Berlin e depois, de 1988 a 1994, estudou direção na German Film and Television Academy Berlin. Seus filmes já foram selecionados cinco vezes para a competição no Festival de Berlim, mais recentemente com Afire (Roter Himmel), em 2023. Ele foi premiado com o Urso de Prata de Melhor Diretor por “Barbara”, em 2012. O filme ganhou o Urso de Ouro.

19h: “As Faces de Toni Erdmann” (Toni Erdmann)

Alemanha, Áustria, Mônaco, Romênia, França e Suíça, 2016, 162 min, cor, 16 anos

Direção: Maren Ade

Elenco: Sandra Hüller, Peter Simonischek, Michael Wittenborn, Thomas Loibl, Trystan Pütter, Ingrid Bisu, Hadewych Minis, Lucy Russell

Sinopse: Apesar de todas suas atividades, Winfried Conradi, um professor de música aposentado, sofre de solidão. Sua filha Ines é consultora em Bucareste e viciada em trabalho. Quando o cão de Winfried morre, ele viaja para ver Ines. Mas ela não fica nada contente com a chegada do pai, que além de lhe causar embaraço, interfere em sua vida e também no trabalho. Para tentar se reaproximar da filha, Winfried cria um alter ego extravagante chamado Toni Erdmann e se passa por “consultor de desenvolvimento pessoal” do chefe de Ines. Esta estranha tragicomedia comove e a reconciliação vem – só que pelos conflitos.

Comentários: O filme estreou em competição no Festival de Cannes de 2016, foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro de 2017 e eleito o melhor filme de 2016 pela revista Sight & Sound e pela Cahiers du Cinéma.

Minibio da direção: Maren Ade é uma cineasta, produtora e roteirista alemã, considerada um dos maiores expoentes do movimento cinematográfico conhecido como Escola de Berlim. Com 40 anos de idade, Ade dirigiu três longas premiados: “The Forest for the Trees” (2003), que levou o Prêmio Especial do Júri no Festival de Sundance, “Todos os outros” (2009), que recebeu o Urso de Prata no Festival de Berlim, e “Toni Erdmann”, que competiu em Cannes.

Quarta-feira, 3 de maio, na Sala Grande Otelo

19h: “As Faces de Toni Erdmann” (Toni Erdmann)

Alemanha, Áustria, Mônaco, Romênia, França e Suíça, 2016, 162 min, cor, 16 anos

Direção: Maren Ade.

Quinta-feira, 4 de maio, na Sala Grande Otelo

18h: “Undine” (Undine)

Alemanha, França, 2020, 91 min, cor, 14 anos

Direção: Christian Petzold.

20h: “Le Prince” (Le Prince)

Alemanha, 2021, 125 min, cor, 14 anos

Direção: Lisa Bierwirth

Elenco: Ursula Strauss, Passi, Alex Brendemühl, Victoria Trauttmansdorff, Denis Mpunga

Sinopse: Quando Monika, uma curadora em Frankfurt, é pega em uma batida policial perto de um bar, ela conhece o empresário congolês Josef, que tenta convencer pessoas a investirem em minas de diamantes. O encontro deles leva a um intenso caso de amor entre duas pessoas com vidas muito diferentes. Aqui ou ali, surge um sentimento de desconfiança mútua, e o relacionamento deles se transforma em um campo de batalha atravessado por conflitos pós-coloniais. Em seu filme de estreia, Lisa Bierwirth conta uma história sóbria sobre a difícil relação de seus protagonistas, ao mesmo tempo em que observa os preconceitos que surgem por toda a parte na forma do racismo cotidiano.

Minibio da direção: Lisa Bierwirth estudou direção na German Film and Television Academy Berlin, período no qual dirigiu diversos curtas e média-metragens bem-sucedidos em festivais internacionais. “Le prince” é seu longa-metragem de estreia.

Sexta-feira, 5 de maio, na Sala Grande Otelo

18h: “Meu Fim. Seu Começo.” (Mein Ende. Dein Anfang.)

Alemanha, 2019, 111 min, cor, 14 anos

Direção: Mariko Minoguchi

Elenco: Saskia Rosendahl, Edin Hasanović, Julius Feldmeier, Emanuela von Frankenberg, Hanns Zischler, Jeanette Hain, Leonard Kunz, Michelle Barthel, Anna Drexler, Martha Bauer

Sinopse: Nora é uma jovem que trabalha em um supermercado e tem uma vida entediante. Um dia, ela conhece Natan e os dois começam um romance intenso. Mas Nora não consegue se livrar da sensação de que os dois já se conheciam. Aos poucos essa sensação de déjà-vu vai se tornando uma incontrolável paranoia. Ele morre num assalto a banco em seus braços e o filme segue com costuras surpreendentes entre passado e futuro, num emocionante drama de amor e crime. O filme levanta a questão de que o tempo pode não ser tão linear quanto imaginamos. “Você já conheceu alguém que parece que você conhece a vida toda?”, pergunta um dos personagens.

Minibio da direção: Mariko Minoguchi nasceu em Munique em 1988, filha de mãe alemã e pai japonês. Autodidata, Minoguchi nunca frequentou um curso de cinema, mas trabalhou em diversas produções alemãs premiadas. “Meu fim. Seu começo.” é seu primeiro longa-metragem enquanto diretora.

20h: “O Problema de Nascer” (The Trouble with Being Born)

Alemanha, Áustria, 2020, 94 min, cor, 18 anos

Direção: Sandra Wollner

Elenco: Lena Watson, Dominik Warta, Ingrid Burkhard, Jana McKinnon, Simon Hatzl

Sinopse: Elli é uma androide e mora com um homem que ela chama de pai. Ela possui traços físicos de sua falecida filha. Eles passam o verão juntos: durante o dia nadam na piscina, e à noite ele a leva para a cama. Ela compartilha suas memórias e qualquer outra coisa que ele a programe para recordar. Memórias que significam tudo para ele, mas nada para ela. Provocadora reflexão sobre inteligência artificial e memórias implantadas, o filme foi premiado na seção Encontros do Festival de Berlim, e causou polêmica por retratar a relação sexual entre um homem adulto e uma androide que lembra sua filha de 10 anos.

Minibio da direção: Sandra Wollner começou a estudar documentário na Film Academy Baden-Württemberg em 2012. Dirigiu vários curtas-metragens e, em 2016, seu primeiro longa-metragem, “The Impossible Picture”, que venceu vários prêmios, incluindo o Prêmio da Crítica de Cinema Alemão em 2019. Wollner dirigiu e co-escreveu “The Trouble with Being Born”, que estreou no 70º Festival Internacional de Cinema de Berlim em 2020, onde recebeu o Prêmio Especial do Júri na seção Encontros.

Sábado, 6 de maio, na Sala Grande Otelo

16h: “Casulo” (Kokon)

Alemanha, 2020, 99 min, cor, 14 anos

Direção: Leonie Krippendorff

Elenco: Lena Urzendowsky, Jella Haase, Lena Klenke, Elina Vildanova

Sinopse: No verão quente de Kreuzberg, bairro agitado em Berlim, a adolescente Nora, de 14 anos, sai de seu casulo como uma borboleta encantadora. Uma garota tímida com uma mãe problemática e uma irmã mais velha amorosa e louca por garotos, Nora deve lidar com as muitas tribulações do início da adolescência em grande parte sozinha. Ela fica menstruada pela primeira vez, se apaixona por outra garota, fica com o coração partido e, inevitavelmente, aprende a se defender e defender o que deseja.

Comentários: Exibido na seção Geração do Festival Internacional de Cinema de Berlim, o filme é um conto ensolarado sobre a autodescoberta de uma garota à beira da idade adulta.

Minibio da direção: Leonie Krippendorff é uma roteirista e diretora nascida em Berlim em 1985. Ela estudou direção na Konrad Wolf Academy of Film and Television. Seu longa-metragem “Looping” – com o qual ela se formou – recebeu inúmeros prêmios e reconhecimentos nacionais e internacionais. Em 2019 ela foi membro do júri dos festivais Max Ophüls Preis e Achtung Berlin.

18h: “Sem Ressentimentos” (Futur Drei)

Alemanha, 2019, 92 min, cor, 16 anos

Direção: Faraz Shariat

Elenco: Benny Radjaipour, Banafshe Hourmazdi, Eidin Jalali, Mashid Shariat, Nasser Shariat

Sinopse: Na noite de seu aniversário, Parvis rouba uma garrafa de bebida em uma danceteria. Ele acaba pego e, como é filho de iranianos exilados, é obrigado a fazer trabalhos comunitários em um centro de refugiados na Saxônia, Alemanha, onde vive. Lá, ele se apaixona por Amon, que fugiu do Irã com a irmã, Banafshe. Juntos, os três curtem um verão com noites sem fim, primeiros amores, e o frescor da juventude — assim como a percepção de que nenhum deles se sente plenamente em casa na Alemanha. O filme estreou no Festival Internacional de Cinema de Berlim de 2020, onde ganhou o Teddy Award de melhor filme com temática LGBTQIA+. A história é inspirada em momentos da vida do diretor alemão, filho de iranianos exilados, o que dá um tom pessoal a obra.

Minibio da direção: Filho de iranianos exilados, nasceu em Colônia, na Alemanha, em 1994. Estudou artes dramáticas na Universidade de Hildesheim e tem como foco principal de seu trabalho as experiências de famílias de imigrantes. Dirigiu curtas como “The Dichotomous Trilogy” (2015) e “Aïcha” (2020). “Sem ressentimentos” é seu primeiro longa-metragem.

Domingo, 7 de maio, na Sala Grande Otelo

16h: “Preciosa Ivie” (Ivie wie Ivie)

Alemanha, 2021, 112 min, 14 anos

Direção: Sarah Blaßkiewitz

18h: “Lar Doce Lar” (Neubau)

Alemanha, 2020, 81 min, cor, 16 anos

Direção: Johannes Maria Schmit

Em exibição entre 26/4 e 30/5 no Goethe on Demand:

“Garotas Gordas” (Dicke Mädchen, 2011) de Axel Ranisch

No filme, que custou menos de 600 euros, o diretor registra sua avó em improvisos cinematográficos que ignoram cenários bem iluminados e profissionais de grandes produções. O resultado é comovente. O filme é quase um manifesto para cineastas alemães que, como Ranisch, buscam romper com modelos de produção grandes e caros.

“A gatinha esquisita” (Das merkwürdige Kätzchen, 2013), de Ramon Zürcher

Ensaio sobre estar junto. Uma família passa uma tarde de sábado em Berlim. Preparação para refeição, conversas jogadas fora, conserto da máquina de lavar, ajuste do botão da camisa. Sob o olhar do gato e do cachorro da família, esses elementos cotidianos se tornam objetos de uma minuciosa análise, em um processo que lembra A Metamorfose, de Kafka.

“O Samurai” (Der Samurai, 2014), de Till Kleinert

O diretor provocou um turbilhão na cena cinematográfica do país com seu filme de estreia, onde psicologia, contos de fadas, realidades locais e questões de identidade se misturam até culminar em um final fantástico e perturbador.

“Animais nus” (Nackte Tiere, 2020), de Melanie Waelde

O filme mostra cinco jovens prestes a terminar a escola que precisam decidir se ficam ou saem da pequena cidade onde vivem no interior da Alemanha. Nesse processo, experimentam os sentimentos da passagem à vida adulta. Com seu caráter direto, autêntico e intenso, a obra integrou a seleção da Berlinale 2020 e recebeu menção honrosa do júri.

“Todos os outros” (Alle Anderen, 2009), de Maren Ade

Na obra, Aden realiza um estudo afiado das relações heterossexuais ao abordar a história de um casal cuja aparente felicidade é posta à prova durante um feriado no Mediterrâneo, quando conhecem um outro “casal perfeito”. Premiado na Berlinale de 2009.

“Eine flexible frau” (infos acima).

Sobre os parceiros:

Cinemateca Brasileira

A Cinemateca Brasileira, maior acervo de filmes da América do Sul e membro pioneiro da Federação Internacional de Arquivo de Filmes – FIAF, foi inaugurada em 1949 como Filmoteca do Museu de Arte Moderna de São Paulo, tornando-se Cinemateca Brasileira em 1956, sob o comando do seu idealizador, conservador-chefe e diretor Paulo Emílio Sales Gomes. Compõem o cerne da sua missão a preservação das obras audiovisuais brasileiras e a difusão da cultura cinematográfica. Desde 2022, a instituição é gerida pela Sociedade Amigos da Cinemateca, entidade criada em 1962, e que recentemente foi qualificada como Organização Social.

O acervo da Cinemateca Brasileira compreende mais de 40 mil títulos e um vasto acervo documental (textuais, fotográficos e iconográficos) sobre a produção, difusão, exibição, crítica e preservação cinematográfica, além de um patrimônio informacional online dos 120 anos da produção nacional. Alguns recortes de suas coleções, como a Vera Cruz, a Atlântida, obras do período silencioso, além do acervo jornalístico e de telenovelas da TV Tupi de São Paulo, estão disponíveis no Banco de Conteúdos Culturais para acesso público. Facebook | Instagram | Spotify.

Goethe-Institut

O Goethe-Institut é o Instituto cultural de âmbito internacional da República Federal da Alemanha. Desde sua fundação na Alemanha, em 1951, sua missão é fomentar o intercâmbio cultural, a formação e os discursos da sociedade no contexto internacional, além de apoiar o ensino e a aprendizagem da língua alemã em comunicação com o mundo, em prol da diversidade, do entendimento e da confiança, incentivando o acesso à língua alemã e apoiando o desdobramento livre da cultura e da ciência. A estrutura contratual com o Ministério das Relações Exteriores fundamenta o trabalho do Instituto.

Globalmente, em torno de 20 mil eventos culturais são realizados pelo Goethe-Institut a cada ano, em cooperação com parceiros e parceiras (instituições governamentais ou não, bem como iniciativas da sociedade civil). O Instituto qualifica, presta consultoria e gera redes de profissionais criativas e criativos, dando apoio à construção de estruturas sustentáveis na indústria criativa e da cultura. Com seus programas de residência, cooperações e coproduções, o Goethe-Institut fomenta a criação de redes globais entre profissionais da cultura. Facebook | Instagram | YouTube.

Mostra Cinema Alemão: Novas Direções

Presencial na Cinemateca Brasileira – de 26/4 (quarta) a 7/5 (domingo)

Online, no Goethe on Demand – de 26/4 a 30/5.

Cinemateca Brasileira

Largo Senador Raul Cardoso, 207 – Vila Mariana – São Paulo (SP)

Horário de funcionamento:

Espaços públicos – de segunda a segunda, das 8 às 18h

Salas de cinema – conforme a grade de programação

Biblioteca – de segunda a sexta, das 10h às 17h, exceto feriados.

Sala Grande Otelo (210 lugares + 4 assentos para cadeirantes)

Sala Oscarito (104 lugares)

Retirada de ingresso 1h antes do início da sessão.

(Fonte: Trombone Comunicação)