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Espaço de Arte M. Mizahri apresenta exposição ‘Quimeras – 100 anos do Surrealismo’

São Paulo, por Kleber Patricio

Natalia – obra de Octavio Araújo.

No centenário do surrealismo, o Espaço Arte M. Mizrahi apresenta a exposição coletiva Quimeras – 100 anos do Surrealismo, uma jornada que explora as profundezas do imaginário e do inconsciente em um contexto contemporâneo. Sob curadoria de Jurandy Valença, a mostra reúne um conjunto de 54 obras, entre pinturas, gravuras, desenhos, esculturas e fotografias de 18 reconhecidos artistas nacionais e internacionais que oferecem diferentes interpretações do surrealismo e suas influências persistentes nas artes e na literatura.

O Surrealismo, fundado por André Breton em 1924, revolucionou a forma como o inconsciente e a imaginação eram abordados nas artes. Inspirado por elementos do romantismo e caracterizado pela ênfase no poético e no onírico, o movimento foi, acima de tudo, uma rebelião contra os padrões conservadores de sua época. O surrealismo não só redefiniu os contornos da arte, mas também impactou profundamente o pensamento filosófico e cultural, ao destacar o papel da imaginação e da fantasia na construção da realidade.

Walter Lewy.

Valença observa que o surrealismo ainda mantém uma força emancipada e provocadora, mesmo um século após sua origem. Segundo o curador, “o surrealismo, mais do que um movimento histórico, é uma forma de ver o mundo que resiste ao tempo e desafia o espectador a questionar as próprias noções de realidade. Ao selecionar as obras, buscamos não só a representação tradicional do movimento, mas também como ele reverbera nas expressões e interpretações artísticas de hoje“.

Na exposição, figuras como o alemão Walter Lewy, que se manteve fiel ao surrealismo até o fim da vida, e brasileiros como Flávio de Carvalho e Mário Gruber, que criaram universos que transcendem o comum, estão ao lado de nomes como Regina Silveira e Cildo Meireles, cujas obras estabelecem diálogos menos evidentes, mas significativos com o movimento. Também presentes estão os brasileiros Octávio Ferreira de Araújo, com cenas que evocam mistério e magia, e Marcello Grassmann, que explora figuras mitológicas e combina o humano e o animal. A mostra aborda a questão da representatividade feminina no surrealismo, reconhecendo que o movimento foi historicamente misógino. No entanto, propõe um olhar crítico sobre essa questão explorando como o surrealismo, apesar de suas limitações, contribuiu para discussões sobre identidade e subjetividade.

Zero Real – obra de Cildo Meirelles.

A exposição Quimeras – 100 anos do surrealismo convida o público a refletir sobre a atemporalidade do surrealismo e sua capacidade de transcender fronteiras culturais e temporais, expandindo os limites da percepção e da interpretação artística. Ao explorar como o imaginário e o inconsciente seguem vivos e desafiadores na produção artística contemporânea, a mostra reafirma o surrealismo não apenas como um marco histórico, mas como um movimento em constante transformação, que continua a inspirar novas gerações de artistas e a ressoar profundamente nas sensibilidades atuais.

Serviço:

Exposição Quimeras – 100 anos do surrealismo

Artistas: Alejandro Lloret, Cildo Meireles, Flávio de Carvalho, Marcello Grassmann, Mario Gruber, Octávio de Araújo, Regina Silveira, Roberto Magalhães, Sonia Menna Barreto, Vik Muniz, Walter Lewy, Wifredo Lam, Juarez Machado, Vito Campanella, Leon Ferrari, Fernando Cardoso, Inos Corradin, Victor Brecheret

Curadoria: Jurandy Valença

Abertura: 9 de novembro, sábado, às 11h

Período: 11 de novembro a 14 de dezembro de 2024

Local: Espaço Arte M Mizrahi – Rua Peixoto Gomide 1757, Jardim Paulista, São Paulo – SP

Tel.: +55 (11) 3826-3957 || +55 (11) 94105-8449

Horário de visitação: segunda à sexta-feira, das 10h às 19h | sábado, das 10h às 16h

Entrada gratuita.

(Com Silvia Balady/Balady Comunicação)