Você sabia que o baralho tem 52 cartas para representar a quantidade de semanas que formam um ano? E que o Coringa está relacionado ao dia 29 de fevereiro? Essas e outras curiosidades inusitadas estão reunidas no espetáculo “Os Números e a Vida”, do Coletivo Comum, que faz sua temporada de estreia no Teatro Cacilda Becker de 29 de abril a 21 de maio, aos sábados e domingos, às 15h. As apresentações são gratuitas.
Com texto e direção de Fernando Kinas, o trabalho, destinado a jovens de 10 a 14 anos, mantém a tradição do grupo de despertar no público o prazer de aprender e pesquisar, sempre utilizando técnicas de teatro documental. Na trama, comportamentos comuns na adolescência, como as inquietações existenciais, a utilização de tecnologias digitais e a rebeldia social, são relacionados a questões e jogos matemáticos com muita leveza e um toque de rebeldia.
Pode-se dizer que os espectadores são convidados a explorar conexões entre seu cotidiano e as múltiplas aplicações do número Pi, os números primos e naturais, o teorema de Pitágoras, o número de ouro (phi), a sequência de Fibonacci, o quadrado mágico (cuja soma é sempre 34) e outras questões matemáticas. O elenco, formado por Fernanda Azevedo, Maria Dressler, Renata Soul, Renan Rovida e o baterista Lienio Medeiros, vai dar forma a tudo isso.
“Queremos mostrar como o teatro pode ser uma espécie de manual do mundo – um lugar onde podemos entender a realidade e a nós mesmos, algo muito importante quando lidamos com jovens”, explica Kinas. Por isso, temas como morte, ditadura militar, contexto político-social brasileiro e depressão são evocados pela montagem.
Uma dose de rebeldia
E, como a adolescência é a fase da contestação e da rebeldia, o trabalho utiliza o rock na trilha sonora e a arte urbana no cenário. “Criamos uma espécie de ateliê permanente, com os atores grafitando frases ao vivo e preenchendo as paredes com os escritos num cine papel (tipo de lousa com bobina que os atores utilizam para demonstrações). A ideia é que tudo fique à mostra e seja cumulativo durante a temporada, como se estivesse em construção permanente”, conta o diretor. Há até um andaime em cena.
Essa potente atmosfera foi construída por Julio Dojcsar, importante artista urbano com obras de referência no grafite, que assina a cenografia de “Os Números e a Vida”.
A música, por estar intimamente ligada à matemática, assume um papel de protagonismo na encenação. O baterista e percussionista Lienio Medeiros passeia por diferentes sonoridades. Além de dar espaço ao rock, a trilha explora outros universos musicais, como o maracatu e a música de Bach.
O texto foi o vencedor do Prêmio Funarte de Dramaturgia 2017 (região sudeste), obtendo a maior pontuação entre as mais de 500 obras inscritas (reunindo as categorias adulto e infanto-juvenil). Vale dizer que a peça também pretende suprir uma demanda no atual cenário das artes cênicas: a pequena quantidade de produções dedicadas ao público de 10 a 14 anos.
Sinopse | “Os Números e a Vida” propõe associações entre comportamentos comuns na adolescência, como as inquietações existenciais, a utilização de tecnologias digitais e a rebeldia social, com questões e jogos matemáticos. Ao mesmo tempo, mostra mecanismos de solidariedade e o papel positivo que o teatro pode desempenhar.
Ficha técnica:
Texto e direção: Fernando Kinas
Elenco: Fernanda Azevedo, Maria Dressler, Renata Soul, Renan Rovida
Música ao vivo: Lienio Medeiros
Pesquisa musical: Eduardo Contrera e Fernando Kinas
Assistência direção e produção: Beatriz Calló
Cenografia: Julio Dojcsar
Iluminação: Clébio Ferreira (Dedê)
Figurino: Silvana Marcondes
Produção: Patricia Borin
Assessoria de Imprensa: Canal Aberto Comunicação | Márcia Marques
Realização: Coletivo Comum, com apoio do Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo.
Serviço:
“Os números e a vida”
29 de abril a 21 de maio, aos sábados e domingos, às 15h
Local: Teatro Cacilda Becker | Endereço: Rua Tito, 295, Lapa – São Paulo (SP)
Ingressos: gratuitos | retirada na bilheteria com 1 hora de antecedência
Duração: 85 minutos
Classificação: destinado prioritariamente ao público juvenil (10 a 14 anos).
(Fonte: Canal Aberto Assessoria de Imprensa)