Dessa vez online, acontece de 10 a 30 de abril mais uma edição do Festival Candeia, evento gratuito que tem o objetivo de fomentar a cultura popular brasileira por meio de aulas, bate-papos e apresentações artísticas. Dividido em três pilares – a fim de homenagear as culturas tradicionais, as velhas guardas do samba de São Paulo e as mulheres da música independente –, o Candeia 2021 vai contar com a participação de Chico César, Alessandra Leão, Escola de Samba Vai-Vai, Jongo Dito Ribeiro e Samba do Cururuquara, entre outros grupos e artistas ativos e importantes para a cena da cultura popular no Brasil.
Oficinas | Oficinas, cursos e palestras estão na programação do Candeia; a maioria, sem necessidade de inscrição prévia. Duas delas, no entanto, têm vagas limitadas e os interessados já podem confirmar presença preenchendo os formulários dos links abaixo.
As primeiras aulas serão sobre as origens do forró, nos dias 13, 14, 20 e 21 às 19 horas, ministradas por Fernando Corrêa, que vem pesquisando acerca da dança, música e história do forró, baião e xaxado nos últimos 19 anos. As inscrições podem ser feitas aqui.
Dia 15 às 19 horas, está prevista uma palestra sobre Kimbundu, língua trazida para o Brasil com os povos escravizados da região de Congo e Angola e que se tornou um pilar da cultura brasileira. A proposta é mostrar a importância da língua e da cultura Kimbundu para a formação do português brasileiro e para as diversas manifestações afrodescendentes. O palestrante será Niyi Tokunbo Monazambi, formado em Letras pela Universidade de São Paulo, falante de 10 idiomas, pesquisador, professor de Kimbundu e criador do Kalunga Idiomas e Experiências, que tem ensinado o Kimbundu online para estudantes de diversas partes do mundo.
Dia 25 de abril às 16 horas será a vez da Oficina de Ilu com a compositora, cantora e percussionista Alessandra Leão. Para se inscrever, basta acessar aqui. Os interessados em dança afro podem fazer parte das aulas dos dias 26 e 28 às 19 horas, com Maurici Brasil, dançarino e percussionista, que vai abordar ritmos do candomblé como barravento, congo de ouro e ijexá. E dia 27 às 19 horas tem oficina de rabeca com o multi-instrumentista, educador e artesão Fernando Barroso, para aqueles que já conhecem o instrumento e querem aprender os primeiros acordes.
A palestra e as oficinas de rabeca e de dança acontecerão via Youtube; as demais, via Zoom. Os links serão liberados e enviados com antecedência aos inscritos pela organização do evento.
Shows | A agenda do Festival prevê também uma série de apresentações musicais, que serão exibidas no Youtube do Festival, sempre às 20 horas.
A primeira será dia 10 de abril com o Jongo do Dito Ribeiro, comunidade reconhecida como patrimônio cultural da cidade de Campinas e que lidera inúmeras ações na luta pela preservação da cultura negra na região, como a manutenção do Centro de Referência Jongueiras e Jongueiros do Sudeste, do Centro de Documentação Edite Ribeiro Barboza e do Lab AfroHacker.
Seguindo o pilar de culturas tradicionais, se apresenta no dia seguinte o grupo tradicional de samba de bumbo Treze de Maio – Samba do Cururuquara, nome de um bairro em Santana do Parnaíba onde a manifestação começou em 1888.
A Congada de Santa Efigênia fecha a programação deste tema no dia 22. Fundada em Mogi das Cruzes, tem sua liderança passada de geração em geração desde 1984. Hoje está sob o comando de Gislaine Afonso, reconhecida em Brasília como a primeira capitã de congadas do país.
As escolas de samba de São Paulo mostram o seu trabalho nos dias 16 (Camisa Verde e Branco), 17 (Vai-Vai) e 18 (Peruche), todas muito tradicionais e com anos de história.
Dia 23 de abril está programado o show da cantora alagoana Paula da Paz, que com sua banda feminina apresentará o Canto para Yabás com música, poesia, dança e contos.
Ana Flor de Carvalho mostra ao público dia 24 o seu atual projeto solo e autoral, com canções entoadas por sua voz árida e potente e fluindo de momentos rock n roll e urbanos a outros, caipiras e idílicos.
Dia 25, Alessandra Leão canta faixas do Macumbas e Catimbós, oitavo álbum da artista, indicado ao Latin Grammy 2019. O encerramento do festival fica a cargo do cantor e compositor paraibano Chico César, que se apresenta no dia 30 de abril. Com mais de nove trabalhos já gravados, sua carreira tem repercussão internacional e a maioria de suas canções são poesias profundas e encantadoras.
Rodas de conversa | Três rodas de conversa completam a programação da terceira edição do Candeia. Sempre às 16 horas.
Primeiro uma, dia 10, com a presença de representantes de três comunidades tradicionais que estarão no festival: Mestra Laine, da Congada de Santa Efigênia, Alessandra Ribeiro, liderança do Jongo Dito Ribeiro, e João Mário, integrante do Samba do Cururuquara. A proposta é conversar sobre a história de resistência e perpetuação das culturas tradicionais no estado de São Paulo, falando sobre estratégias para manutenção dos seus espaços e saberes, articulações, transformações históricas e sobre o enfrentamento dessas comunidades à situação da pandemia. A mediação será de Ricardo Souza, cientista social, percussionista, pesquisador e brincante das culturas tradicionais e integrante da comunidade tradicional de terreiro Redandá.
Comandada por alguns expoentes da velha guarda das escolas de samba de São Paulo, como Seu Carlão do Peruche, último cardeal do samba ainda vivo, Maria Helena e Dicá, embaixadores do samba e integrantes da Rosas de Ouro, Toinho Melodia, da Unidos de Vila Maria, Seu Dadinho, do Camisa Verde e Branco, e Thobias, da Vai-Vai, a segunda roda de conversa será dia 18 sobre a história desses mestres e de suas escolas, as características peculiares do samba paulistano e as transformações no carnaval da cidade ao longo das décadas. A mediação será do historiador André Santos, mestre em história pela Universidade de São Paulo e pesquisador do samba paulistano.
A última roda de conversa acontece dia 24 e contará com a participação da DJ Iasmin, que é também estilista, ritmista e colecionadora de vinil, Alessandra Leão, Paula da Paz, da percussionista, cantora e pesquisadora Verônica Borges e mediação da cantora e compositora Camila Trindade. A ideia é discutir a presença feminina na música brasileira, avaliando os desafios e as estratégias para ampliação e protagonismo das mulheres no mercado musical e artístico brasileiro, além de conversar sobre as estratégias e projetos diante do cenário de Covid-19.
Serviço:
III Festival Candeia
De 10 a 30 de abril no Youtube, Instagram ou Zoom
Confira a programação completa aqui
Classificação Indicativa: Livre
Acesso gratuito
Mais sobre a Candeia Cultura e Educação | A Candeia – Cultura e Educação, fundada em 2017, é uma articuladora de projetos, serviços e produtos voltados para cultura brasileira e educação. Produção de eventos, ações, shows, artistas, oficinas, cursos e formações na cidade de São Paulo. O objetivo é promover ações culturais e educativas que fortaleçam a valorização do patrimônio cultural e artístico brasileiro fomentando a diversidade, o pensamento crítico, a tolerância, o respeito à alteridade e aos saberes tradicionais.