A artista visual Cecilia Akemi realiza sua primeira exposição individual, ‘Memória Corroída’, neste sábado, dia 21 de maio, no Espaço Subsolo – Laboratório de Arte, sob curadoria de Andrés I. M. Hernández. A mostra é uma leitura dos seus 39 anos de pesquisa artística tendo a cerâmica como eixo central. A partir das 12h, a artista receberá o público na Rua Proença, 1000, em Campinas. A entrada é gratuita.
‘Memória Corroída’ é formada por um conjunto de séries com denominações como ‘Vazios’, ‘Inventário’, ‘Vazios Esféricos’ e ‘Rendilhados’. Esta última, criada em 2018, surgiu de uma visita ao Centro de Memória da Universidade Estadual de Campinas (CMU), por intermédio da pesquisadora do Centro, Maria Alice Rosa Ribeiro. O CMU abriga inventários, testamentos e processos judiciais do Fórum da Comarca de Campinas e Jundiaí do século XVIII, XIX e metade do XX, que tratam em geral das propriedades de fazendas de café e engenhos de cana-de-açúcar.
A visão dos “rendilhados”, como são chamados os arquivos, foi uma surpresa para a artista. “Fiquei impactada com a imagem daqueles documentos corroídos por brocas, traças e fungos, tanto por pensar que a partir dela eu iria entrar em um processo criativo que me proporcionaria uma nova obra, como em testemunhar o que se perdeu de memória histórica”.
A artista sempre organizou exposições dando atenção para os alunos, com quem expunha lado a lado, e pensando no coletivo. “Mas agora senti que era o momento certo para minha exposição individual, principalmente em razão da pandemia, já que não podia reunir os alunos no ateliê. Assim, me ocupei de olhar para as minhas obras e realizar projetos pensados e guardados. Isso me deu a possibilidade de, em conjunto com o Hernández, propor uma exposição individual”, coloca Akemi.
Campinas e a carreira
Cecilia Akemi é designer, formada em desenho industrial pela Faculdade de Comunicações e Artes da Universidade Mackenzie de São Paulo. A artista visual afirma que sua vocação para o desenho sempre esteve presente em sua vida e acabou por influenciar diretamente o resultado de suas obras de arte.
Seus trabalhos exploram o tridimensional, trazendo volumes, arestas, profundidade, como pode ser visto em ‘Do Outro Lado’, de 2008, obra desenvolvida a pedido do município de Campinas para homenagear o centenário da imigração japonesa para o Brasil.
Cecília ouviu falar sobre cerâmica no início de 1980, quando a amiga Kimi Nii, com quem trabalhava em um escritório de design, a convidou para fazer um curso de cerâmica. Profunda pesquisadora do material, Akemi está sempre envolvida na criação de novos esmaltes, na busca da argila ideal para determinado trabalho, na queima que possa resultar naquilo que pensou, assim como em novas técnicas.
Ao longo de sua carreira, recebeu em 1992 o Prêmio Estímulo, da Prefeitura de Campinas, pela obra ‘Painéis’ e, em 2005, foi laureada com o Prêmio Triarte no Salão Bunkyo, em São Paulo, pela obra ‘Brotação’, formada por 25 peças em cerâmica.
Akemi também realizou, participou e foi curadora de várias exposições; entre elas, uma no Centro Cultural da Prefeitura de Montferrier-sur-Lez, na França, onde produziu uma queima a lenha de cerâmica, ao ar livre, em 2006. Exposições coletivas mais recentes aconteceram no CIS Guanabara (2014), ao lado de Heloisa Alvim, e no Espaço Avis Rara (2017), ambas em Campinas.
Serviço:
Abertura da exposição individual ‘Memória Corroída’, de Cecilia Akemi
Dia: 21 de maio de 2022 – sábado
Horário: das 12h às 17h
Período de visitação: de 24 maio a 18 de junho de 2022
Local: Rua Proença, 1000 – Campinas – SP
Agendamento para visitação pelo (11) 94965-5722, de segunda a sexta-feira, das 12h às 17h
Os organizadores pedem o uso de máscara e álcool em gel para prevenir o covid-19 e suas cepas
Livre para todos os públicos
Entrada gratuita.
(Fonte: Secretaria de Comunicação | Prefeitura de Campinas)