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Museu da Língua Portuguesa lança exposição virtual de Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação e libera materiais educativos

São Paulo, por Kleber Patricio

Mostra temporária “Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação”. Fotos: Ciete Silvério.

Desde dia 23 de janeiro, a mostra “Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação” estará disponível em versão virtual e gratuita, para ser vista de qualquer lugar do mundo. Trata-se da exposição temporária atualmente em cartaz na sede do Museu da Língua Portuguesa, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo. Para acessar basta clicar no link https://nheepora.mlp.org.br/ e explorar todo o conteúdo, que joga luz nas línguas e culturas dos povos originários do Brasil. “Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação” tem curadoria da artista e educadora Daiara Tukano.

A mostra virtual reproduz o passeio presencial à exposição, com a possibilidade de ver em detalhes as obras expostas, além de ouvir os sons ambientes, as instalações audiovisuais, os vídeos e áudios quase exatamente como estão disponíveis ao público no espaço do museu. Círculos brancos, indicados no chão do tour virtual, permitem que o visitante veja mais de perto detalhes da mostra.

Mostra temporária “Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação”.

Assim que se inicia o tour virtual, o internauta é surpreendido por sons de pássaros da floresta, que podem ser ouvidos na primeira sala, intitulada “Terra É Viva”. É possível, com apenas um clique, ler os textos informativos escritos nas paredes em português e traduzidos para várias línguas indígenas, assim como assistir ao vídeo “Resistência Indígena”, de Daiara Tukano e do Coletivo Bijari, que mostra como o processo de colonização e os conflitos de terra fizeram com que o número de línguas indígenas diminuísse drasticamente: de cerca de 1.000 no ano de 1500 para aproximadamente 175 atualmente.

Na sala 2, que recebeu o nome de “Língua É Memória”, estão expostas obras de artistas plásticos contemporâneos, como Paulo Desana e Denilson Baniwa, e  uma série de objetos de povos indígenas, emprestados pelo MAE-USP (Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo) – vídeos do Museu Paraense Emílio Goeldi e do Museu do Índio da Funai também estão espalhados pela mostra. Também estão disponíveis mapas inéditos que mostram a distribuição das línguas indígenas espalhadas pelo Brasil e até mesmo uma instalação audiovisual interativa que ensina o visitante virtual a falar algumas palavras, em línguas como xavante, tuyuka e terena. Destacam-se, no centro deste espaço, o trocano, um tambor feito a partir de uma tora única, que pertence aos povos do Alto Rio Negro, e uma urna da cultura Marajoara.

Fique atento: nesta visita virtual, dá ainda para brincar de karaokê e cantar uma música indígena. O significado das frases também aparece no vídeo.

Mostra temporária “Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação”.

Já na sala 3 da exposição Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação, chamada Palavra Tem Poder, as reivindicações contemporâneas e as conquistas atuais dos povos indígenas são enaltecidas. Destaca-se, por exemplo, o vídeo Marcha do ATL, de Kamikia Kisedje, sobre a questão da demarcação de terras. A produção indígena nas áreas da música, do cinema, da literatura e da educação também ganha espaço.

A instalação “Ninho do Japó”, de onde são exibidos curtas-metragens realizados por cineastas indígenas, e a tela “As Onças e o Tempo Novo”, de Tamikuã Txihi, indígena do povo Pataxó, também podem ser exploradas no tour on-line.

Por fim, na sala “Palavra Tem Espírito”, a quarta da exposição, os grandes pajés das comunidades indígenas são homenageados.

Material educativo gratuito

Junto com a exposição virtual, o Museu da Língua Portuguesa também disponibilizou gratuitamente uma série de materiais educativos e de pesquisa para download. O conjunto inclui um e-book contendo textos encontrados na exposição, os mapas criados exclusivamente para a mostra “Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação” e um caderno educativo para ser utilizado em sala de aula por professores e estudantes.

Mostra temporária “Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação”.

Contando com a participação de cerca de 50 profissionais indígenas – entre cineastas, pesquisadores, influenciadores digitais e artistas visuais como Paulo Desana, Denilson Baniwa e Jaider Esbell –, a mostra tem curadoria de Daiara Tukano, artista, ativista, educadora e comunicadora indígena; consultoria especial de Luciana Storto, linguista especialista no estudo de línguas indígenas; e coordenação de pesquisa e assistência curatorial da antropóloga Majoí Gongora, em diálogo com a curadora especial do Museu da Língua Portuguesa, Isa Grinspum Ferraz. A abertura da exposição marca, no Brasil, o lançamento da Década Internacional das Línguas Indígenas (2022-2032), instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e coordenada pela Unesco em todo o mundo.

A exposição temporária “Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação” conta com a articulação e o patrocínio máster do Instituto Cultural Vale, o patrocínio do Grupo Volvo e da Petrobras e o apoio de Mattos Filho – todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta, ainda, com a cooperação da Unesco, no contexto da Década Internacional das Línguas Indígenas, e das seguintes instituições: Instituto Socioambiental, Museu da Arqueologia e Etnologia da USP, Museu do Índio da Funai e Museu Paraense Emílio Goeldi.

Serviço: 

Exposição virtual “Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação”

https://nheepora.mlp.org.br/

Grátis

Exposição temporária “Nhe’ẽ Porã: Memória e Transformação”

Até 23 de abril

De terça a domingo, das 9h às 16h30 (permanência até 18h)

R$20 (inteira) e R$10 (meia)

Grátis para crianças até 7 anos

Grátis aos sábados

Acesso pelo Portão A (em frente à Pinacoteca)

Ingressos na bilheteria ou pela internet: https://bileto.sympla.com.br/event/68203

Museu da Língua Portuguesa 

Praça da Luz s/n – Luz – São Paulo

Estacionamento conveniado (Garage K): entrada pela Avenida Tiradentes, 248, e pela Rua João Teodoro, 78.

Sobre o Museu da Língua Portuguesa 

Localizado na Estação da Luz, o MLP tem como tema o patrimônio imaterial que é a língua portuguesa e faz uso da tecnologia e de suportes interativos para construir e apresentar seu acervo. O público é convidado para uma viagem sensorial e subjetiva, apresentando a língua como uma manifestação cultural viva, rica, diversa e em constante construção.

O Museu da Língua Portuguesa é uma realização do Governo Federal e do Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, concebido e implantado em parceria com a Fundação Roberto Marinho. O IDBrasil é a Organização Social de Cultura responsável pela sua gestão.

A reconstrução do Museu tem patrocínio máster da EDP e patrocínio do Grupo Globo, Itaú Unibanco e Sabesp – todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. O apoio é da Fundação Calouste Gulbenkian.

(Fonte: Museu da Língua Portuguesa)