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Museu Judaico de São Paulo oferece programação cultural e educativa em janeiro

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Denise Magalhães.

Ao longo do mês de janeiro, o Museu Judaico de São Paulo oferece programação de férias voltada a famílias, educadores e estudantes. As atividades são realizadas pelo programa Educação e Participação, que conta com visitas mediadas, oficinas, contação de histórias, mediação de leituras e acessibilidade.

Para celebrar as datas comemorativas do mês, o MUJ preparou uma agenda especial que se iniciou no dia 16 de janeiro com o Tu BiShvat (Ano Novo das Árvores) e leitura especial do programa Livro Vivo na sequência. Dia 25 de janeiro, terça-feira, às 11 horas, o museu comemora o aniversário da cidade de São Paulo com a estreia da Visita Território – Samuel Roder e seu monumento, que conta um pouco mais da história do templo Beth-el que hoje abriga o Museu Judaico. Na sequência, às 13 horas, acontece a Visita Teatralizada, que conta sobre a imigração judaica na cidade.

Para finalizar a programação comemorativa do mês, no dia 27 de janeiro, Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, acontece a contação de história A menina que partiu no trem do livro Uma casa no Mundo, de Daniela Chindler e Juliana Portenoy, e também o Teatro de Sombras, que retrata a histórias de pessoas que arriscaram suas vidas durante o Holocausto com o intuito de salvar vidas de judeus.

Projeto Livro Vivo: público se envolve nas histórias e temáticas das exposições em cartaz acompanhado de um leitor experiente.

As Visitas Mediadas acontecem de terça-feira a domingo; os visitantes participam da visita às exposições que estão em cartaz no museu acompanhados de educadores-mediadores. Há também a possibilidade de visitar de forma acessível em Libras (Língua Brasileira de Sinais), além de participar da Visita Teatralizada, que abre as portas da imaginação do público e realiza uma viagem no tempo com os educadores-atores, atravessando e rememorando os espaços e trajetos do museu. A programação inclui leituras compartilhadas do projeto Livro Vivo, em que o público se envolve nas histórias e temáticas das exposições em cartaz acompanhado de um leitor experiente.

As atividades também exploram o universo infantil trazendo a Contação de Histórias, que, por meio de objetos, adereços e músicas, os educadores exploram a tradição judaica e abordam temas que dialogam com os conceitos do museu.

As visitas estão disponíveis para o público em geral, escolas, ONGs e empresas de turismo, entre outros. Para agendar as visitas ou obter mais informações, o e-mail para contato é agendamento@museujudaicosp.org.br.

PROGRAMAÇÃO

25 de janeiro, terça-feira, às 11 horasAniversário da cidade de São Paulo – Estreia da Visita Território – Samuel Roder e seu monumento | O templo Beth-el, que hoje abriga o Museu Judaico, foi projetado pelo arquiteto russo Samuel Roder no estilo bizantino. Os sete lados da cúpula enfatizam os sete dias da Criação, as sete cores do arco-íris. Como era o entorno quando o templo foi construído, como é hoje? Uma visita que fala de arquitetura, território e tempo.

Às 13 horas, Visita TeatralizadaHistória da imigração judaica para São Paulo – As atividades contam com intérpretes de Libras.

Dia 27 de janeiro, quinta-feira – Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto – estreia a Contação de Histórias A menina que partiu no trem, do livro Uma casa no Mundo e Teatro de Sombras – Às terças e sábados, sessões com intérprete de Libras.

Dia 27 de janeiroDia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, data proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Em 27 de janeiro de 1945, houve a libertação do Campo de Concentração e Extermínio Nazi de Auschwitz-Birkenau pelas tropas soviéticas. Nesta data, presta-se homenagem à memória das vítimas do Holocausto e relembra-se a necessidade de combater o antissemitismo, o racismo e quaisquer outras formas de intolerância que possam levar à violência.

De 27 de janeiro a 30 de janeiro, às 13 horas – Contação de Histórias A menina que partiu no trem, do livro Uma casa no Mundo, de Daniela Chindler e Juliana Portenoy, seguida de uma visita por peças do acervo do Museu Judaico que contam sobre os refugiados judeus que partiram da Europa durante a Segunda Guerra.

Ainda no dia 27, às 15 horas, a atividade Teatro de Sombras retrata a histórias de pessoas que arriscaram suas vidas durante o Holocausto com o intuito de salvar vidas de judeus, que hoje são honrados com o título “Justos entre as Nações”, sendo mais de 27 mil pessoas, de 51 países, consideradas heroínas.

Visita Mediada – Terças a sextas às 11h, 14h e 16h; sábados e domingos às 15h – Agendamento: agendamento@museujudaicosp.org.br – Educadores-mediadores realizam visitas às exposições em cartaz no Museu.

Visita Mediada em Libras – terças e sábados às 11h, 14h e 16h – Agendamento: agendamento@museujudaicosp.org.br – Visitas acessíveis em Língua Brasileira de Sinais – Libras às exposições em cartaz no Museu.

Visita Teatralizada – terças às 13h e quartas às 15h; sábados às 14h – Agendamento: agendamento@museujudaicosp.org.br – Atores com roupas de época são os mestres de cerimônias desse percurso pelo prédio que hoje abriga o Museu Judaico e foi uma sinagoga. Atividade para a família. Os visitantes do museu são transportados para a primeira metade do século XX e conhecem a trajetória de imigrantes que chegaram a São Paulo de navio e aqui construíram uma nova vida. Indicação: a partir de 8 anos – terças às 13h e quartas às 15h e sábados, às 14h. Às terças e sábados, as visitas são oferecidas com intérprete de Libras.

Contação de Histórias – terças às 15h e quintas às 13h; sábados às 10h30 e 12h30 (sessão com Libras); domingos, 10h30 e 14h – Com bonecos, adereços e músicas, os educadores do MUJ contam histórias da cultura judaica e de outras culturas. O símbolo do Museu Judaico é uma trança e o repertório da contação traz contos da tradição judaica da Europa Oriental e contos da tradição africana para falar de temas como memória, família, comunidade, acolhimento. Agendamento: agendamento@museujudaicosp.org.br. Indicação: a partir de 5 anos.

Histórias em cartaz:

Sopa de Botão de Ossos | Em uma noite gelada do rigoroso inverno russo, um andarilho caminha pelas colinas cobertas de gelo. Ele procura uma cidade onde possa se abrigar durante a noite e imagina uma lareira acesa. Seu estômago ronca e anseia por uma sopa para aplacar a fome e esquentar a alma. Assim começa esse conto de origem judaica que mostra como a solidariedade e a cooperação são bons caminhos para resolver questões que sozinhos não teriam soluções. A história se passa em um Shtetl, um pequeno povoado onde viviam muitos judeus na Europa Oriental. Suporte: uma mala com cenários e bonecos.

Onde está o pai? – Conto do livro O filho do caçador e outras histórias da África, de Andi Rubinstein e Madalena Monteiro | Na narrativa, o pai sai para caçar e não retorna a casa na aldeia, deixando a esposa grávida e os filhos. O filho caçula cresce sem conhecer o pai e na juventude tem o desejo de “trazê-lo de volta”. A história trata da importância de se manter viva a memória e não permitir que o passado se perca. O programa de mediação do museu traz muitas vozes e saberes em sua programação. O conto é apresentado em um tapete de histórias.

Uma casa não tão apertada assim | A história de um homem pobre que vivia junto com sua esposa, seis filhos e a sogra numa pequena choupana. Por viverem todos amontados, o barulho era imenso e isso deixava o pobre homem infeliz. Até que ele resolveu pedir conselhos ao rabino. Nos últimos dois anos, com a pandemia, habitamos intensamente o espaço da casa e vivemos experiências marcantes. Conto que mostra como a fabulação pode trazer as questões do presente. As histórias têm o poder de fazer o participante se transportar para um outro mundo e viver, na ficção, experiências que contribuem para que ele saia mais fortalecido para o seu dia a dia. Suporte: uma mala com cenários e bonecos de tecido.

Livro Vivo – quartas às 13h e 17h – sábados e domingos às 16h (aos sábados, sessão com Libras) – Agendamento: agendamento@museujudaicosp.org.br – As primeiras viagens que fazemos pelas páginas de um livro são acompanhadas de um leitor experiente. Essa atividade propõe uma leitura compartilhada de livros que conversam com as temáticas das exposições em cartaz. Indicação: a partir de 5 anos.

Alguns títulos da atividade: Aperte aqui, de Hervé Tullet; Bem-vindo Eliahu, de Lesléa; O Senhor do Bom Nome e outros mitos judaicos, de Ilan Brenman; O menino com a estrela, de Débora Hemsi Cuperschmidt e ilustrações de Leandro Spett, e O elefante na sucá, de Sherri Mansell e ilustrações de Ivana Kuman.

As ações do programa Educação e Participação do Museu Judaico de São Paulo são viabilizadas com recursos da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei nº 8.313/1991, projeto proposto pela Sapoti Projetos Culturais e equipe em parceria com o Museu Judaico de São Paulo. Em seu primeiro ano, o projeto é patrocinado pelo Grupo CCR.

Ações educativas | Educação e Participação é o programa de mediação cultural do Museu Judaico de São Paulo voltado à produção de experiências compartilhadas e à construção de conhecimento por meio do diálogo, da troca e do debate. Comprometidas com seus diferentes públicos, as ações de Educação e Participação do MUJ compreendem, como parte de sua programação fixa, visitas mediadas com grupos agendados e espontâneos, oficinas de atividades, contação de histórias, mediação de leituras, encontros com professores, cursos, palestras e ações territoriais.

Exposições | As exposições materializam um rigoroso trabalho curatorial e museológico, fruto do esforço da instituição para estabelecer pontes de diálogos tanto dentro da comunidade quanto para o público não judeu. A partir de obras multimídia, objetos históricos, documentos e fotografias, o museu apresenta quatro exposições. Como aponta Sérgio Daniel Simon, presidente do Museu, “tanto a presença quanto a perseguição contra o seu povo no Brasil acontecem há séculos”. Fugindo dos usuais estereótipos históricos que se concentram apenas no brutal antissemitismo disseminado durante a Segunda Guerra Mundial, Simon destaca a perseguição dos criptojudeus ibéricos flagelados pela Inquisição. São, portanto, cinco séculos de resistência e força materializados nas programações do MUJ.

Seguem abaixo informações sobre cada uma das exposições:

Exposição A Vida Judaica – A primeira exposição de longa duração, A vida judaica, apresenta os costumes e rituais pelos quais o judaísmo se conecta com o sagrado, demarca o tempo, estuda seus textos, festeja valores, elege seus alimentos típicos e vivencia coletivamente cada etapa da vida. Aborda, portanto, os acontecimentos cotidianos da vida judaica, entendendo-os não somente sob o prisma religioso, mas também como fenômeno cultural.

Exposição Judeus no Brasil: Histórias Trançadas – Nesta exposição, o objetivo é tecer uma complexa narrativa da pluralidade da presença judaica no Brasil a partir dos diversos fluxos migratórios ao longo de 500 anos. A mostra analisa ainda a pluralidade resultante dos diversos polos de implantação das comunidades judaicas no Brasil e de que formas os costumes que pautam a vida judaica se comportam em suas dinâmicas intergeracionais, sejam elas a partir de vivências individuais ou coletivas. A exposição mostra também como a comunidade judaica brasileira apresenta inúmeras interseções e confluências na contemporaneidade, embora tenham diferentes matrizes culturais e geográficas.

Alguns objetos apresentados na mostra remetem aos vínculos de Dom Pedro II com o judaísmo no Brasil Império. Ela inclui, por exemplo, um fac-símile de um fragmento de uma Torá que pertenceu ao imperador, encontrada na Quinta da Boa Vista, antiga residência imperial desde a chegada da Corte Portuguesa ao Brasil, hoje no acervo do Museu Nacional do Rio de Janeiro.

Exposição Inquisição e Cristãos Novos no Brasil: 300 Anos de Resistência – Partindo igualmente de uma matriz histórico-documental, a exposição temporária revela o funcionamento do Tribunal do Santo Ofício da Inquisição e a luta dos cristãos-novos para reconstruir suas vidas no Brasil durante os 300 anos de vigência da Inquisição. Sobretudo sobre a vida dos judeus ibéricos, a Inquisição marcou o povo judeu por fortes discriminações e perseguições.

Muitos judeus foram obrigados a migrarem e a converterem-se publicamente ao cristianismo, mas mantendo clandestinamente as práticas e crenças judaicas em espaços privados, como suas residências. A mostra, repleta de documentos, mostra as reverberações desses intercâmbios culturais frutos de uma onda de resistência judaica nos aspectos históricos e sociológicos do Brasil.

Exposição Da Letra à Palavra – Essa mostra investiga as relações, na arte contemporânea, entre a escrita e as artes plásticas, entre imagem e texto, entre a escrita como desenho e a presença das palavras nas pinturas. A exposição tem curadoria de dois artistas plásticos – Lena Bergstein e Sergio Fingermann – e reúne 32 artistas plásticos contemporâneos, propondo uma grande diversidade poética e indagações plásticas e teóricas que fomentam a livre reflexão.

A pluralidade de enfoques da questão central da exposição reúne obras muito diferentes entre si, com pactos poéticos distintos. Há obras de Artur Bispo do Rosário, Beatriz Milhazes, Carmela Gross, Anna Maria Maiolino, Anna Bella Geiger, Arnaldo Antunes, Arthur Lescher, Carlos Vergara, Denilson Baniwa, Shirley Paes Leme e Paulo Pasta, entre outros.

Segundo os curadores, Da Letra à Palavra aponta a importância da construção de significados através dos espaços entre as letras, entre as palavras, dos vazios, dos brancos entre as linhas e entre as frases. Nesses intervalos, nesses espaçamentos, os desenhos e os textos ganham significados e tecem novas interpretações. As obras expostas levam aos rolos da escrita trazem uma relação com o pergaminho, monotipias sobre lenços, pinturas com sobreposições de escritas e alguns trabalhos onde a escrita se mostra legível e poética, sempre duplicando as possibilidades de leituras.

Outros trabalhos têm um significado semântico explícito – avisos, indagações, palavras chaves, levando tanto a uma poética da letra, do escrito, na sua função semântica, mas também vistos na sua função de imagem – cartas, escritos e fotos que levam à busca de uma memória desejada e perdida. Já outros artistas trabalham com signos, traços, riscos e cicatrizes, lembrando as primeiras escritas. Esta exposição, embora mantenha fortes vínculos históricos, tem caráter principalmente artístico, inserindo o MUJ em um importante circuito de arte contemporânea brasileira em São Paulo.

Patrocínio | O MUJ conta com patrocínio da Fundação Arymax, Antonietta e Leon Feffer, Sergio Zimerman, Banco Itaú, Banco Safra, Instituto Cultural Vale, Lilian e Luis Stuhlberger | Verde Asset Management e Hapvida, entre outros apoiadores essenciais para a realização.

(Fonte: a4&holofote comunicação)