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Quatro anos após a morte de Tunga, sua memória segue viva no Inhotim

Brumadinho, por Kleber Patricio

Remontagem de ‘True Rouge’ (2016). Foto: Daniela Paoliello.

Com quase 14 anos de existência, a criação do Inhotim se deve em parte ao artista Antônio José de Barros Carvalho e Mello Mourão, o Tunga. Falecido em 6/6/2016, o artista foi decisivo na criação do Instituto, ao incentivar o idealizador Bernardo Paz a colecionar arte contemporânea. Tanto que, ao se manifestar na data, por meio das redes sociais do Instituto, Paz afirmou que Tunga foi um grande amigo dele, “talvez o melhor. Foi quem mais me ajudou a fazer o Inhotim. Ele queria muito que desse certo”. O Inhotim abriga uma das maiores coleções do artista, com obras desde o início da década de 80 até os anos 2000. Os trabalhos estão nas Galerias True Rouge e Psicoativa Tunga, ambas compreendendo um espaço de cerca de 2500 m² no Instituto. Outra obra, uma das primeiras incorporadas ao acervo, é Deleite (1999), em meio aos jardins.

Galerias True Rouge e Psicoativa Tunga

Em 2002, Tunga foi o primeiro artista a receber uma galeria projetada especialmente para receber uma de suas obras: True Rouge (1997). Foi nela que aconteceu um dos principais momentos de celebração dos 10 anos do Inhotim dedicado ao artista, em 2016: a apresentação da performance na galeria, coordenada por Lia Rodrigues. O artista está, realmente, na gênese do Instituto.

Apresentação da performance na galeria True Rouge, coordenada por Lia Rodrigues, foi um dos principais momentos de celebração dos 10 anos do Inhotim dedicado ao artista, em 2016. Foto: William Gomes.

Dez anos depois, era inaugurada a maior galeria do Inhotim: a Psicoativa Tunga, com 2200 m², com a presença de autoridades, curadores e amantes da arte. Performances (ou instaurações, como o artista definiu) foram realizadas para inaugurar as obras. O pavilhão abriga 21 obras do artista; entre elas, À la lumière des deux Mondes, (2005), que já ocupou a pirâmide do Louvre, em Paris, e Ão (1980), presente no acervo do MoMa (Metropolitan Museum of Art), de Nova York. O projeto de todo o espaço, de autoria do Escritório Rizoma Arquitetura, permite ao visitante ver as obras por vários ângulos, na medida em que se percorre o espaço expositivo; ao mesmo tempo, é possível ver a natureza ao redor em 360 graus.

Na época da inauguração, em depoimento ao Inhotim, Tunga afirmou: “Inhotim é um somatório de experiências. Proporcionar esse tipo de experiência do que acontece no mundo, hoje, na visão de diversos artistas, essa visão plural, termina nos dando o que é o núcleo central que a gente procura, o núcleo central dessa vida contemporânea, tão ligada àquilo o que ainda há de mais arcaico no sujeito, quanto aquilo o que há de vir no ser humano”.