Com quase 14 anos de existência, a criação do Inhotim se deve em parte ao artista Antônio José de Barros Carvalho e Mello Mourão, o Tunga. Falecido em 6/6/2016, o artista foi decisivo na criação do Instituto, ao incentivar o idealizador Bernardo Paz a colecionar arte contemporânea. Tanto que, ao se manifestar na data, por meio das redes sociais do Instituto, Paz afirmou que Tunga foi um grande amigo dele, “talvez o melhor. Foi quem mais me ajudou a fazer o Inhotim. Ele queria muito que desse certo”. O Inhotim abriga uma das maiores coleções do artista, com obras desde o início da década de 80 até os anos 2000. Os trabalhos estão nas Galerias True Rouge e Psicoativa Tunga, ambas compreendendo um espaço de cerca de 2500 m² no Instituto. Outra obra, uma das primeiras incorporadas ao acervo, é Deleite (1999), em meio aos jardins.
Galerias True Rouge e Psicoativa Tunga
Em 2002, Tunga foi o primeiro artista a receber uma galeria projetada especialmente para receber uma de suas obras: True Rouge (1997). Foi nela que aconteceu um dos principais momentos de celebração dos 10 anos do Inhotim dedicado ao artista, em 2016: a apresentação da performance na galeria, coordenada por Lia Rodrigues. O artista está, realmente, na gênese do Instituto.
Dez anos depois, era inaugurada a maior galeria do Inhotim: a Psicoativa Tunga, com 2200 m², com a presença de autoridades, curadores e amantes da arte. Performances (ou instaurações, como o artista definiu) foram realizadas para inaugurar as obras. O pavilhão abriga 21 obras do artista; entre elas, À la lumière des deux Mondes, (2005), que já ocupou a pirâmide do Louvre, em Paris, e Ão (1980), presente no acervo do MoMa (Metropolitan Museum of Art), de Nova York. O projeto de todo o espaço, de autoria do Escritório Rizoma Arquitetura, permite ao visitante ver as obras por vários ângulos, na medida em que se percorre o espaço expositivo; ao mesmo tempo, é possível ver a natureza ao redor em 360 graus.
Na época da inauguração, em depoimento ao Inhotim, Tunga afirmou: “Inhotim é um somatório de experiências. Proporcionar esse tipo de experiência do que acontece no mundo, hoje, na visão de diversos artistas, essa visão plural, termina nos dando o que é o núcleo central que a gente procura, o núcleo central dessa vida contemporânea, tão ligada àquilo o que ainda há de mais arcaico no sujeito, quanto aquilo o que há de vir no ser humano”.