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São Paulo Companhia de Dança anuncia Temporada 2020

São Paulo, por Kleber Patricio

Cena de “O Lago dos Cisnes”, de Mario Galizzi: obra volta na Temporada 2020 | Crédito da foto: Sílvia Machado.

A São Paulo Companhia de Dança (SPCD), corpo artístico da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo gerido pela Associação Pró-Dança e dirigido por Inês Bogéa, anuncia a Temporada 2020, titulada Permanência e Inovação. Serão quatro programas ao longo do ano com três estreias, totalizando 10 coreografias de grandes coreógrafos brasileiros e internacionais que serão exibidas no Teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo. “Há possibilidade do convívio entre permanência e inovação. […] A cada vez que dançamos, vivemos uma experiência singular, seja pelo bailarino ou pela plateia. O que permanece e o que se modifica? A essência dos movimentos e da criação permanece, mas sempre será diferente no corpo de cada um que vier a integrar a obra e na percepção de quem vê. Toda dança é feita de mudança – integrando novas qualidades sem perder a essência”, explica Inês Bogéa, diretora artística da companhia.

A venda de novas assinaturas segue até 31 de março. Dentre os benefícios de se tornar um assinante da SPCD, estão a possibilidade de obter os ingressos com desconto, escolher antecipadamente o lugar onde deseja se sentar no teatro, ter direito a visitas à sede da SPCD (mediante agendamento prévio) para assistir aos ensaios da companhia, além de outras vantagens.

A assinatura para os 4 programas custa a partir de R$136,00. As compras podem ser realizadas por meio do site da Companhia (www.spcd.com.br) ou pelo telefone (11) 3224-1383.

Temporada 2020

O primeiro programa, em junho, terá a volta do grande clássico O Lago dos Cisnes, uma criação de Mario Galizzi especialmente para a São Paulo Companhia de Dança a partir do original de Marius Petipa e Lev Ivanov. A obra contará com todo o corpo artístico da Companhia, bem como solistas e figurantes convidados. As apresentações acontecem ao longo de três semanas e meia no mês de junho (6 a 7, 10 a 14, 17 a 21 e 24 a 28).

Em setembro, serão três programas distintos. De 11 a 13, estreia a primeira obra do coreógrafo residente da SPCD, Stephen Shropshire. Rococo Variation investiga a relação da dança contemporânea com o virtuosismo da dança clássica, em uma relação direta com a música de Tchaikovsky. Na mesma semana, serão apresentadas obras já pertencentes ao repertório da Companhia com características marcantes: a intensa e premiada Agora, de Cassi Abranches; a vibrante Vai, de Shamel Pitts e a clássica A Morte do Cisne, de Lars Van Cauwnbergh, inspirada na obra de Michel Fokine.

Na semana seguinte, de 17 a 20 de setembro, acontece a estreia da obra de Henrique Rodovalho Só Tinha de Ser com Você, uma sensível e singular releitura coreográfica do álbum Elis & Tom, clássico da música brasileira. Trick Cell Play, criação premiada de Édouard Lock, coprodução com o Festival Movimentos em Wolfsburg, na Alemanha, completa o programa.

Encerrando a Temporada 2020 da SPCD, o repertório de 24 a 27 de setembro trará a estreia da criação de Ana Catarina Vieira, uma obra que mistura as linguagens das danças populares brasileiras com o balé clássico e a dança contemporânea. Além da novidade, a semana terá a instigante Gnawa, de Nacho Duato e a intensa Anthem, de Goyo Montero.

SÃO PAULO COMPANHIA DE DANÇA

Direção Artística e Executiva | Inês Bogéa

Criada em janeiro de 2008, a São Paulo Companhia de Dança (SPCD) é um corpo artístico da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, gerida pela Associação Pró-Dança e dirigida por Inês Bogéa. A São Paulo é uma Companhia de repertório, ou seja, realiza montagens de excelência artística que incluem trabalhos dos séculos XIX, XX e XXI de grandes peças clássicas e modernas a obras contemporâneas especialmente criadas por coreógrafos nacionais e internacionais. A difusão da dança, produção e circulação de espetáculos é o núcleo principal de seu trabalho. A SPCD apresenta espetáculos de dança no Estado de São Paulo, no Brasil e no exterior e é hoje considerada uma das mais importantes companhias de dança da América Latina pela crítica especializada. Desde sua criação, já foi assistida por um público superior a 732 mil pessoas em 17 diferentes países, passando por aproximadamente 145 cidades, em mais de 960 apresentações. Desde sua criação, a Companhia já acumulou mais de 30 prêmios nacionais e internacionais. Além da difusão e circulação de espetáculos, a SPCD tem mais duas vertentes de ação: os programas educativos e de formação de plateia e registro e memória da dança.

Crédito da foto: Willian Aguiar.

INÊS BOGÉA – Direção Artística e Executiva | Inês Bogéa é doutora em Artes (Unicamp, 2007), bailarina, documentarista, escritora, professora no curso de especialização Arte na Educação: Teoria e Prática da Universidade de São Paulo (USP) e autora do Por Dentro da Dança com a São Paulo Companhia de Dança na Rádio CBN. De 1989 a 2001, foi bailarina do Grupo Corpo (Belo Horizonte). Foi crítica de dança da Folha de S. Paulo de 2001 a 2007. É autora de diversos livros infantis e organizadora de vários livros. Na área de arte-educação, foi consultora da Escola de Teatro e Dança Fafi (2003-2004) e consultora do Programa Fábricas de Cultura da Secretaria de Cultura do Estado (2007-2008). É autora de mais de quarenta documentários sobre dança.

Ficha informativa das coreografias que serão apresentadas:

PROGRAMA DE 6 A 28 DE JUNHO DE 2020

O Lago dos Cisnes (2018)

Coreografia: Mario Galizzi, a partir de Marius Petipa (1818-1910) e Lev Ivanov (1834-1901)

Música: Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893) com partitura revisada por Riccardo Drigo (1846-1930)

Iluminação: Wagner Freire

Figurino: Fábio Namatame | 1ª e 3ª cenas, todos | 2ª cena, homens Tânia Agra | 2ª e 4ª cenas, tutus e bruxo | 3ª cena, Odille

Cenografia: Marco Lima

Adereços: Robson Rui (bestas), Américo Corrêa (machados, trompetas e cetro)

Assistente de Coreografia: Sabrina Streiff

Assistente de Cenografia: César Bento

Visagismo: Augusto Sargo

Professora de Dramaturgia: Vivien Buckup

O Lago dos Cisnes é um balé com música especialmente composta por Tchaikovsky que estreou em 1877 no Teatro Bolshoi, mas somente em 1895, com nova coreografia de Marius Petipa e Lev Ivanov, para o teatro Mariinsky, em São Petersburgo, se tornou um enorme sucesso. O Lago dos Cisnes da São Paulo Companhia de Dança é feito sob medida para os artistas da casa. A coreografia de Galizzi dialoga com a tradição e se renova nas relações dos personagens, no detalhe das pantomimas, nos desenhos das cenas, em sintonia fina com a música emblemática de Tchaikovsky e coloca todos os artistas em cena.

PROGRAMA DE 10 A 13 DE SETEMBRO DE 2020

Agora (2019)

Coreografia: Cassi Abranches

Música: Sebastian Piracés

Iluminação: Gabriel Pederneiras

Figurino: Janaina de Castro

A terceira criação de Cassi Abranches para a SPCD explora a palavra tempo em seus possíveis significados: musical com dinâmicas e sonoridades; cronológico com lembranças e expectativas, temperatura com diferentes graus e intensidades. A coreógrafa esculpe os movimentos no corpo de cada bailarino a partir dos ritmos musicais da trilha composta por Sebastián Piracés, que utiliza bateria e elementos de percussão afro-brasileiras misturados ao rock contemporâneo e canto. A obra recebeu o Prêmio APCA de Melhor Coreografia de 2019.

Vai (2019)

Coreografia: Shamel Pitts

Trilha Sonora: Remix de Shamel Pitts e DiPa das músicas Into the tranquility, de Ryoji Ikeda; Spring break Anthem, de The Lonely Island; Obatalá, de Metá Metá; Spirit Caller, de Alleged Witches; Banomoya, de Prince Keybee ft. Busiswa; Freedom is a Feeling, de Nina Simone; Zion, de Fluke; Prismis, de Tim Hecker; F****t, de Arca; Ode, de Nils Frahm e Tudo Que Você Podia Ser, de Clube da Esquina

Iluminação: Mirella Brandi

Figurino: Tushrik Fredericks

Assistente de Coreografia: Mirelle Martins

Vai é a primeira criação do norte-americano Shamel Pitts para uma companhia brasileira. A obra traz um futuro pós-apocalíptico criado não pela necessidade ou destruição, mas pela capacidade humana de recomeçar. “É uma jornada individual e coletiva baseada na euforia, excentricidade, descobrimento, encantamento e compartilhamento. Após o fim, a leveza e a suavidade de ser humano são as essências para criar um novo mundo, um momento de descoberta do que está dentro de nós, entre nós e ao nosso redor”, comenta o coreógrafo.

A Morte do Cisne (2019)

Coreografia: Lars Van Cauwenbergh inspirado na obra de Michel Fokine (1880-1942)

Música: Camile Saint-Saens, O Cisne, extrato de Carnaval dos Animais (1866)

Iluminação: Wagner Freire

Figurino: Marilda Fontes

O balé criado em 1907 por Fokine para Anna Pavlova é um solo emocionante, que dialoga com as sonoridades da harpa e do violoncelo, inspirado no poema de Alfred Tennyson (1809-1892) e nos movimentos dos cisnes em seus últimos instantes de vida. Esse solo é interpretado por grandes estrelas da dança e agora ganha novos acentos e dinâmicas no corpo de uma bailarina da São Paulo Companhia de Dança.

Rococco Variations (2020)

Coreografia: Stephen Shropshire*

Trilha Sonora: Variations on a Rococco Theme, de Piotr Ilitch Tchaikovski

Iluminação: Wagner Freire

* Uma parceria com The Dutch Performing Arts program of the Performing Arts Fund NL

Stephen Shropshire estreia no repertório da São Paulo Companhia de Dança com Rococco Variations, conduzido pela música de Tchaikovsky Variations in a Rococco Theme. Na obra, ele investiga a relação da dança contemporânea com o virtuosismo da dança clássica, com uma relação direta com a música.

PROGRAMA DE 17 A 20 DE SETEMBRO DE 2020

Trick Cell Play (2019)

Coreografia: Édouard Lock*

Composição Musical: Gavin Bryars, interpretado pelo Percorso Ensemble

Diretor Musical do Percorso: Ricardo Bologna

Músicos: Adriana Holtz (violoncelo), Douglas Kier (violoncelo), Horácio Gouveia (piano), Joana Queiroz (clarone), Pedro Gadelha (contrabaixo)

Iluminação: Édouard Lock

Assistente de Figurino: Edmeia Evaristo (corsets)

* Uma coprodução com Movimentos Festwochen der Autostad, em Wolfsburg, na Alemanha.

Movimentos ligados a óperas icônicas e suas memórias coletivas e desconstruídas, a suavidade abandonada gradualmente para a entrada em um terreno niilista, refletindo tanto uma visão mais sombria das paixões expressas nessas árias quanto a fragmentação da utopia social que lhes deu origem. Uma dança como o vento na grama entre o crepúsculo e a noite. Trick Cell Play é a segunda obra do coreógrafo para a São Paulo.

Só Tinha de Ser com Você (2020)

Coreografia e Iluminação: Henrique Rodovalho

Música: álbum Elis & Tom

Iluminação: Wagner Freire

Figurino: Cássio Brasil

Assistente de Coreografia: Vivian Navega

“Esta primeira remontagem de um espetáculo da Quasar Cia de Dança só tinha que ser com a SPCD”. Uma sensível e singular releitura coreográfica do álbum Elis & Tom, clássico da música brasileira. “É um belo encontro do estilo Quasar/Rodovalho de dançar com todo o aprimoramento técnico e primoroso da São Paulo Companhia de Dança”, comenta Rodovalho.

PROGRAMA DE 24 A 27 DE SETEMBRO DE 2020

Gnawa (2009)

Coreografia: Nacho Duato

Música: Hassan Hakmoun, Adam Rudolph, Juan Alberto Arteche, Javier Paxariño, Rabih Abou-Khalil, Velez, Kusur e Sarkissian

Iluminação: Nicolás Fischtel

Figurino: Luis Devota e Modesto Lomba

Remontagem: Hilde Koch e Tony Fabre (1964-2013)

Organização e Produção Original: Carlos Iturrioz Mediart Producciones SL (Espanha)

Gnawa é uma peça que utiliza os quatro elementos fundamentais – água, terra, fogo e ar – para tratar da relação do ser humano com o universo. A obra apresenta o reiterado interesse de Nacho Duato pela gravidade e pelo uso do solo na constituição de sua dança. Os gnawas são uma confraria mística adepta ao islamismo, descendentes de ex-escravos e comerciantes do Sul e do centro da África que se instalaram ao longo dos séculos no norte daquele continente.

Anthem (2019)

Coreografia: Goyo Montero

Música: Owen Belton

Iluminação: Nicolas Fischtel e Goyo Montero

Figurino: Goyo Montero e Fábio Namatame

Organização: Carlos Iturrioz Mediart Producciones SL (Espanha)

Anthem é a primeira criação do espanhol Goyo Montero para uma companhia brasileira. A obra traz uma reflexão sobre o processo de construção e desconstrução de identidades coletivas. Segundo o coreógrafo: “Há ciclos em que repetimos os mesmos erros, de pensar que estamos separados, que somos diferentes quando, na realidade, todos somos um só grupo, a humanidade e, no momento em que perdemos essa unidade, os problemas começam. Este é um traço da história humana”.

Estreia de Ana Catarina Vieira (2020)

Coreografia: Ana Catarina Vieira*

Música: Guerra Peixe: Suíte Pernambucana e Ponteio, versão com Regência de Cláudio Cruz e Orquestra Jovem do Estado de São Paulo

Iluminação: Wagner Freire

Cenografia, Bonecos e Figurino: Marco Lima

* Uma coprodução com Santa Marcelina Cultura

A nova criação de Ana Catarina reúne os seus 20 anos de trabalho dedicados à dança, onde as linguagens das danças populares brasileiras, do balé clássico e da dança contemporânea se misturaram. O resultado deste percurso está presente na coreografia inédita criada especialmente para a São Paulo Companhia de Dança.