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Uva Aglianico, do sul da Itália, proporciona vinhos marcantes e poderosos

Mendoza, por Kleber Patricio

Photo by Alexis Kreyder – L’ Ampélographie (Viala et Vermorel), reproduced in “Wine Grapes” Robinson, Harding, Vouillamoz 2011, Public Domain, https://commons.wikimedia.org/w/index.php?curid=46427630.

Existem uvas que permitem a produção de vinhos tão exclusivos, que cada uma delas traz uma história de séculos, senão de milênios, de cultivo e uso na preparação de vinho. É o caso da uva Aglianico, de cor quase preta, comumente cultivada na região da Basilicata e Campânia, no Sul da Itália, conhecida pelo famoso vinho Taurasi, a “Estrela do Sul da Itália”.

A uva Aglianico tem tradicionalmente sua origem ligada à Grécia, onde era cultivada pelos Fenícios. No século 8 A.D., ela teria sido trazida por colonos gregos para o Sul da Itália, já sendo utilizada para a produção de vinho. Com estudos recentes de DNA das uvas, existem indícios de que a Aglianico não tem relação familiar nenhuma com a uva grega da atualidade, podendo, no máximo, ter parentesco com alguma uva extinta; porém, o mito da origem helênica ainda persiste no mundo dos vinhos.

Segundo Denis Dubourdieu, enólogo da Universidade de Bordeaux, a Aglianico é provavelmente a uva com a história de consumo mais longa de todas. Ele alegava que a Aglianico foi usada para fazer o vinho falerno, famoso durante a época romana.

Além do Sul da Itália, a Aglianico também é produzida na Califórnia e Austrália: “Aqui na América Latina, a Aglianico é produzida na Argentina apenas pela Bodega Krontiras, uma pequena vinícola biodinâmica localizada na região de Lujan de Cuyo, em Mendoza, Argentina”, esclarece o sommelier Jonas Martins, gerente comercial da MMV Importadora. O sommelier ainda acrescenta que uma das razões da Krontiras apostar na Aglianico está no fato do dono da vinícola, Constantino Krontiras, ser de origem grega e respeitar muito a história dessa uva.

A Krontiras é uma vinícola biodinâmica que, somada às práticas orgânicas – como o não uso de defensivos agrícolas e nem mesmo maquinário pesado –, também preza pelas fases da natureza, respeitando o calendário astrológico e os ciclos lunares, colocando animais para interagirem com os vinhedos e trazendo alguns conceitos esotéricos de purificação e atração de energia.

Isso também é favorável para o cultivo da uva Aglianico, explica Martins, dado que esta uva é muito “poderosa em si”, chegando a assustar novatos no mundo do vinho devido ao seu peso em boca e corpo, já que é uma uva bem ácida e muito rica em taninos. Por se tratar de uma uva tão peculiar, o fato do cultivo e da produção serem biodinâmicos favorece a extração de suas marcantes características naturais.

Foto: divulgação.

A MMV, inclusive, trouxe para o Brasil dois rótulos dos Aglianicos produzidos pela vinícola. O Krontiras Family Selection Aglianico, safra 2017, é 100% com essa uva, sua colheita é feita a mão, passa por maceração a frio por cinco dias, fermentação com leveduras nativas e envelhece por 18 meses em barris de carvalho francês de 1º e 2º uso. De cor vermelho-rubi e intenso, aromas que remetem a frutas escuras, especiarias doces, terra e cogumelos, em boca é pesado, muito intenso, com taninos que preenchem a boca e possuem grande persistência. Certamente é o vinho mais poderoso da importadora.

Já o Krontiras Aglianico Natural, safra 2021, fermenta em aço inox, com leveduras nativas, sem adição de sulfitos e sem filtragem, 100% biodinâmico e natural. De cor rubi-violácea, em nariz apresenta aromas de pimentas pretas, ameixa seca, morangos frescos e toque de cogumelos na manteiga. Completo em boca, com acidez alta e taninos firmes e equilibrados.

“Nós sempre procuramos vinícolas exclusivas que trazem uma história e respeitam a maneira de produzir seus vinhos. A Krontiras foi uma das nossas grandes descobertas e para a MMV é motivo de orgulho poder trazer ao Brasil dois rótulos tão especiais e tão poderosos, marcantes na América Latina”, celebra o sommelier Jonas Martins.

(Fonte: Engenharia de Comunicação)