Vivemos uma verdadeira epidemia de lixo, como se o Brasil despejasse todos os anos nos aterros um volume equivalente a 410 estádios do Maracanã repletos de detritos. A afirmação feita pelo Ministério do Meio Ambiente para ressaltar a importância da aprovação do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, ainda pendente, reforça a relevância da contribuição individual para reverter esse cenário.
Segundo a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), das cerca de 80 toneladas de lixo produzidas anualmente no país, apenas 4% são recicladas. Pode parecer pouco separar corretamente os seus resíduos em casa, mas a soma do descuido coletivo tem uma conta bem alta: US$1 bilhão em prejuízos ambientais e tratamentos de saúde dos brasileiros a cada ano, de acordo com a entidade. “Vemos que já existe um movimento de mudança de mentalidade e de hábitos, pensando sempre na sustentabilidade do planeta para as próximas gerações, com os consumidores buscando cada vez mais por produtos que não agridem o meio ambiente e integram a economia circular. Mas é preciso partir para a ação mesmo nesses pequenos procedimentos da nossa rotina”, destaca Rafael Costa, diretor comercial da Embalixo, empresa brasileira especializada no desenvolvimento e produção de embalagens para lixo. “Pesquisa do Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SNIS) mostrou que 98% da população reconhece a reciclagem como algo importante para o futuro, mas 39% não separa o lixo orgânico do reciclável; ou seja, já é tempo de mudarmos esse cenário e eliminar essa contradição”, diz.
Costa ressalta que precisamos sempre ter em mente os impactos causados pelo mau acondicionamento em toda a cadeia ligada aos descartes de resíduos. “Em muitos casos, o lixo orgânico acaba contaminando os outros recicláveis, como papel e plástico, o que muitas vezes pode comprometer até mesmo a saúde dos trabalhadores que manuseiam esses itens ou inviabilizar o reaproveitamento”, alerta. “E, em maior escala, é preciso lembrar que reciclagens de todos os tipos contribuem para reduzir a quantidade de lixo enviado a aterros sanitários, poupando água e energia, diminuindo a poluição e preservando nossos recursos naturais”, conclui.
Confira como separar e embalar corretamente seu lixo doméstico:
1 – Separe o lixo conforme o seu potencial de reciclagem:
– Sacos para o lixo que não pode ser reciclado – como restos de comida, cascas de frutas, resíduos de higiene pessoal (fraldas, papel higiênico);
– Sacos para o lixo que pode ser reciclado; de preferência, separado também por tipo de material: metais (latinhas, fiação, grampos, pregos), plástico (embalagens, potes, garrafas pet) e papel/papelão (jornais, revistas, caixas de embalagem longa vida).
2 – Enxague as embalagens, especialmente de alimentos gordurosos e de limpeza, antes de acondicionar no saco para lixo correto.
3 – Latinhas de bebida ou de alimentos podem ser amassadas para caber um volume maior no saco para lixo e facilitar o manuseio.
4 – Papéis molhados ou contaminados com resíduos orgânicos não podem ser reciclados e devem ser descartados no saco de lixo para orgânicos. Também não são recicláveis esponja de aço, fotografias, papel carbono, etiquetas, papel vegetal, papel carbono, acrílico, adesivos e placas de PVC.
5 – Pilhas, baterias e lâmpadas possuem componentes de alto risco à saúde e ao ambiente e não devem ser descartadas junto com o lixo comum, seja orgânico ou reciclável. Procure em sua cidade os locais que recebem esse tipo de material, conforme a legislação local.
6 – Máscaras de proteção contra o coronavírus, assim como luvas, devem ser descartadas junto com o lixo de higiene pessoal do banheiro; se possível, utilizando dupla embalagem ou o saco para lixo que neutraliza o vírus, já disponível no mercado, protegendo assim os trabalhadores da coleta.
7 – Se seu domicílio não tiver coleta seletiva, procure os pontos de coleta de recicláveis ou cooperativa mais próxima para entregar os resíduos.
8 – Fique atento às cores das lixeiras destinadas à coleta seletiva de lixo, pois cada uma sinaliza o tipo de resíduo que pode receber: vermelho, para plásticos; azul, para papéis; amarelo, para metais; verde, para vidros e marrom, para lixo orgânico.
Saiba mais:
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