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Curtas-metragens revelam a vida das mulheres em manguezais do Pará

São Paulo, por Kleber Patricio

A extrativista Paula Cristiane Maciel, da Resex Soure, na Ilha do Marajó. Foto: Matheus Almeida/Divulgação.

Para comemorar o Dia Mundial de Proteção aos Manguezais, celebrado em 26 de julho, as organizações Rare, Purpose, Associações dos Usuários das Reservas Extrativistas Marinhas e Costeiras (AUREMs) e Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas (Confrem) lançaram, na mesma data, o primeiro vídeo documentário de curta duração de uma série de quatro para dar início à campanha Mães do Mangue, que busca contar as histórias de vidas de mulheres marisqueiras e sua relação com o ecossistema. A série, que poderá ser acessada no site da campanha, traz depoimentos de trabalhadoras das cidades de Bragança, Curuçá e Soure. Os demais vídeos serão lançados nos dias 7, 14 e 21 de agosto.

A campanha terá também programações como lives e o lançamento do livro de receitas Cozinha da Maré, com pratos originais das mulheres de 12 reservas extrativistas marinhas localizadas na costa paraenses, para mostrar o protagonismo das mulheres e de suas famílias na proteção e conservação desses territórios no Pará, que possui a maior área contínua deste ecossistema de todo o planeta – onde trabalham e vivem 224 mil pescadores, o que representa 25% dos pescadores do país. Destes, 95 mil são mulheres, o que torna o estado com o maior número de trabalhadoras na pesca, de acordo com dados do Registro Geral da Pesca (RGP – 2012), do então Ministério da Pesca e Aquicultura. “O mangue representa tudo para mim, faz parte da minha vida; é de lá que a gente tira nosso sustento, nosso alimento saudável. Somos guardiãs desse maretório; temos que conservar ele pra que ele seja um berçário cada vez mais produtivo para a comunidade e para as futuras gerações”, defende Sandra Regina Pereira Gonçalves, 51 anos, primeira secretária da Associação dos Usuários da Resex Mãe Grande do Curuçá (Auremag), no município de Curuçá.

Sandra Regina Pereira Gonçalves, 51 anos, primeira secretária da Associação dos Usuários da Resex Mãe Grande do Curuçá (Auremag), no município de Curuçá. Foto: Matheus Almeida/Divulgação.

A gerente do Programa Pesca para Sempre da Rare, Bruna Martins, explica que na cadeia de valor da pesca, a participação das mulheres significa subsistência para toda a família, especialmente em tempos de crise. “As mulheres nativas dos manguezais amazônicos são um elo de sustento e conexão nos núcleos familiares e nas suas comunidades. Sua participação é estruturante na manutenção das atividades de subsistência, produtivas e culturais, atuando como guardiãs de conhecimentos e práticas de cuidado com os manguezais”, informa.

Sobre a Purpose | A Purpose cria campanhas sociais e apoia organizações, ativistas, empresas e entidades filantrópicas capazes de transformar políticas e mudar narrativas para um mundo mais justo. Saiba mais aqui.

Sobre a Rare | A Associação Rare do Brasil é uma organização da sociedade civil fundada em 2014 que atua na promoção da pesca artesanal sustentável na costa marinha brasileira. A organização vem implementando o programa Pesca para Sempre em diferentes países do mundo e, no Brasil, foca os esforços no estado do Pará fomentando a gestão de base comunitária para a pesca na costa Amazônica. A Rare inspira mudanças para que as pessoas e a natureza prosperem. Saiba mais aqui.

Sobre a AUREMs | As Associações dos Usuários das Reservas Extrativistas Marinhas e Costeiras (AUREMs) visam à cooperação para manter o equilíbrio ecológico a partir de estudos para o desenvolvimento de tecnologias alternativas para equacionar problemas sociais e desestabilização dos ecossistemas, a fim de garantir a conservação e preservação do meio ambiente, especialmente no combate a pobreza e a garantia de soberania alimentar das comunidades extrativistas tradicionais.

Próximos vídeos: dias 7, 14 e 21 de agosto.