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Festival reúne filmes, performances musicais e debates sobre temas ligados aos direitos humanos

São Paulo, por Kleber Patricio

Fotos: divulgação.

Diversas temáticas ligadas aos Direitos Humanos entram em cartaz em um novo festival que reúne filmes, performances musicais e debates. Agendado para o período de 7 a 14 de março, o 1º dh fest – Festival de Cultura em Direitos Humanos acontece de forma online e gratuita, via plataformas e redes sociais. O acesso ao conteúdo de toda a programação se dá pelo endereço www.dhfest.com.br e informações sobre o evento podem ser acompanhadas por meio das redes sociais: Instagram (www.instagram.com/dh.fest), Twitter (https://twitter.com/dhfest) e Facebook (www.facebook.com/direitoshumanosfest).

No cardápio, estão apresentações musicais exclusivas de nomes como Chico César, Tássia Reis, coletivo Baile em Chernobyl e Kunumi MC. Um ciclo de debates reúne personalidades como o fotógrafo Sebastião Salgado, a romancista Conceição Evaristo, o escritor Ailton Krenak, a cineasta Tata Amaral e o documentarista chileno Patrício Guzmán.

Estão programados 11 longas-metragens recentes, com destaque para Kunhangue Arandu – A Sabedoria das Mulheres, de Alberto Alvares e Cristina Flória. Em estreia no evento, o filme foi realizado na Terra Indígena Jaraguá, em São Paulo e focaliza o universo das mulheres Guarani. Uma realização do SESCTV, o documentário entra na programação do canal no dia 19 de abril (sesctv.org.br).

Também fazem parte da grade títulos inéditos comercialmente no Brasil, como A Cordilheira dos Sonhos, de Patrício Guzmán, vencedor do prêmio de melhor documentário no Festival de Cannes;  Meu Nome é Bagdá, de Caru Alves de Souza, melhor filme na mostra Generation 14Plus do Festival de Berlim; Para Onde Voam as Feiticeiras de Eliane Caffé, Carla Caffé e Beto Amaral, melhor filme no festival Queer Porto 6, em Portugal e Selvagem, de Diego da Costa, vencedor do Festival de Cinema Latino-Americano de São Paulo.

As exibições cinematográficas trazem ainda 26 curtas-metragens, um deles em pré-estreia mundial: Finado Taquari, de Frico Guimarães, que acompanha uma viagem por um rio do Mato Grosso do Sul ameaçado por assoreamento. Outros filmes curtos se destacaram por premiações e elogios no circuito de festivais. É o caso de Perifericu, sobre as adversidades de ser LGBT nas periferias paulistanas, premiado como melhor filme no Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo – Curta Kinoforum. Já A Morte Branca do Feiticeiro Negro foi selecionado para o Doclisboa – Festival Internacional de Cinema, Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba, Entretodos – Filmes Curtos e Direitos Humanos, FestCurtas Fundaj e pelo CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto. Está presente ainda o fenômeno Carne, uma animação que conquistou mais de 70 premiações e integrou a shortlist para o Oscar 2021.

A atriz, pesquisadora, produtora cultural e poeta Roberta Estrela D’Alva atua como mestre de cerimônias e apresentadora dos encontros. Nas performances musicais, ela conversa com os artistas, contextualizando as respectivas carreiras com suas lutas sociais. Para esta primeira edição do dh fest – Festival de Cultura em Direitos Humanos, quatro performances musicais foram desenvolvidas com o objetivo de valorizar artistas engajados e representantes de discursos que inspiram transformações sociais e simbólicas na sociedade.

Chico César é um dos artistas que se apresentam no evento.

Para a noite de abertura, 7/3, às 19h00, está escalado o músico Chico César. Com nove álbuns gravados a partir de 1995, o paraibano é autor de sucessos consagrados pelo público, como Mama África e À Primeira Vista. Sua obra condensa o infinito cordão umbilical que o une às suas raízes, sendo seu mais recente álbum O Amor é um Ato Revolucionário (2019). Chico César já conquistou diversas premiações, como o de melhor compositor pela APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), melhor música no Troféu Imprensa (por À Primeira Vista) e melhor videoclipe de MPB no MTV Video Music Brasil (por Mama África), entre outros. Em 2016, foi indicado ao prêmio de melhor livro de poesia no Prêmio Jabuti por Versos Pornográficos.

No Dia Internacional da Mulher, 8/3, também às 19h00, é a vez da cantora e compositora Tássia Reis, uma das artistas de maior destaque no atual mercado brasileiro da música independente. Sua carreira soma três álbuns lançados: Tássia Reis, Outra Esfera e o recente Próspera. Ela já se apresentou nos melhores e maiores palco do país, como o festival Lollapalooza Brasil (em participação do show de Liniker e os Caramelows), Museu da Imagem e do Som (SP), Auditório Ibirapuera, em mais de 20 unidades SESC do interior paulista e na capital do estado, Circo Voador e Itaú Cultural, entre outros. Em sua primeira turnê internacional, se apresentou em seis países, nos principais festivais de verão europeus.

Já na sexta-feira, 12/3, às 19h00, o 1º dh fest – Festival de Cultura em Direitos Humanos celebra uma festa junto com o coletivo LGBTQIA+ Baile em Chernobyl, no qual o funk é o ritmo e a cultura que emana empoderamento da juventude das periferias. Chernobyl é um coletivo formado e pensado para e por pessoas queer e racializadas, com o intuito de confraternização em um espaço seguro para corpos marginalizados, LGBTQIA+ e pretos.

Finalizando o evento, no domingo, 14/3, igualmente às 19h00, acontece performance de Kunumi MC, rapper indígena que vem aguçando a elaboração das pautas indígenas na arte. Junto com o DJ Tupan, ele é precursor do Rap Nativo, novo segmento do Hip Hop que nada mais é que a criação musical a partir da visão de um indígena nativo sobre a sua própria cultura – no seu caso, a etnia Mbyá-Guarani. Conhecido mundialmente por ter levantado a faixa Demarcação Já na abertura da Copa do Mundo FIFA de 2014, Kunumi MC tem 19 anos e dois álbuns e dois livros lançados. Destaque no site da White Feather Foundation, que apoia comunidades indígenas pelo mundo todo, o artista representou o Brasil – ao lado de Daniela Mercury – no evento de celebração do Dia Internacional dos Direitos Humanos, em dezembro de 2010, promovido pela ONU.

Veja a programação completa em www.dhfest.com.br; informações sobre o evento podem ser acompanhadas por meio das redes sociais: Instagram (www.instagram.com/dh.fest), Twitter (https://twitter.com/dhfest) e Facebook (www.facebook.com/direitoshumanosfest).