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Instituto dedicado à conscientização sobre doação de órgãos se prepara para comemorar 20 anos

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Os fundadores do Instituto GABRIEL, Valdir (in memoriam) e Maria Inês de Carvalho. Foto: divulgação/GABRIEL.

No ano de 1998, na cidade de São Paulo, o casal Maria Inês e Valdir de Carvalho tiveram uma filha chamada Gabrielle que nascia com anencefalia, malformação congênita considerada totalmente incompatível com a vida. Com o iminente desfecho, o casal tentou preparar uma possível doação de órgãos tão logo ela nascesse e viesse a falecer. Como a legislação no Brasil exige que as doações só aconteçam após a abertura de um protocolo de morte encefálica, veio o impasse – a alegação da Central de Transplantes era de que a criança nasceria sem cérebro e, portanto, não haveria como constatar sua morte cerebral.

Assim começa a saga do casal para tentar conseguir que a doação fosse aceita. Mas Gabrielle nasceu em 24 de maio de 1998 e faleceu uma hora e meia depois, sem doar seus órgãos. Milhares de crianças no Brasil com cardiopatias graves necessitam uma doação de coração logo após seu nascimento.

A partir daí, o casal resolveu criar uma organização que trabalhasse para informar, sensibilizar e conscientizar pessoas sobre a importância de se preservar a vida, seja por meio da doação de órgãos ou pela prevenção em saúde. E, em 29 de setembro de 2000, nasceu a ONG GABRIEL. Estabelecidos na sua cidade natal, São Paulo, o casal iniciou uma discussão no país sobre criar uma legislação específica para a doação a partir de bebês anencéfalos. Os anos foram se passando e o casal percebeu que o problema do sistema de doação/transplante no país era muito mais complicado e resolveram doar seu tempo pela causa e hoje, 20 anos depois, o Instituto GABRIEL é considerado uma das mais importantes organizações que trabalham no incentivo à doação de órgãos e tecidos no Brasil, tendo impactado diretamente mais de um milhão de pessoas.

Em dezembro de 2019, Valdir de Carvalho veio a falecer vítima de um infarto fulminante, mas seu legado iniciado junto com Maria Inês não se foi com ele. O trabalho, mais do que consolidado, continua forte e atuante, tendo o reconhecimento de várias organizações, como a ABTO – Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos e do Ministério da Saúde, que concedeu o selo “Organização Parceira do Transplante” pelos relevantes serviços prestados para o processo de doação e transplantes no país.

Sua presidente, Maria Inês Toledo de Azevedo Carvalho, diz que “este é um ano atípico, onde a pandemia do Coronavírus fez com que o mundo todo entrasse num compasso de espera, mas nós, do Instituto GABRIEL, nos reinventamos e continuamos mais vivos do que nunca e estamos preparando muitas surpresas para que os 20 anos de existência do Instituto sejam lembrados e que a chama da conscientização permaneça brilhando”.

Entre as novidades, o Instituto GABRIEL criou um plano de marketing que irá mostrar a nova cara da organização, que cresceu muito com a entrada de um grupo gestor forte e extremamente capacitado. A campanha já teve início e será finalizada próximo ao seu aniversário, com muitas novidades e totalmente repaginada.

Segundo Bruno Cesar Ferreira, atual gerente de projetos da organização, “este aniversário irá marcar uma nova fase na história do Instituto GABRIEL. Acompanhem as redes sociais e façam parte dessa comemoração junto conosco”. Finalmente, cada um dos voluntários, apoiadores, imprensa e amigos fizeram do Instituto GABRIEL algo além de uma organização – o tornaram um local de respeito, amizade e dedicação ao próximo.