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O impacto positivo da logística reversa de eletroeletrônicos e eletrodomésticos para sustentabilidade ambiental

São Paulo, por Kleber Patricio

Foto: Alexander Mills/Unsplash.

Por Helen Brito — A crescente preocupação ambiental e a busca por práticas mais sustentáveis têm impulsionado a necessidade de soluções que promovam a economia circular e reduzam o desperdício de recursos. Nesse contexto, a logística reversa de eletroeletrônicos e eletrodomésticos emerge como uma ferramenta importante para alcançar esses objetivos.

Os eletroeletrônicos e eletrodomésticos constituem uma das correntes de resíduos de crescimento mais acelerado globalmente, impulsionados pelo avanço tecnológico contínuo. Segundo o mais recente relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), intitulado The Global E-waste Monitor 2024, a quantidade de resíduos está aumentando em 2,6 milhões de toneladas, com uma projeção para atingir 83 milhões de toneladas até 2030, representando um aumento de 33% em relação a 2022.

Esses equipamentos podem conter substâncias tóxicas, como chumbo, alumínio, arsênio, mercúrio e cádmio, entre outras, o que torna a sua gestão complexa. Uma má gestão pode resultar na poluição do solo, água e ar, além de representar uma perda significativa de recursos preciosos. Ao desviar esses resíduos dos aterros sanitários e incineração, a logística reversa contribui para a redução da poluição e dos danos ambientais associados ao descarte inadequado desses produtos, protegendo ecossistemas vulneráveis e a preservando a qualidade ambiental.

Assim, a logística reversa desempenha um papel fundamental na gestão sustentável dos resíduos, sendo um componente essencial da economia circular. Abrangendo atividades como coleta, transporte, triagem e reintegração de produtos e materiais ao ciclo produtivo após o consumo, visa recuperar o valor dos produtos pós-consumo. O processo reduz o impacto ambiental associado à sua eliminação e promove a utilização mais eficiente dos recursos.

Por meio da logística reversa, é possível recuperar materiais valiosos, como metais preciosos, plásticos e vidro, presentes nos equipamentos descartados, os quais podem ser reciclados e reintroduzidos à cadeia de produção, diminuindo a dependência de recursos naturais.

Helen Brito. Foto: Divulgação.

A implementação eficaz desse sistema estimula a inovação tecnológica e o desenvolvimento de novos modelos de negócios baseados na economia circular. Empresas podem encontrar oportunidades de criar valor a partir da recuperação e reutilização de componentes e materiais, o que não apenas gera empregos, mas também impulsiona o crescimento econômico sustentável da região.

Além disso, a logística reversa desempenha um papel fundamental na conscientização e no engajamento dos consumidores em relação à gestão responsável dos resíduos. Programas de coleta e reciclagem incentivam os consumidores a descartarem seus dispositivos de forma adequada, promovendo uma cultura de consumo mais consciente e sustentável.

Ao contrário do modelo linear tradicional de ‘extrair, produzir, consumir e descartar’, a logística reversa promove a reutilização, recuperação e reciclagem de materiais, mantendo-os em ciclos produtivos pelo maior tempo possível. Esse processo representa um modelo econômico regenerativo que visa minimizar o desperdício e a utilização de recursos finitos.

*Helen Brito é gerente de Relações Institucionais da ABREE — Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos.

(Fonte: Com Marina Dias/Sing Comunicação de Resultados)