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Parque Ecológico de Indaiatuba integra pauta externa da Bio 2020

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Espaço foi indicado pelo Reconecta como modelo de parque urbano linear. Fotos: Eliandro Figueira.

Indaiatuba integrou a pauta externa do evento Bio 2020: Perspectivas Brasileiras para o Marco Pós-2020 de Biodiversidade, realizado nesta semana, em São Paulo. O Parque Ecológico foi indicado pelo Programa Reconecta RMC como modelo de parque linear urbano. Um grupo de participantes do evento visitou a cidade na quarta-feira (5) para conhecer o principal espaço de lazer do município.

A Bio 2020 é promovida pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo em parceria com as redes ICLEI América do Sul, Regions4 e a iniciativa “Post 2020 Biodiversity Framework – EU Support” (apoio da União Europeia). O encontro é uma preparação para a próxima COP15 da Convenção de Diversidade Biológica (CDB), que será realizada em outubro, na China.

Participam do evento profissionais do setor público, privado e acadêmico ligados à área de meio ambiente. As discussões reúnem temas como a restauração de ecossistemas e a recuperação de vegetação nativa; uso e conectividade do solo; produção e consumo sustentáveis e favoráveis à vida selvagem; economia circular e soluções baseadas na natureza, além de educação e consciência ambiental. Desse encontro resultará a Carta de São Paulo, que será levada à COP15.

O engenheiro ambiental da Secretaria do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Campinas, Gabriel Neves, responsável pelo Programa Reconecta RMC, justificou a indicação do Parque Ecológico como modelo para a visita pela forma com que ele foi pensado e tudo o que ele oferece à população de Indaiatuba. “É um parque tão extenso e tão importante para o município e que foi sendo planejado gradativamente sem grandes investimentos concentrados. Com ele foi pensada a questão do saneamento básico, a garantia de mobilidade não motorizada e garantiu um excelente espaço público de lazer permeável com infraestrutura para que a população aproveite ao máximo toda a sua extensão”, explica.

O arquiteto Renato Sandrini, da Secretaria de Planejamento Urbano e Engenharia e o gestor ambiental Gilmar Pessuti, da Secretaria de Serviços Urbanos e Meio Ambiente, que é o representante de Indaiatuba no Programa Reconecta RMC, acompanharam o grupo durante a visita ao Parque Ecológico.

Reconecta

A implantação e manutenção de parques lineares é uma das diretrizes de trabalho do Programa Reconecta RMC. O objetivo do programa é promover a cooperação mútua entre as administrações dos municípios da região de Campinas, estabelecer ações de interesse recíproco no âmbito de recuperação e conservação de fauna e flora, além da troca de experiências e conhecimentos técnicos relacionados ao meio ambiente e à biodiversidade.

O Reconecta integra o Interact-Bio, que é um projeto de quatro anos elaborado pelo ICLEI (Local Governments for Sustainability), principal associação mundial de governos locais dedicados ao desenvolvimento sustentável, para melhorar a utilização e a gestão dos recursos naturais em cidades de rápido crescimento e nas regiões que as cercam.

Parque Ecológico de Indaiatuba

O Parque Ecológico de Indaiatuba, anteriormente denominado Parque Ecológico Presidente Fernando Collor de Mello, é o mais importante parque urbano do município. A primeira etapa de sua extensão foi inaugurada em 1992. O Parque foi planejado originalmente pelo arquiteto e urbanista Ruy Ohtake.

O Parque margeia o Córrego Barnabé em quase toda a sua extensão. As avenidas marginais ao Parque, que ligam a Zona Norte a Zona Sul da cidade, formam a Avenida Engenheiro Fábio Roberto Barnabé.

No local onde está o Parque Ecológico atualmente havia uma faixa, que ficava entre o centro urbano e a antiga zona rural do município, com um extenso limite com a Fazenda Santa Dulce (ou Fazenda Pau-Preto). O local era conhecido como Fundo do Vale, uma região cortada pelo Córrego Barnabé.

Com a expansão urbana de Indaiatuba, o Fundo do Vale começou a se tornar um local insalubre, pois o lixo e esgoto gerados na cidade iam parar ali e muito rapidamente práticas predatórias destruíram a vegetação ribeirinha nativa. Inundações sucessivas demonstravam cada vez mais a insalubridade da região para a população, que rapidamente foi construindo suas casas nos arredores do local.

Além desses fatores, o Fundo do Vale passou a ser um obstáculo entre a região norte da cidade já desenvolvida e a sul, mais carente e rapidamente povoada após o loteamento da Fazenda Engenho D’Água, que deu origem ao Jardim Morada do Sol.

No final da década de 1980, a Prefeitura, na gestão de Clain Ferrari, inicia o saneamento e urbanização do Fundo do Vale. No fim da primeira parte das obras, no início da década de 1990, houve a drenagem das áreas alagadiças, a despoluição parcial do Córrego Barnabé e a criação de lagos através de barragens, assim formando o primeiro trecho do Parque Ecológico, que compreende o trecho entre a confluência das Avenidas Conceição e Presidente Kennedy e a Alameda João Amstalden.

Em anos posteriores, com o prolongamento das avenidas marginais do Parque e o crescente número de loteamentos surgindo às suas margens, o curso do Córrego Barnabé em direção a Zona Sul foi recebendo urbanização com a instalação de equipamentos de esporte e lazer e significativo plantio de mudas de árvores. Nestas novas etapas de urbanização não se seguiu o projeto original de Ruy Othake, descaracterizando a proposta original. (Fonte: Wikipedia)