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Gastos com delivery crescem mais de 94% durante a pandemia

Brasil, por Kleber Patricio

Imagem de Peggy und Marco Lachmann-Anke por Pixabay.

Entre os meses de abril e junho, o comportamento de consumo dos brasileiros na categoria de delivery mudou. A Mobills, startup de gestão de finanças pessoais, analisou dados de mais de 160 mil usuários do aplicativo Mobills entre os meses de janeiro e maio de 2020 e constatou que os gastos com os principais aplicativos de entregas focados no delivery de comida (Rappi, Ifood e Uber Eats) cresceram 94,67% no período; ou seja, quase dobraram na comparação entre janeiro e maio de 2019.

No gráfico abaixo, é possível notar que em março, início da quarentena no Brasil, os serviços de delivery tiveram uma queda de 16,98% em comparação a fevereiro. Para o CEO da Mobills, Carlos Terceiro, a queda no mês de março está relacionada com o medo das pessoas diante da incerteza da pandemia.

Porém, depois do primeiro mês de isolamento social, os dados apontam crescimento das despesas com delivery. Em abril, o crescimento representou 60,67% em relação a março e, em maio, 39,58% em comparação com abril. “O que podemos perceber foi que o aumento no delivery ocorreu de forma balanceada e gradual à medida que outras despesas foram ficando menores, como com transporte e lazer”, analisa Carlos Terceiro.

O vendedor Nathanael Cunha, 23, usuário do aplicativo, conta que percebeu o aumento dos gastos em delivery assim que a quarentena começou. Antes, o jovem pedia delivery no máximo oito vezes no mês, na maioria das vezes aos finais de semana. Atualmente, os pedidos se tornaram mais recorrentes durante a semana e os gastos com delivery, que não passavam de R$100, agora chegam a até R$200 no mês. “No início era tranquilo, mas com o tempo a gente começou a ter preguiça de cozinhar, queria comer algo diferente”, justifica.

Valor gasto por transação cresce até 90%

O estudo dos dados também analisou crescimento no ticket médio dos pedidos realizados em cada um dos aplicativos. A Rappi, que além do delivery alimentício oferece entrega de supermercado, farmácia e compras em geral, se destacou sendo o aplicativo que teve maior aumento no ticket médio. Em maio, o valor médio das transações era de R$97,20, o que representa aumento de 92,4% em comparação ao mês de janeiro, quando o gasto médio era de R$50,51. “Analisamos que essa alta se deve ao aumento de pedidos não apenas de restaurantes, mas também de outros itens de necessidade básicas que são entregues pela plataforma”, explica Terceiro.

O iFood manteve o ticket médio estável até março, quando começou a apresentar crescimento. Em janeiro e março, os gastos em média eram de R$35,00; em maio, o valor cresceu para R$42,00, representando 22,3% de aumento em comparação a janeiro.

O Uber Eats não apresentou crescimento no ticket médio, mantendo o valor por volta de R$36,00 em maio.