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Indaiatuba implanta armadilhas para mosquito fêmea da dengue

Indaiatuba, por Kleber Patricio

Foto: Deuzeni Ceppolini - SCS/PMI.

Foto: Deuzeni Ceppolini – SCS/PMI.

A Prefeitura de Indaiatuba, por meio do Programa de Controle da Dengue da Secretaria de Saúde iniciou esta semana o treinamento de agentes que serão os responsáveis pelo projeto MI Dengue, da empresa Ecovec, que é um serviço de monitoramento de vetores (mosquito da dengue) adultos. O treinamento dos técnicos de monitoramento e montagens das armadilhas ocorreu na semana passada no Almoxarifado da Secretaria de Saúde, no Distrito Industrial. Também estavam presentes o coordenador de Controle da Dengue, Odenir Sanssão Pivetta e o assessor do Combate à Dengue, Ulisses Bernardinetti.

O treinamento foi realizado pelas representantes da Ecovec, a engenheira ambiental e a analista de relacionamento Bruna Natalina de Souza Martins e a bióloga e analista técnica Amanda Cupertino de Freitas. Elas explicaram que os resultados obtidos podem orientar as ações da Prefeitura e direcionar suas práticas de combate ao vetor e de conscientização dos moradores aos locais que possuem criadouros. “O MI é um serviço de monitoramento de vetores adultos de fácil implementação e de rotina bastante simples. Nas cidades em que o MI Dengue foi implantado, temos uma redução média de 60% de casos de endemias em que o Aedes aegypti é o vetor”, explicou Bruna. As representantes da empresa informaram que a armadilha e o atrativo foram desenvolvidos para atrair a fêmea do Aedes. O trabalho foi executado em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais. “Quando ela pica o ser humano, vai a procura de um criadouro. A armadilha tem água e um papel colante e como o mosquito faz movimentos circulares no voo, ficará preso na folha colante de armadilha”.

Pivetta informou que primeiro bairro estudado será o Jardim Morada do Sol, que terá 53 armadilhas (monitoradas) instaladas em locais abertos, como quintais, garagens de casas, comércios e instituições de ensino, a uma distância de 250 metros cada. “As armadilhas serão previamente identificadas via GPS e monitoradas via mensagens de texto. O bairro escolhido foi o Jardim Morada do Sol por ser um ponto estratégico na cidade e, a partir do trabalho realizado por meio dessa tecnologia, esperamos reduzir esse número de casos da doença”. A Secretaria de Saúde investirá um total de R$27 mil por um período de um ano.

Colocação de armadilhas

Durante a colocação da armadilha, o morador assinará uma autorização para participar de um novo sistema de monitoramento e terá ciência de que no período de um ano a residência será visitada semanalmente por um agente de saúde. O morador saberá que a armadilha não terá substâncias toxicas, não irá atrair mosquitos para a sua residência e também não vai interferir na rotina da casa.

O MI Dengue também avalia a virologia do mosquito capturado, se para vírus da dengue (e seu sorotipo, se é dengue tipo I, II, III ou IV), se para chikungunya e, muito em breve, para zika vírus. A dengue é uma doença infecciosa muito séria que pode matar.

A área trabalhada será uma parte do Jardim Morada do Sol, o São Conrado e Teotônio Vilella, entre as Avenidas Ário Barnabé, Engenheiro Fábio Roberto Barnabé, Rua Martinho Lutero até a Rua João Moraes Rosa (antiga 91) no Parque Corolla. Esta área tem 11 instituições de ensino (EMEB e Creches) e cinco Unidades de Saúde.

O mosquito Aedes aegypti parece um pernilongo comum, preto, com pintas brancas espalhadas pelas patas e bem pequeno – do tamanho da unha do dedo mindinho. Ele costuma picar as pessoas no início da manhã ou no final da tarde, mas isso tem mudado, em alguns casos o mosquito pode picar em qualquer horário.

Somente as fêmeas do mosquito picam pessoas. Os machos só se alimentam de néctar e seiva de plantas. Uma fêmea grávida coloca, em média, 70 ovos por postura, podendo chegar a 10 posturas por ano.

Sintomas da dengue

Os sintomas da dengue se parecem muito com os sintomas de uma gripe muito forte. Febre alta, fortes dores no corpo e no fundo dos olhos são sintomas clássicos, além das manchas vermelhas pelo corpo – que os médicos costumam chamar de ‘petéquias’. A pessoa fica sem vontade de fazer nada e até levantar da cama é um suplício.

Se você apresenta algum desses sintomas ou conhece alguém que está assim, não faça uso de medicamentos por conta própria. Tome bastante líquido para evitar uma desidratação e vá imediatamente para um hospital ou posto de saúde mais próximo, para receber o tratamento médico adequado.

Para evitar a proliferação do mosquito, todo cidadão deve remover a água parada acumulada. É na água que os mosquitos completam o seu desenvolvimento, desde ovos e larvas, até se tornarem adultos. Tampe muito bem a sua caixa d’água, pois uma fresta aberta por 30 dias é o suficiente para facilitar uma infestação de mosquitos pelo bairro todo por um ano. Caixas d’água costumam ser mais da metade dos focos encontrados nas casas das pessoas.

Planeje uma rotina de prevenção. Não se engane. O mosquito que o seu vizinho se esquece de combater pode procriar e ameaçará transmitir Dengue para você, seus filhos e sua família.

Nunca tome remédios contendo ácido acetilsalicílico (AAS, Aspirina, Melhoral). Dipirona e Paracetamol podem ser utilizados, segundo as orientações do Ministério da Saúde.

Cuide da sua casa e do seu quintal e não jogue lixo na rua. Eduque as suas crianças, pois qualquer objeto de plástico que possa acumular água e descartado de forma errada serve de criadouro para o mosquito da dengue. As prefeituras já têm muito trabalho com os terrenos baldios, edificações públicas, escolas, hospitais, ferros-velhos, imóveis abandonados, cemitérios, parques, praças e demais áreas públicas.