O Ministério da Saúde enviou aos Estados orientações sobre possível infecção pelo novo Coronavírus. Até o momento, não há caso suspeito ou confirmado em todo Estado de São Paulo; no entanto, de acordo com o documento, diante da emergência por doença respiratória causada pelo Corona vírus (2019-nCoV), conforme casos detectados na cidade de Wuhan, na China e considerando-se as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), as equipes de vigilância dos estados e municípios, bem como quaisquer serviços de saúde, devem ficar alertas aos casos de pessoas com sintomatologia respiratória e que apresentam histórico de viagens para áreas de transmissão local nos últimos 14 dias. Os sinais e sintomas clínicos referidos são principalmente respiratórios; por exemplo, febre, tosse e dificuldade para respirar.
De acordo com o Ministério da Saúde, foi definido como transmissão local a confirmação laboratorial de transmissão do 2019-nCoV entre pessoas com vínculo epidemiológico comprovado. Geralmente, para os Corona vírus (SARS e MERS), essa transmissão ocorre entre os contatos próximos e profissionais de saúde. Para afirmar a ocorrência de infecção, é necessária a coleta de duas amostras na suspeita de 2019-nCoV, que serão encaminhadas com urgência para o Lacen (Laboratórios Centrais de Saúde Pública). O Lacen deverá entrar em contato com a Cglab (Comitê Gestor de Recursos Laboratoriais) para solicitação do transporte. Uma das amostras será enviada ao Centro Nacional de Influenza (NIC) e a outra será enviada para análise de metagenômica.
O Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde enfatiza que toda a Rede de Saúde já está em alerta para os protocolos de casos suspeitos e irá seguir as orientações do Ministério da Saúde. “Entendemos a situação de risco e estamos alertas aos cuidados necessários. Pedimos também que a população adote medidas de prevenção, como lavar as mãos, usar álcool em gel, evitar lugares com aglomerações de pessoas, manter a casa arejada e cumprir a etiqueta respiratória em caso de tosse e espirro. Esses são cuidados básicos, mas que no ponto de vista epidemiológico podem evitar a contaminação por qualquer tipo de vírus e sempre manter hábitos saudáveis para manter a imunidade em dia”, comenta a secretária da pasta, Graziela Garcia.
ATENDIMENTO DO CASO SUSPEITO
Para pessoas que preencham a definição de caso suspeito, o caso será direcionado com:
Isolamento
– Paciente deve utilizar máscara cirúrgica a partir do momento da suspeita e ser mantido preferencialmente em quarto privativo;
– Profissionais devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (máscara cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias, como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.
Avaliação
– Realizar coleta de amostras respiratórias;
– Prestar primeiros cuidados de assistência.
Encaminhamento
– Os casos graves devem ser encaminhados a um Hospital de Referência para Isolamento e tratamento;
– Os casos leves devem ser acompanhados pela Atenção Primária em Saúde (APS) e instituídas medidas de precaução domiciliar.
Isolamento avaliação encaminhamento
No atendimento devem-se levar em consideração os demais diagnósticos diferenciais pertinentes e o adequado manejo clínico. Em caso de suspeita para Influenza, não retardar o início do tratamento com Fosfato de Oseltamivir, conforme protocolo de tratamento de Influenza.
CASO SUSPEITO
O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira (28) a investigação de um caso suspeito de Corona vírus em Minas Gerais. A paciente que apresentou sintomas “compatíveis” com os da doença é uma estudante de 22 anos que viajou para Wuhan, na China. Ela chegou ao território brasileiro no dia 24 de janeiro e está num hospital de alta organização na área de infectologia. Todas as 14 pessoas que tiveram contato com a estudante também estão sendo monitoradas. Agora, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está levantando os outros viajantes que estavam no voo que viajou da China até o Brasil – escalas foram feitas em Paris e Guarulhos.
FEBRES HEMORRÁGICAS VIRAIS
O Departamento de Vigilância Epidemiológica, em parceria com a Assistência Médica de Urgência/Emergência do Município de Indaiatuba, informa que em 17 de janeiro de 2020 o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Central/Cievs) da Secretaria do Estado de São Paulo recebeu do Instituto Adolf Lutz a confirmação de um caso de Arenavirus – Vírus da Febre Hemorrágica Brasileira – arenavirus Sabiá, realizado através de amplificação de RNA viral por RT-PCR.
Diante disso, o Município de Indaiatuba salienta que as equipes médicas das portas de Urgência e Emergência estão aptas para, diante de um caso suspeito da doença, notificar aos órgãos competentes – Vigilância Municipal e Estadual, coletar material biológico para diagnóstico e tratar o paciente. Ressaltamos que estes profissionais de saúde devem sempre utilizar-se das medidas de prevenção.
Este evento é classificado como incomum ou inesperado, por se tratar de um caso que envolve um agente patológico que não é identificado no território brasileiro há mais de duas décadas. Até o momento, as investigações epidemiológicas apontam para um único caso, restrito a uma região do país (interior de SP), sem histórico de viagem internacional.
Não há risco para trânsito de pessoas, bens ou mercadorias em nível nacional ou internacional. Este evento é isolado e sua transmissão é restrita. Este é o quarto caso identificado em décadas, desde a ocorrência do primeiro caso de vírus Sabiá no início de 1990.