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Setor de eventos quer retomar imediatamente as atividades e cobra sensibilidade dos governos

Brasil, por Kleber Patricio

Imagem de Free-Photos por Pixabay.

O V Congresso Brasileiro dos Promotores de Evento, realizado pela Associação Brasileira dos Promotores de Eventos – Abrape, deixa duas importantes mensagens: as empresas do setor estão preparadas para retomar imediatamente as atividades com segurança e as autoridades precisam ter uma maior sensibilidade com o segmento, o mais afetado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Esta é a síntese do encontro realizado nos dias 17 e 18 de novembro no Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer, em São Paulo.

Ao participar do painel Cases da Retomada, Luis Fernando Davantel, CEO da WTorre, mostrou que é possível o retorno das atividades com segurança e responsabilidade: “Promovemos 45 atrações nos últimos quatro meses no Allianz Arena. Com isso, confirmamos que é possível realizar eventos com segurança, seguindo corretamente os protocolos. Em dezembro teremos o Expresso Natal no Allianz, que começa no dia 5 com um show da Claudia Leite”.

Luiz Augusto Nóbrega, da Luan Promoções, destacou no painel Grandes espetáculos e grandes desafios em meio a pandemia a força do associativismo. “A pandemia veio para unir o setor, o que nos faz pensar em dias melhores. Que os políticos se sensibilizem com o segmento e analisem caso a caso. Creditar a disseminação da pandemia às reaberturas dos eventos é um grande equívoco. Tudo deve ser feito com muita responsabilidade”, afirmou.

Aline Delmanto, gestora estadual de Turismo do Sebrae-SP, salientou que 98% de empresas atendidas pela instituição nos setores turístico, de eventos e de economia criativa foram impactadas pela pandemia, com queda de faturamento acima de 75%. “Mas houve muito aprendizado como o aprimoramento da gestão, qualificação da equipe, investimento em tecnologia e avaliação da sustentabilidade do negócio”, disse.

“Nós vamos voltar, pois a alegria do Brasil vai voltar. E essa alegria depende do nosso setor”

O empresário e presidente da Abrape, Doreni Caramori Júnior, fez um balanço positivo do congresso: “Eu vi um grande engajamento e isso foi muito emocionante, pois fortalece o setor na retomada. Nós vamos voltar. Alguns se adaptaram com lives, eventos com distanciamento, protocolos que podem ser cumpridos. Outros estão esperando novas etapas de flexibilização. Nós vamos voltar com força, com mais aprendizado”. Sobre a retomada, ele está otimista. “Nós vamos voltar, pois a alegria do Brasil vai voltar. E essa alegria depende do nosso setor. É a alegria da menina que compra a roupa nova para ir ao evento, do motorista de aplicativo que consegue seu dinheiro transportando as pessoas, da atração de abertura que tem a oportunidade de mostrar o talento que pode estourar nacionalmente. Vai voltar, pois não tem coisa melhor no mundo do que ver a vida ao vivo”, afirmou.

Resiliência e reinvenção são as palavras que explicam o segmento na pandemia

“No início da pandemia, intercalamos períodos de pessimismo e otimismo, pois estava tudo incerto. No entanto, nos adaptamos rápido e fortalecemos a coesão do nosso grupo para estudar a empresa e os negócios”, explicou Marcelo Beraldo, diretor de Conteúdo da T4F, maior empresa de entretenimento ao vivo do Brasil, durante o painel Grandes espetáculos e grandes desafios em meio a pandemia.

Cláudio Romano, da Dream Factory, destacou que o cenário possibilitou descobertas. “É viável fazer evento e atrair marcas mesmo neste cenário. O ponto é pensar a melhor estratégia e apresentar ao mercado. Mostramos ser resilientes e conseguimos detectar, nesta crise, que o híbrido se consolidou como tendência. O presencial é importante, mas o digital vai estar cada vez mais presente”, avaliou durante o painel Cases da Retomada.

Para Noemia Matsumoto, da Opus Entretenimento, a pandemia estimulou a reinvenção. “Tivemos resultados positivos com lives, atraindo patrocínios e criando um novo relacionamento com os artistas. Por exemplo: fizemos a lançamento de um show do Daniel e Roupa Nova por meio de uma live e já vendemos 60% dos ingressos do show que vai acontecer no ano que vem”, explicou.

Associativismo da Abrape fortalece união e força dos promotores de eventos no país

O crescimento da Abrape em 2020 é um dos grandes fatores para as conquistas que o setor vêm obtendo durante a crise. “A pandemia nos trouxe união e a necessidade de reflexão. Como sempre digo, com o meu jeito caipira de ser, capivara fora do bando é comida de onça. Queria enaltecer o brilhantismo da Abrape nas conquistas durante a pandemia que nos deram segurança para planejar e uniu o setor”, frisou Emílio Carlos dos Santos, o Kaká, vice-presidente de Os Independentes, promotora da Festa do Peão de Barretos .

Luit Marques, um dos organizadores do João Rock, vai no mesmo caminho: “Quero agradecer a Abrape não só pelo empenho na retomada das atividades mas por tudo o que tem feito pelos promotores de evento”. E completa Kaká: “As perspectivas para 2021 são animadoras. Vou ser repetitivo, mas reforço que todos precisam participar para demonstrar a união do setor. A Abrape já mostrou o caminho”.

Sobre a Abrape

Criada em 1992 com o propósito de promover o desenvolvimento e a valorização das empresas produtoras e promotoras de eventos culturais e de entretenimento no Brasil, a Associação Brasileira dos Promotores de Eventos – Abrape tem, atualmente, 350 associados que são verdadeiros expoentes nacionais na oferta de empregos diretos e indiretos e na geração de renda, movimentando bilhões de reais anualmente.