O Metso Cultural – 12ª Temporada de Música Instrumental Brasileira de Sorocaba, promove no próximo sábado, 7 de julho, às 18 horas, no Parque Campolim, o encontro de Carlos Lyra e Marcos Valle com a participação especial de Patrícia Alví em uma homenagem pelos 60 anos da Bossa Nova. A entrada é gratuita.
A 12ª Temporada do projeto Metso Cultural apresentará durante o ano de 2018 oito shows gratuitos – seis no Teatro Municipal e dois no Parque do Campolim, sempre aos sábados. Além das apresentações, o projeto propõe oficinas de música com Zuza Homem de Mello e o compositor, violonista e Professor Dr. Sergio Molina. Também neste ano inclui um encontro inédito entre Zuza Homem de Mello e Carlos Lyra falando sobre a Bossa Nova. Tudo gratuitamente.
A quarta apresentação da temporada reúne dois dos maiores compositores da Bossa Nova: Carlos Lyra e Marcos Valle, se reunindo no palco do Metso Cultural para celebrar os 60 anos da Bossa Nova, estilo musical que marcou suas carreiras e conquistou fãs pelo mundo todo. O show é, sobretudo, o encontro de caminhos diferentes que os dois compositores exploraram tendo como base a Bossa Nova com suas harmonias ricas e melodias apaixonantes.
Bons exemplos são números como Influência do jazz e Maria Ninguém, onde Carlos Lyra mostra como o samba-jazz e a toada também estão presentes em suas composições, indo além da Bossa tradicional, e Batucada Surgiu e Os Grilos, onde Marcos Valle mostra a sua Bossa fusion, com toques de samba, pop e da black music, influências musicais muito fortes na sua música. Além dessas, Lyra e Valle relembram seus clássicos, como Minha Namorada, Primavera, Samba de Verão e Preciso Aprender a Ser Só. No palco, os dois contam e cantam histórias e, além do teclado de Marcos Valle, eles são acompanhados pelo violão de Cláudio Lyra e da participação especial da cantora Patrícia Alví.
O Metso Cultural foi idealizado e é organizado pela MdA International com patrocínio exclusivo da empresa Metso e apoio da Unimed Sorocaba.
Carlos Lyra
Em 1955, Silvinha Telles gravava seu primeiro disco, em 78 rotações. Um lado com a música Menina, de Carlos Lyra e o outro com Foi a noite, de Tom Jobim e Newton Mendonça. Foi assim, que Tom, ao ouvir as gravações, se entusiasmou em ser apresentado, como ele mesmo disse, ao outro lado do disco.
Poderia até ser esta a pedra fundamental, mas há muitas histórias de como nasceu a Bossa Nova e o mais importante é que o Brasil fervilhava em cultura em todas as áreas – junto com tudo isso nasceu a Bossa Nova. Como o próprio Carlos Lyra conta, “O bonde estava passando e nós tratamos de pegá-lo“.
Mas para um compositor, o marco é sempre sua primeira canção e foi em 1954 que ele compôs a primeira delas, Quando Chegares, que completará 60 anos em 2014. Daí para o mundo foi um pulo. A música com a qual a classe média brasileira se identificou, se tornou um clássico. E enquanto nos Estados Unidos se produzia o jazz, o Brasil passou a produzir e exportar a Bossa Nova.
Desde o Carnegie Hall, onde Carlos Lyra cantou Influência do Jazz – um protesto à influência excessiva do jazz que estava tirando o balanço do nosso samba –, passando por Maria Ninguém, que conquistou o favoritismo de Jackie Kennedy e Brigitte Bardot ao ser apresentada na Casa Branca, apaixonando corações com Minha Namorada, Primavera e Coisa Mais Linda, até sua declaração de amor à cidade do Rio de Janeiro com Em tempo, eu te amo…, Carioca de Algema e Y-panema.
60 anos de produção de altíssima qualidade que o fez embaixador da Cidade do Rio de Janeiro, representando o Brasil em várias cerimônias oficiais em todo o mundo, lotando teatros e ganhando homenagens no Japão, premiadíssimo no México, solicitado nos principais festivais de Jazz do mundo, como o Newport Jazz Festival, onde se apresentou com Stan Getz (sax), Chick Corea (piano), Gary Burton (vibrafone), Steve Swallow (baixo) e Larry Bunker e Roy Haynes se alternando na bateria, assim como em várias turnês por todo o mundo.
Seu show é uma verdadeira jornada através do tempo contada e cantada por Carlos Lyra. Enquanto a maior parte das pessoas identifica Bossa Nova com uma batida de samba distinta e particular Carlos Lyra, em seu show, mostra como as muitas manifestações culturais trazidas desde a colonização de seu país têm exercido variadas influências na música brasileira.
Marcos Valle
Com 74 anos, 57 de carreira, 24 álbuns e um punhado de clássicos do cancioneiro popular, Marcos Valle é considerado como um dos integrantes da segunda geração da Bossa Nova. Iniciou sua carreira artística em 1961 integrando um trio juntamente com Edu Lobo e Dori Caymmi. Nessa época, começou a compor suas primeiras músicas em parceria com o irmão Paulo Sérgio Valle. O trabalho da dupla foi registrado, pela primeira vez, em 1963, com a gravação da canção Sonho de Maria pelo Tamba Trio.
Valle é compositor, arranjador, instrumentista e intérprete, além de autor de mais de 300 músicas gravadas por nomes como Sarah Vaughan, Chicago, Dizzy Gillespie, Oscar Peterson, Jhonny Mathis, Diana Krall, Elis Regina, Edu Lobo, Dori Caymmi, Tim Maia e Roberto Carlos, entre outros. Tem parcerias com o irmão Paulo Sérgio Valle e também com Rui Guerra, Eumir Deodato, João Donato, Nelson Motta, Ed Motta, Lulu Santos, Marcelo Camelo, Jay-z, Kanye West e muitos outros.
Nascido no Rio de Janeiro, em 1943, Marcos lançou-se na carreira musical em 1963, aos 20 anos, e seu primeiro disco Samba Demais chegou às lojas em 1964. Seguiu-se O Compositor e o Cantor, de 1965, com o clássico Samba de Verão, seu maior sucesso até hoje, e várias canções memoráveis. Associado inicialmente à Bossa Nova, Marcos partiu para uma carreira internacional nessa mesma época.
Após alguns anos vivendo nos Estados Unidos, voltou ao Brasil em 1967 e lançou dois discos: Viola Enluarada (1968) e Mustang Cor de Sangue (1969). A partir de 1969, Marcos, ao lado do irmão Paulo Sérgio, compôs uma série de músicas para novelas, entre elas o tema de abertura de Véu de Noiva, Pigmaleão 70, O Cafona, Minha Doce Namorada, Fogo sobre Terra, Baila Comigo, Que Rei Sou Eu? e Tieta, entre outras, além de duas trilhas completas para as novelas Selva de Pedra e Os Ossos do Barão.
Em dezembro de 1998, lançou o seu songbook. Fazem parte dele dois CDs com 26 dos seus maiores sucessos interpretados por Caetano Veloso, Chico Buarque, Maria Bethânia e Paralamas do Sucesso, entre outros, um livro com 50 partituras, fotos de sua carreira e um pouco de sua história.
Entre abril e maio de 2005, gravou Jet Samba, um CD instrumental em que interpreta suas composições. Nesse projeto especial, além da sua atuação como instrumentista em todas as faixas, fez todos os arranjos e orquestrações. Jet Samba foi considerado pelos críticos um dos dez melhores CDs de 2005.
Marcos e Paulo Sérgio Valle foram agraciados com o prêmio da BMI (EUA) por duas milhões de execuções da música Samba de Verão, prêmio até hoje apenas concedido no Brasil a Garota de Ipanema, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes.
É dele, de Paulo Sérgio e Nelson Motta, o tema clássico para comemorar a virada do ano, Hoje é um Novo Dia de um Novo Tempo. A música foi composta em 1971 e acabou se tornando uma marca registrada do período do réveillon.
Serviço:
Metso Cultural – 12ª Temporada de Música Instrumental Brasileira de Sorocaba
Carlos Lyra e Marcos Valle com a participação especial de Patrícia Alví — Homenagem aos 60 anos da Bossa Nova
Dia 7 de julho, sábado, às 18h00
Parque Campolim – Entrada gratuita
Informações: www.mdainternational.com.br/ ou telefone (15) 3211-1360 (MdA).