Começou no sábado (4) o horário de verão. Parece que uma hora é pouco, mas a maioria das pessoas sentirá nos primeiros dias sonolência, lentidão nos movimentos, preguiça, irritabilidade e dificuldade de concentração, principalmente para aqueles que acordam cedo.
Segundo o gerente técnico corporativo do Grupo Cia. Athletica, Cacá Ferreira — graduado em Educação Física pela Unicamp com bacharelado em Treinamento Esportivo —, com este adiantamento de 1h do relógio estamos modificando o ritmo circadiano do corpo – período de aproximadamente 24 horas sobre o qual se baseia tudo que acontece dentro do nosso corpo, influenciado principalmente pela variação da luminosidade do ambiente. “O ritmo circadiano de cada um pode variar, sendo que tem pessoas mais dispostas pela parte da manhã e outras, pela tarde e/ou noite. E isto tem haver muito com a parte genética de cada um; assim, podemos dizer que pessoas mais dispostas geneticamente pela manhã sofrerão menos com o horário de verão”, alerta.
Ele conta que com o horário de verão teremos 1h a mais de claridade, retardando assim os hormônios que são liberados com a redução da luz. Estes hormônios estão envolvidos na preparação para o sono, levando a diminuição da temperatura corporal e da pressão sanguínea e esta situação diminui a disposição para a prática de atividade física.
Afinal, neste novo horário teremos que mudar algo em relação as atividades físicas? “Sim”, garante Ferreira. “Para as pessoas que treinam pela manhã e estão sentindo menos dispostas, as atividades físicas precisam ser ajustadas, tanto no seu volume semanal (duração e número de vezes), quanto na intensidade atingida em cada sessão. Esta adaptação pode levar de 2 a 3 semanas, variando de pessoa para pessoa. Se possível, mude o seu exercício para o fim da tarde ou início da noite. É importante ressaltar que neste processo nem as medicações ou os populares energéticos serão necessários; tudo se arranjará naturalmente e em pouco tempo”, alerta.
Como o dia terá uma maior luminosidade, muitas pessoas sairão do trabalho e ainda terão 1h a 2h de luz natural. “Isto influenciará positivamente a disposição para praticar atividades físicas nas academias, parques e clubes, o que tende aumentar o número de praticantes e a fidelização à prática de atividades físicas enquanto durar o horário de verão”, completa.