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Teatro Municipal de Sorocaba recebe show de Edu Lobo no sábado (1)

Sorocaba, por Kleber Patricio

Crédito da foto: Nana Moraes.

A Metso Cultural – 12ª Temporada de Música Instrumental Brasileira de Sorocaba realiza no próximo sábado, 1º de dezembro, às 20h30, o show de encerramento da Temporada 2018, que levará ao palco do Teatro Municipal de Sorocaba o compositor e cantor Edu Lobo. O projeto Metso Cultural foi idealizado e é organizado pela MdA International com patrocínio exclusivo da empresa Metso e apoio da Unimed Sorocaba.

Edu Lobo se apresentará acompanhado de Jurim Moreira na bateria, Mauro Senise nos sopros, Cristovão Bastos no piano e Alberto Continentino, no baixo acústico. O show terá entrada gratuita, com retirada dos ingressos a partir das 19h no dia da apresentação (o espetáculo não é aconselhável para crianças menores de seis anos).

A 12ª Temporada do projeto Metso Cultural apresentou durante o ano de 2018 nove shows gratuitos, sendo sete no Teatro Municipal e dois no Parque do Campolim, sempre aos sábados. Além das apresentações, o projeto ofereceu oficinas de música com o crítico e produtor musical Zuza Homem de Mello e o compositor, violonista e Professor Dr. Sergio Molina.

Edu Lobo

Em agosto de 1943, nascia no Rio de Janeiro Eduardo de Góes Lobo – ou simplesmente Edu Lobo. E foi Vinicius de Moraes quem, no começo da carreira do jovem músico, encurtou o assunto: “É Edu e pronto!”. Filho do compositor Fernando Lobo, Edu passava as férias escolares em Recife, na casa da família do pai – daí a grande influência que os ritmos nordestinos têm em sua música.

Crédito da foto: Rodrigo Lopes.

Aos 14 anos já arranhava algumas composições; depois se interessou pelo violão, que começou a praticar com o amigo de infância e compositor Theo de Barros. Em 1961, conhece Vinicius de Moraes, que faz a letra de Só me fez bem, que veio a ser gravada mais tarde, em 1967, no LP Edu Lobo e Maria Bethânia. Nesta mesma época, formou com Dori Caymmi e Marcos Valle um grupo que chegou a atuar em shows e na televisão.

O primeiro disco de Edu Lobo, um compacto duplo, teve na contracapa um texto do novo parceiro Vinicius. Em 1963, começa a escrever música para teatro e algumas de suas canções obtiveram grande sucesso, como Chegança, em parceria com Oduvaldo Vianna Filho. Já Borandá, esta com música e letra de Edu, foi incluída na peça Opinião, em 1964.

Em 1965, a canção Zambi, em parceria com Vinicius de Moraes, deu origem ao musical Arena conta Zambi, de Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal com música de Edu Lobo. Upa Neguinho, canção deste espetáculo, se tornou um grande sucesso na voz de Elis Regina.

Neste mesmo ano, Edu se inscreve no I Festival da Música Popular Brasileira com duas músicas: Aleluia (em parceria com Rui Guerra) e Arrastão, esta com letra de Vinicius de Moraes. Arrastão, interpretada por Elis Regina, foi a vencedora. Este prêmio fez com que Edu Lobo fosse conhecido no país inteiro em reconhecido como um dos mais importantes compositores da geração surgida depois da Bossa Nova.

Em 1967, é vencedor do III FMPB com Ponteio (em parceria com Capinan), interpretada por ele e Marilia Medalha.

Em 1971, produziu o LP Lobo, gravado em Los Angeles e lançado pela A&M Records. Gravou com o saxofonista Paul Desmond o disco From the hot afternoon, com composições suas e de Milton Nascimento. Dos discos feitos nos Estados Unidos, somente o LP Cantiga de Longe foi lançado no Brasil. Este projeto teve a participação de Hermeto Pascoal, Airto Moreira, Claudio Slon e Wanda Sá, mulher de Edu na época.

De volta ao Brasil, fez orquestrações e composições para trilhas de filmes e de peças teatrais. Em 1973, lança o LP Edu Lobo pela EMI com músicas inéditas. Neste ano faz orquestrações para músicas da peça Calabar, ou O Elogio da Traição, de Chico Buarque e Rui Guerra.

Em 1975, compôs, em parceria com Vinicius de Moraes, a trilha sonora da peça Deus lhe Pague, de Joracy Camargo, com adaptação de Millôr Fernandes. Em seguida, Edu lança o disco com as canções desta peça, com produção de Aloysio de Oliveira.

No ano seguinte, pela Continental, lançou o LP Limite das Águas. Em 1977, fez tournée por toda a Alemanha promovendo este disco, lançado no exterior pela gravadora MPS.

Em 1981, em parceria com Tom Jobim, lançou o LP Edu & Tom, Tom & Edu, produzido por Aloysio de Oliveira. Em 1983, em parceria com Chico Buarque, compôs trilha sonora para o balé O Grande Circo Místico, adaptação de Naum Alves de Souza do poema homônimo de Jorge de Lima e que daria origem a um LP lançado pela Som Livre com a participação de Gal Costa, Tom Jobim, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Tim Maia e Zizi Possi, entre outros. A parceria com Chico Buarque se repetiria com composições para as peças O Corsário do Rei, de Augusto Boal, de 1985, e Dança da Meia-Lua, com roteiro de Chico Buarque e Ferreira Gullar. Ambas as trilhas foram lançadas em disco pela Som Livre.

Em 1984 escreveu a trilha sonora dos filmes O Cavalinho Azul, de Eduardo Escorel, e Imagens do Inconsciente, de Leon Hirszman.

Em 1992, Edu voltou a se apresentar em shows que obtiveram grande repercussão, o que o levou a gravar um novo disco de intérprete: Currupião, lançado em CD pela gravadora Velas.

Em 1994 recebeu o Prêmio Shell de melhor compositor de música brasileira, pelo conjunto da obra. Lançou em 1995 o CD Meia Noite, com arranjos e cordas orquestradas por Cristóvão Bastos e que traz um choro instrumental em homenagem a Tom Jobim: Perambulando. O disco recebeu o prêmio Sharp como melhor Álbum de Música Popular Brasileira. Neste ano, foi lançado o CD Songbook Edu Lobo (duplo), bem como o Songbook, livro de partituras manuscritas pelo próprio Edu, ambos pela editora e gravadora Lumiar, de Almir Chediak.

Em 1997 lança pela gravadora BMG o CD Álbum de Teatro, reunindo canções para peças teatrais compostas em parceria com Chico Buarque.

Em 2001 retoma a parceria com Chico Buarque, compondo as canções da peça teatral Cambaio, de João Falcão e Adriana Falcão. Em seguida produz o CD homônimo para a gravadora BMG, com a participação de Zizi Possi e Gal Costa dividindo a interpretação das canções com Chico Buarque e com orquestrações de Chiquinho de Moraes. Este disco recebeu em 2002 o Latin Grammy de Melhor Álbum de MPB.

Em 2007, é lançado em DVD, pela Biscoito Fino, o documentário Vento Bravo, com direção e roteiro de Regina Zappa e Beatriz Thielmann. Entremeando composições de Edu com depoimentos dele e de músicos, jornalistas, amigos e dos filhos, o documentário traça um pouco da história musical do compositor.

Em 2010, lança o CD Tantas Marés pela Biscoito Fino, depois de um longo intervalo sem lançar discos e trazendo a composição inédita Tantas Marés.

Em 2011, compõe a trilha para o filme Não se preocupe, nada vai dar certo, de Hugo Carvana. Neste mesmo ano, Edu Lobo é convidado para um concerto em Amsterdam com a orquestra holandesa Metropole Orkest, sob a regência de Jules Buckley. Edu convida Gilson Peranzzetta (piano e arranjos) e Mauro Senise (sax e flauta) para fazerem uma participação especial no projeto. Em 2013, a Biscoito Fino lança o CD Metropole Orkest convida Edu Lobo, com este concerto gravado ao vivo. O CD recebe o Prêmio da Música Brasileira como Melhor Álbum de MPB.

Em 2013, Edu Lobo comemora seus 70 anos de vida com um grande espetáculo no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, tendo as participações especiais de Chico Buarque, Maria Bethânia, Bena Lobo e Mônica Salmaso. O concerto foi gravado ao vivo e lançado em DVD pela Biscoito Fino. Neste mesmo ano, Edu faz uma participação especial no CD Todo Sentimento, de Mauro Senise e Romero Lubambo, cantando Candeias e Só me fez bem. Esta participação foi tão apreciada que os três resolveram gravar um CD juntos, com composições de Edu pouco conhecidas. Surgiu, então, o CD Dos Navegantes – Edu Lobo, Romero Lubambo, Mauro Senise, que ganhou um Latin Grammy 2017 como Melhor Álbum de MPB. Também em 2017, Edu é um dos vencedores do 15º Prêmio de Arte, Ciência e Cultura da Fundação Conrado Wessel pela sua contribuição à cultura do nosso país.

Em 2018, lança o CD Edu Lobo, Dori Caymmi, Marcos Vale pela Biscoito Fino, onde cada um deles canta duas composições dos outros dois. Neste mesmo ano grava, com Romero e Mauro, mais um CD, Quase Memória, que será lançado no primeiro semestre de 2019. O novo trabalho mais uma vez reúne composições pouco conhecidas de Edu, como Terra do Nunca, gravada apenas uma vez pelo grupo Boca Livre. Ou Rosinha, que tem uma levada de bossa nova. E traz ainda as inéditas Silêncio, com letra de Vinicius de Moraes, e Peregrina, que jamais foram gravadas.

Serviço:

Metso Cultural – 12ª Temporada de Música Instrumental Brasileira de Sorocaba – Edu Lobo

Edu Lobo, voz; Jurim Moreira, bateria; Mauro Senise, sopros; Cristovão Bastos, piano; Alberto Continentino, baixo acústico

Dia 1º de dezembro, sábado, às 20h30min.

Entrada gratuita – Retirada dos ingressos a partir das 19h no dia da apresentação

Não é aconselhável para crianças menores de seis anos.

Informações: www.mdainternational.com.br/ ou telefone (15) 3211-1360. (MdA).