Depois de dois anos sem voltar ao Brasil, o maestro campineiro Rafael Piccolotto de Lima volta a sua cidade natal com o projeto Forró sem palavras. Com músicos de destaque do cenário paulista e Thais Nogueira, cantora convidada, ele apresenta releituras e novas composições instrumentais de forró para orquestra de câmara, neste sábado, no SESC Campinas.

O projeto foi criado por Rafael em Nova Iorque, onde reside atualmente. O maestro, indicado ao Grammy Latino de Música Clássica, já é conhecido como um dos embaixadores da música e da cultura brasileira na Big Apple por suas apresentações musicais com o Rafael Piccolotto de Lima Chamber Project, tocando a vanguarda da música instrumental nacional, representando os ritmos brasileiros no universo do jazz e das big bands, pela criação do site Forró New York e idealização do Forrobodó NY Festival, que reuniu artistas do mundo todo.

Seguindo o mesmo caminho de Tom Jobim, que na metade do século passado introduziu ao samba elementos de arranjo, harmonia e composição influenciados pela música clássica e o jazz, criando a bossa nova, agora os ritmos do nordeste brasileiro também vivem o início de um novo caminho através dos arranjos de Rafael Piccolotto de Lima. “Nova Iorque e toda sua multiplicidade cultural me inspiraram e me mostraram que há espaço para novas oportunidades. Os ritmos nordestinos, como o baião, rojão, xote e maracatu, são riquíssimos e, neste projeto, consegui incorporar elementos da música clássica e do jazz, além de reviver sonoridades clássicas dos regionais da época de ouro do rádio em um contexto moderno”, explica o maestro.

O concerto será apresentado no Jardim do Galpão do SESC Campinas a partir das 16h30. O endereço é Rua Dom José I, 270/333, no bairro Bonfim e a entrada é gratuita.

Rafael Picolotto de Lima

Com apenas 32 anos, Rafael Piccolotto de Lima vem despertando a atenção de grandes nomes do jazz e da música erudita. Nascido em Campinas e formado pelo Instituto de Artes da Unicamp, o compositor foi indicado ao Grammy Latino 2013 com a obra Abertura Jobiniana, um tributo a Tom Jobim. Após concluir suas atividades como compositor e maestro assistente do Henry Mancini Institute (Miami), cargo que ocupou por 5 anos, Rafael se mudou para Nova Iorque.

Ao longo de sua carreira como compositor e arranjador, Rafael teve suas obras apresentadas nos EUA, Brasil e Europa. Com seu repertório brasileiro, foi premiado em Los Angeles no Peter Rugolo Big Band Arranging Competition, promovido pela Asmac (2016), Concurso Nacional de Arranjadores Ars Brasilis 2012, em tributo a Milton Nascimento, e no II Concurso Latino Americano Ricardo Rizek 2009. Já com o repertório de jazz, teve seu trabalho reconhecido no concurso de compositores da Orquestra Jazz Sinfônica de Los Angeles 2016, JEN Student Showcase Award 2014, Downbeat Magazine Student Award por 5 anos consecutivos, de 2012 a 2016, acumulando um total de 11 prêmios, além de ser reconhecido por dois anos consecutivos no Ascap Herb Alpert Young Jazz Composer Award (2014 e 2015). Trabalhou com grandes nomes do jazz e música erudita internacional, como o pianista Chick Corea e o trompetista Terence Blanchard, além de atuar como assistente dos compositores Vince Mendoza e Maria Schneider em concertos nos EUA.