O setor da construção civil da Região Metropolitana de Campinas (RMC) fechou 360 postos formais de trabalho no ano de 2018. Apesar de negativo, o número representa uma forte queda na comparação com 2017, quando toda a cadeia eliminou 1.229 vagas, no momento mais crítico da crise econômica do país. Os números foram divulgados hoje (23 de janeiro) pelo Ministério do Trabalho e Emprego com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em dezembro, as empresas que compõem o setor eliminaram 50 postos na região.
Em oito, dos 20 municípios da RMC, foram abertas mais vagas do que fechadas no ano passado. O destaque foi Paulínia, onde o setor gerou 1.049 postos de trabalhos no acumulado de doze meses. Artur Nogueira (42), Campinas (25), Holambra (31), Indaiatuba (116), Jaguariúna (24), Nova Odessa (13), Valinhos (28) e Vinhedo (50) também encerraram o ano com saldo positivo. “Nestas cidades, o que se observa é uma ligeira retomada da economia, com reflexo no setor da construção civil através de lançamentos imobiliários, vendas geradas pela melhora do quadro econômico e da estabilidade de emprego e início de obras de empreendimentos colocados no mercado no decorrer dos últimos doze meses”, avalia o presidente da Associação Regional da Construção de Campinas e Região (Habicamp), Francisco de Oliveira Lima Filho.
Ele cita como exemplo três cidades: no caso de Paulínia, onde foram gerados 1.049 postos, no mesmo período de 2017 o setor havia eliminado 73 vagas; quanto a Campinas, a cidade passou de 289 vagas fechadas em 2017 para um saldo de 25 no ano passado e, em relação a Indaiatuba, o setor passou de 141 vagas negativas para 116 positivas.
Ao contrário de novembro, quando a construção civil registrou mais admissões que demissões (foram 316 vagas abertas), em dezembro o saldo foi negativo na RMC: 50 vagas fechadas (veja quadro abaixo). Sete municípios tiveram mais contratações que demissões, doze ficam no negativo e, em um, o número de contratações foi igual ao de demissões.
OTIMISMO
O setor da construção está otimista para 2019. Um levantamento realizado pela Habicamp estima que o Produto Interno bruto (PIB) da cadeia construtiva deverá crescer 1,8% ao longo deste ano, resultando na geração de novos postos de trabalho. “Existe grande expectativa por parte de todos os segmentos que formam a cadeia da construção civil em decorrência do otimismo em torno da economia e dos próprios trabalhadores, que começam a voltar às compras e a se planejar para aquisições”, avalia Oliveira Lima. “As construtoras e incorporadoras sentiram isso no último trimestre de 2018, voltando com lançamentos imobiliários, que devem se intensificar neste inicio de ano. Já temos notícias de sete lançamentos confirmados em janeiro”, completa.
QUADRO POR MUNICÍPIO – 2018
DEZEMBRO NO ANO
CIDADE ADM DEM SALDO ADM DEM SALDO
Americana 51 197 -146 1831 2250 -419
Artur Nogueira 13 17 -4 178 136 42
Campinas 453 654 -201 8393 8358 25
Cosmópolis 29 19 10 524 580 -56
Eng. Coelho 2 0 2 8 15 -7
Holambra 3 7 -4 111 80 31
Hortolândia 57 68 -11 1027 1283 -256
Indaiatuba 271 148 123 2697 2581 116
Itatiba 35 80 -45 933 1049 -66
Jaguariúna 27 45 -18 609 585 24
Monte Mor 23 72 -49 959 1434 -475
Morungaba 0 12 -12 32 33 -1
Nova Odessa 18 9 9 201 188 13
Paulínia 423 90 333 2779 1730 1049
Santa Bárbara 82 50 32 669 711 -42
Santo A. Posse 9 9 0 119 181 -62
Sumaré 76 144 -68 1807 2121 -314
Valinhos 38 33 5 511 483 28
Vinhedo 18 24 6 317 267 50
Saldo 1628 1678 -50 23705 24065 -360